terça-feira, 16 de março de 2010

Trabalhadores do México, em luta por melhores condições

Grande greve nacional reivindica melhores condições de vida e trabalho


Natasha Pitts *

Adital -

Amanhã (16), centenas de trabalhadores de organizações sociais, sindicais e políticas farão uma grande greve política nacional para evidenciar as violações aos direitos constitucionais praticadas pelo governo do México. Motivados pelas palavras de ordem "Ou são eles ou somos nós", os grevistas reivindicarão melhores condições de trabalho, salário digno, redução de impostos, entre outras demandas.

Bandeiras vermelhas e pretas serão colocadas em casas, escolas, bairros populares, centros de trabalho e comunidades agrárias para mostrar o repúdio da população às medidas governamentais que têm deixado os cidadãos em último plano.

Em convocação, a Assembleia Nacional de Resistência Popular (ANRP) assinala que a mobilização é uma oportunidade para deter a atuação daqueles que retiram do povo os seus direitos. Por isso, chamam "à participação em todos os cantos da pátria para que paralisem a produção, a distribuição de mercadorias, a que ocupem as terras que lhes foram arrebatadas, a tomar os caminhos, a protestar nas praças, nos vales e caminhos, armados da razão e da confiança na luta".

Entre as principais reivindicações desta mobilização nacional estão a redução da carga de impostos que recaem sobre o setor alimentício e de serviços públicos; criação de um programa nacional de empregos, alimentação e moradia; aumento salarial em regime de urgência; solução imediata às greves mineiras de Cananea, Sonora, Sombrerete, Zacatecase, Taxco e Guerrero; respeito à Constituição e à Lei Federal do Trabalho; além de reconhecimento à autonomia sindical.

Outras demandas estão relacionadas à oferta de serviço médico universal; não privatização do petróleo, água, minerais e eletricidade; criação de programas que garantam a erradicação da pobreza e a soberania alimentar; solução para os afetados pelas mudanças climáticas; respeito aos povos indígenas, liberdade aos presos políticos; castigo para os violadores dos direitos humanos e retorno dos militares a seus quartéis.

A grande greve nacional, além de lutar por melhores condições de vida e trabalho, pretende evidenciar a situação de descaso do governo de Felipe Calderón, que, junto à classe empresarial do país sujeitou a população a viver "no limite da sobrevivência e do enfrentamento".

Em comunicado divulgado no site Rebanadas de Realidad, a Assembleia Nacional de Resistência Popular comprova a difícil situação do país ao assegurar que em três anos o número de pobres cresceu mais de 10 milhões. A população jovem também está esquecida, pois cerca de 8 milhões necessitam de escola e oportunidades para ingressar no mercado de trabalho. "O crescimento econômico de México é o mais baixo de América Latina e o pior em toda a história moderna (...)", denunciam.

Os trabalhadores do Distrito Federal estarão mobilizados a partir das 7h, no Museu da Tecnologia. As ações da greve nacional acontecerão em pelo menos 25 estados mexicanos, sendo as atividades principais realizadas em Cananea e Sonora, e ao redor dos 300 centros de trabalho do Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME).

* Jornalista da Adital

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