quinta-feira, 11 de abril de 2013

Já pensaram se fossem crianças norte-americanas?


As crianças mortas que nós desprezamos
PAULO NOGUEIRA 7 DE ABRIL DE 2013 6
Os americanos vão devastando o mundo árabe sob o silêncio omisso de todos nós.  
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Elas não vão acordar
E então leio, neste final de domingo:
“Doze civis morreram no sábado, durante um ataque aéreo das forças comandadas pelos americanos numa aldeia do distrito de Shigal, província de Kunar, junto à fronteira com o Paquistão. Segundo a Reuters, os mortos são 11 crianças e uma mulher. Seis outras mulheres ficaram feridas.”
Vejo a foto e fico em dúvida sobre se a publico. Decido que sim: o mundo tem que ver isso.Tem que se indignar.
Até quando vamos suportar isso? Já pensaram se fossem crianças americanas?
É uma rotina, lamentavelmente.
Vou contar uma história.
Em dezembro de 2009, o jornalista iemenita Abdulelah Shaye foi a uma aldeia em seu país para investigar a morte de dezenas de pessoas num bombardeio. A alegação do governo do Iêmen era que se tratava de terroristas da Al-Qaeda, o grupo de bin Laden.
O que Shaye descobriu foi algo bem diferente.
Crianças e mulheres tinham sido mortas, e não terroristas. Ele também encontrou destroços em que estava escrito “made in USA”. O Iêmen não tem as armas utilizadas no bombardeio.
Fora, na verdade, uma ação americana, não do Iêmen. E o meio foram os controvertidos drones, os aviões teleguiados que disparam mísseis sem que haja tripulação. Um dos documentos vazados pelo Wikileaks sobre as atividades da diplomacia americana mostrava que a Casa Branca combinara com o Iêmen que este assumiria a responsabilidade em caso de ataques como o da aldeia para a qual fora, como jornalista, Shaye.
Isso evitaria não só desgaste de imagem como a economia de dinheiro em indenizações por mortes de inocentes.
O furo de Shaye lhe valeu duas coisas. A primeira, aplausos entre os iemenistas, cansados de um governo corrupto, ditatorial e subserviente aos Estados Unidos.  A segunda, a cadeia. O governo do Iêmen acusou-o de vínculos com a Al-Qaeda – sem provas — e o prendeu.
Os inocentes mortos no Iêmen – ou no Afeganistão, ou no Iraque – têm escasso valor, quando comparados aos inocentes mortos no Ocidente. São vítimas invisíveis, ignoradas no mundo — choradas apenas num canto que para nós, ocidentais, não é nada.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Para Não Esquecer


OITO ANOS DA CHACINA DA BAIXADA: o "31 de Março" e a periferia não podem ser esquecidos!

Na noite do dia 31 de março de 2005, quando se completavam 41 anos do golpe militar de 1964, policiais militares iniciaram uma série de assassinatos em Nova Iguaçu e só terminaram a ação em Queimados. No total, 29 pessoas morreram e somente uma conseguiu sobreviver. Foi a maior matança realizada por agentes do Estado até hoje no Rio de Janeiro de uma só vez, teve intensa repercussão nacional e internacional, e ficou conhecida como a Chacina da Baixada.

A mobilização da sociedade a partir desse massacre, principalmente dos familiares das vítimas e organizações defensoras dos direitos humanos, obrigou o Estado a fazer o que geralmente não acontece quando se trata de crimes cometidos por grupos de extermínio: investigar e chegar a alguns dos culpados. Dos 11 policiais diretamente envolvidos, apenas 5 foram julgados, 4 foram condenados e 1 foi absolvido, e mais um, beneficiado pela chamada “delação premiada”, foi assassinado na prisão por seus ex-comparsas.

Os outros não foram julgados, e nenhum mandante ou chefe do grupo de extermínio do qual os condenados faziam parte foram investigados, embora tenha sido formada, logo após a chacina, uma suposta comissão de nível federal que deveria investigar a fundo os grupos de extermínio atuantes na Baixada Fluminense.

Em consequência, embora tenha sido uma vitória da mobilização popular os julgamentos e condenações, o quadro de violência, matanças e impunidade nessa periferia do Grande Rio não se alterou significativamente nestes seis anos. De certa forma se agravou, pois enquanto a propaganda e as ilusões em relação às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) alimentam a ideia de que há uma nova realidade de segurança pública no Rio, a extrema violência que prossegue em regiões periféricas como a Baixada, a Zona Oeste do município do Rio e São Gonçalo/Itaboraí, ficam esquecidas pela grande imprensa e por grande parte da chamada “opinião pública”.

Deve-se lembrar, aliás, que é para essa periferia pobre, carente dos serviços públicos mais básicos, e esquecida pela mídia, que os atuais projetos de remoção de comunidades, estimulados pela especulação imobiliária desencadeada pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, querem levar ainda mais pessoas pobres. Pretende-se, dessa maneira, aprofundar a construção de uma metrópole segregada e dividida, onde a maior parte da população (a parte pobre) viveria em regiões distantes, abandonadas e “invisíveis”.

É por isso que os familiares das vítimas da Chacina da Baixada, e movimentos e organizações defensoras dos direitos humanos, fazem questão de sempre lembrar o 31 de Março e a Baixada como uma data e um lugar que nunca podem ser esquecidos. Neste ano, como em 2012, os oito anos da chacina serão lembrados por uma caminhada que vai refazer o trajeto dos assassinos pelas ruas de Nova Iguaçu, naquela noite horripilante.

A concentração será na Via Dutra, na altura da concessionária Besouro Veículos, às 15hs, no 31/03/2013. Em seguida, haverá uma missa em lembrança das vítimas, na Igreja Sagrada Família, em Nova Iguaçu

PARTICIPE!
DIA 31/03, ÀS 15HS – VIA DUTRA
Fonte: Coletivo Memória, verdade e Justiça-RJ

quarta-feira, 13 de março de 2013

Feito de Ferro e Flor- Gregório Bezerra sempre nos nossos corações e açoes.

113 anos de nascimento de Gregório Bezerra
Alguns escritores e poetas definiram a questão da morte relacionada com as pessoas que lideram e lutam por causas justas e coletivas de uma forma muito especial. O poeta e escritor Guimarães Rosa disse que pessoas assim, de fibra, “não morrem, elas se encantam”; para os índios, segundo Antônio Callado disse no Quarup, as pessoas que têm essas características “nunca morrem, pois o seu pensamento entra em outras cabeças”.
Gregório Bezerra nasceu no início do século XX, em 13 de março de 1900, no Município de Panelas. Sofreu todas as dificuldades para sobreviver na infância, começando a trabalhar com 4 anos de idade, ficou órfão aos 6 anos, trabalhou como doméstico aos 10 anos em Recife, carregou frete, foi vendedor de jornais, mesmo sendo analfabeto até os 25 anos. Foi preso quando era ajudante de pedreiro porque apoiava a luta dos trabalhadores da construção civil, quando tinha apenas 16 anos, e cumpriu quase cinco anos de prisão, na Casa de Detenção do Recife.  Não desistiu diante de tudo que enfrentou e que sofreu.
Foi para o exército, viajou para o Rio de Janeiro, aprendeu a ler e a escrever, fez curso de sargento, foi um dos mais destacados do País, andou pelo Brasil e depois veio servir em Pernambuco, como sargento instrutor de educação física e de tiro ao alvo.
Nos anos 30 começou a ter contato com o Partido Comunista (PCB) através de trabalhadores que viajavam com ele de trem, pela literatura dos jornais e livros que destacavam a luta pelo socialismo no Brasil e no mundo.
Em 1935 participou do levante armado contra o fascismo que assolava o mundo e se espalhava pelo Brasil, participando da Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento liderado por Luiz Carlos Prestes, denominado de o Cavaleiro da Esperança. Ficou preso dez anos e só saiu com a Anistia em 1945. Foi eleito deputado federal constituinte, sendo o 2º mais votado de Pernambuco, se integrando a uma das mais expressivas e combativas bancadas da história do parlamento brasileiro, que foi a bancada comunista liderada pelo senador Luiz Carlos Prestes.
Teve cassado seu mandato com nova prisão em 1947. Foi solto, seguiu para a clandestinidade pelos diversos estados da federação, participando de lutas camponesas pela reforma agrária e nos comitês pela paz mundial.
Em 1957, nova prisão, solto, voltou para Pernambuco e participou das campanhas de Cid Sampaio para Governador, de Miguel Arraes para Prefeito e para Governador e de Pelópidas Silveira para Prefeito. Desenvolveu um grandioso trabalho de articulação e organização dos camponeses na fundação dos sindicatos de trabalhadores rurais da zona canavieira de Pernambuco e do Partido Comunista Brasileiro, o PCB.
Em 1964 Gregório foi arrastado com três cordas no pescoço, depois de ter sido submetido a todo tipo de violência e tortura, pelas ruas do Recife, numa das cenas mais hediondas do século XX. Mas não se deu por vencido e continuou lutando pelo soerguimento do PCB, mesmo dentro da prisão, novamente na Casa de Detenção do Recife, hoje transformada na Casa da Cultura. Foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador americano em 1969. Seguiu para o exílio na União Soviética e voltou em 1979, através de nova anistia.
Voltou com 79 anos, mas continuou sua luta, já trazendo na bagagem seu livro de memórias, publicado, à época, em dois volumes, e seguindo sua vida política, agora como membro do Comitê Central do PCB.
Acompanhou Prestes em sua Carta aos Comunistas, participando ativamente da luta pela “Reconstrução Revolucionária do Partido”, apoiando a convocação para “Tomar o Partido em suas mãos”, através das bases, andando pelo País, e especialmente pelo Nordeste, na organização dos “Comitês de Defesa do Partido”.
Gregório Bezerra foi sintetizado pelo poeta Ferreira Gullar, como um homem “Feito de Ferro e de Flor”, porque mesmo diante de todos os problemas, da fome, do analfabetismo na juventude, das diversas prisões, da moradia nas ruas, da clandestinidade, em nenhum momento ele se lamentava, muito pelo contrário, estava sempre de bom humor, disposto a participar dos eventos, da reconstrução revolucionária do Partido, da conquista de novos quadros, corroborando com a força da luta por um ideal revolucionário e socialista, pelo fortalecimento das lutas do povo, pela defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes como prioridade absoluta, tendo a coragem de enfrentar sempre os desafios impostos pelo sistema capitalista, com ética, honestidade, firmeza, e, tudo isso, com muita ternura e carinho com todas as pessoas que estavam presentes em seus caminhos.
Por tudo isso, Gregório “não morreu, se encantou”, como dizia o poeta Guimarães Rosa, se encantou nas lutas dos trabalhadores rurais, dos movimentos sociais de luta pela terra, nas crianças abandonadas pelas ruas, nas pessoas que são exploradas e esmagadas em seus direitos. Como também, Gregório não morreu, como diziam os índios no Quarup de Antonio Callado, porque figuras da dimensão heroica dele, continuam povoando “as cabeças das pessoas com seus pensamentos” de esperança  e luta de construir um outro mundo, um outro modo de vida onde as riquezas, a ciência e tudo que se produza  possa ser compartilhado com todos.
Gregório Bezerra, Presente!

domingo, 10 de março de 2013

Declaração do Hezbollah, sobre Hugo Chávez


“O mundo livre, os oprimidos do mundo e nós, diretamente, perdemos amigo e apoiador leal e amado, que dedicou a vida à defesa dos povos oprimidos e perseguidos, firme defensor dos países do Terceiro Mundo e de nossos direitos a progredir e prosperar” – disse o Hezbollah em declaração oficial.

“O Hezbollah e todo o Líbano jamais esqueceremos o apoio que o falecido presidente Chávez ofereceu ao Líbano, quando enfrentamos o inimigo sionista na guerra de julho de 2006. Os povos árabes e islâmicos jamais esqueceremos a firme posição do falecido presidente Chávez na defesa dos direitos do povo palestino e dos direitos da República Islâmica do Irã ao uso pacífico de tecnologia nuclear”.

“O presidente Chávez foi uma fortaleza de defesa contra as políticas imperialistas, sem jamais ceder a sucessivos governos dos EUA ou se deixar submeter às suas pressões, provando que nossos países podem perseverar na trilha da independência e do progresso social, sem depender da custódia dos EUA” – diz a declaração do Hezbollah.

“O Partido da Resistência libanesa manifesta as mais sinceras condolências à família e aos camaradas do falecido grande comandante e a todo o valente povo venezuelano, e põe-se ao lado deles, nessa hora triste, de tão grande perda”.


“O Hezbollah espera que os camaradas e companheiros do presidente Chávez conseguirão completar o seu trabalho e o seu legado, na defesa da liberdade, da independência e do bem-estar do povo venezuelano. Que continuem a apoiar os povos oprimidos em todo o mundo. E que não desistam da luta à qual o presidente Chávez dedicou a vida, contra as conspirações dos sionistas e dos EUA” – conclui a declaração.

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/03/hezbollah-sobre-chavez-perdemos-um.html

terça-feira, 5 de março de 2013

Dia da Dignidade


04.03.13 - Colômbia
Movimento realiza atos em memória às vítimas de crimes de Estado

Tatiana Félix
Jornalista da Adital

Aproveitando a celebração do Dia da Dignidade das vítimas de crimes de Estado, o Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado (Movice) realiza na próxima quarta-feira (6) o VI Encontro Nacional de Vítimas de crimes de Estado no Teatro Jorge Eliécer Gaitán de Bogotá, o qual contará com atos simbólicos e um itinerário de galerias da memória às vítimas, além da campanha "Move-te: a memória está gravada em tua pele”.
População colombiana, comunidade internacional, meios de comunicação, organizações de direitos humanos, vítimas de crimes estatais e comunidade em geral são chamadas à participarem das atividades que se realizarão ainda em diversos pontos do país.
Além do encontro em Bogotá, o movimento realizará um ato público pela manhã na Plazoleta da Dignidade, La Alpujarra, em Medellín (Antioquia), sob o lema "A voz das vítimas contra a criminalidade estatal”. Já em Barranquilla, no departamento de Atlántico, será realizado um plantão na Praça da Paz; em Barrancabermeja (Santander) haverá um acampamento humanitário a partir de hoje (4) até a próxima sexta-feira (8).
Em diversos pontos de Sucre haverá marcha e ato público em apoio aos campesinos do assentamento La Europa e para denunciar a ação das agropecuárias reflorestadoras que participaram no despejo dos Montes de Maria. Uma mobilização também acontecerá em San Juan de Pasto, em Nariño, assim como em Pitalito, no departamento de Huila, onde será realizada ainda uma coletiva de imprensa na cidade de Neiva para falar sobre as vítimas de crimes de Estado da região.
Os atos em solidariedade às vítimas vão além do território colombiano, acontecendo também em outros países. Em Chacabuco, na Argentina, por exemplo, será executada a campanha "A memória está gravada em tua pele”, a Jornada de comemoração; Dia das Vítimas de Crimes de Estado na Colômbia e outras atividades culturais. No México, o Coletivo Dexpierte fará um mural em homenagem às vítimas colombianas e em Londres, na Inglaterra, o movimento Justice for Colombia (Justiça para Colômbia) entregará amanhã (5) uma petição para o embaixador colombiano, sobre o caso de desaparição forçada do dirigente Henry Díaz, prestes à completar um ano. Na Espanha, haverá mobilizações em Madrid e em Alicante.
O Movice também apresentará na Colômbia, no dia 6, um documento sobre criminalidade estatal dos últimos 60 anos, que relatará como o Estado colombiano violou direitos humanos neste período, e em contrapartida apresenta propostas para ajudar no processo dos diálogos de paz entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo, enfatizando a ‘verdade e a justiça’, a reparação integral e os direitos das vítimas para realmente se alcançar a paz no país. "A paz se constrói sem crimes de Estado!”, reforçam.
O Dia da Dignidade das vítimas de crimes de Estado foi proclamado em 2008 pelo Movice para promover atos de mobilização em rechaço aos crimes perpetrados pelo Estado, dar visibilidade à impunidade e continuidade do paramilitarismo, e à persistente "estigmatização, perseguição, desaparição e assassinatos contra as vítimas e outros líderes sociais”.
Para mais informações, acesse: http://www.movimientodevictimas.org/
Fonte: Adital

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Israel no comando


Hostilidade dos EUA em relação ao Irã é apenas um exemplo de uma política de autodestruição imposta a América por Israel. 
 Kevin Barrett
PressTV
Na verdade, a “guerra ao terror” é na realidade, uma guerra contra o Islã - é uma fabricação israelense.
Chuck Hagel, secretário do presidente Obama de candidato Defesa, está em apuros. Por quê? Porque ele disse a famosa frase: "O lobby judeu intimida um monte de gente aqui. Eu não sou um senador israelense. Eu sou um senador dos Estados Unidos.”.
Na sexta-feira (15), 40 senadores americanos supostamente bloquearam a nomeação de Hagel com uma obstrução. Suas mensagens foram altas e claras: "Nós não somos os senadores dos Estados Unidos. Estamos senadores israelenses”. Alan Hart, ex-correspondente da BBC no Oriente Médio, expressou seu desgosto com o voto dos “senadores israelenses” no seu programa de rádio, Rádio Verdade Jihad, nesta sexta-feira: "Isto é traição. Servindo uma nação estrangeira, e não o seu, não é apenas errado - é traição”. Uma dos traidores, o senador Mike Lee (R-Israel), mencionado 16 vezes, enquanto Israel obstrui a indicação de Hagel. O senador Ted Cruz (R-Israel) Israel mencionado 10 vezes. No total, os senadores republicanos mencionaram Israel 64 vezes durante seu interrogatório hostil de Hagel. A guerra no Afeganistão - questão mais premente a presença militar dos Estados Unidos no Afeganistão -. Só foi mencionado quatro vezes. Os 40 senadores não se importa com as tropas dos EUA presos no atoleiro afegão, os soldados vão lutar para morrer. Eles não se preocupam com a economia dos EUA - que, como os soldados norte-americanos enviados ao Oriente Médio e fincados no atoleiro, está sangrando e morrendo em guerras ditadas por Israel, imposta a América por Israel... guerras cujo único propósito é servir os interesses de Israel, em detrimento dos interesses dos Estados Unidos. 
Chuck Hagel apontou que os interesses dos EUA e os interesses israelenses nem sempre coincidem. Isso é muito aquém da realidade. A verdade é que no mundo de hoje, os interesses americanos e os interesses de Israel estão em oposição dura ao outro.
Os EUA, como Zbigniew Brzezinski sugere em seu livro The Grand Chessboard, compete com a Rússia para a influência, no centro da Eurásia, e que compete com as potências emergentes da Ásia, China e Índia, por recursos energéticos e minerais. Os aliados naturais dos EUA nesta parte do mundo são as nações muçulmanas. E o mais importante aliado dos EUA potencial na região é o Irã. De acordo com Brzezinski, os EUA devem fazer todo o possível para estabelecer boas relações com o Irã. Sua implicação é que os EUA deveriam pedir desculpas por seu comportamento passado terrível para o Irã, parar de provocar os iranianos sobre o programa iraniano de energia nuclear pacífica, acabar com todas as sanções contra o Irã e dar status de nação mais favorecida. Mas isso não vai acontecer - embora EUA tenha interesses geopolíticos ditam que deve. Porque não? Porque o Irã nunca vai parar de apoiar os palestinos em sua luta contra o genocídio na Palestina ocupada. E isso não é aceitável para Israel - que detém e gere o governo dos EUA. Os EUA é provoca o Irã em nome de Israel. Ao fazer isso, ele está prejudicando a si mesmo. Mas ninguém em os EUA é permitido mencionar isso. Expressando mesmo o menor desconforto com a posse israelense da América, como Chuck Hagel tem tido, não é apenas as hostilidade dos EUA em relação ao Irã é apenas um exemplo de uma política de autodestrutiva imposta a América por Israel. Na verdade, a "guerra ao terror" todo - na realidade, uma guerra contra o Islã - é uma fabricação israelense.
Traduzido por Valter Xéu 
Fonte: Irãn News

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

70 Anos da Batalha de Stalingrado.


A batalha que salvou a humanidade do nazismo

Em 2013 completam-se 70 anos da vitória soviética na Batalha de Stalingrado com a rendição das hordas de Hitler em 2 de fevereiro de 1943. Foi o inicio da derrocada da ameaça nazista e o triunfo de todos os povos do mundo.
Stalingrado salvou a humanidade da sanha nazi-fascista
Por Max Altman

Por volta de setembro de 1942, a soma das conquistas de Hitler era estarrecedora. O Mediterrâneo havia se tornado praticamente um lago do Eixo, a Alemanha nazista e a Itália fascista dominando a maior parte da costa setentrional, desde a Espanha até a Turquia e a costa meridional da Tunísia até cerca de 100 quilômetros distante do rio Nilo.

As tropas da Wehrmacht mantinham guarda desde o cabo setentrional da Noruega, no Oceano Ártico, até o Egito; da ocidental Brest no Atlântico até a parte sul do rio Volga, às bordas da Ásia Central. Regimes fascistas pré-existentes e governos fantoches faziam o jogo do Reich nazista. França, Holanda, Bélgica, Dinamarca, Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Polônia, os Bálcãs, a Grécia e outras mais já haviam sido engolidas pelasPanzer Divisionen.

Em fins do verão de 1942, Adolf Hitler parecia estar em esplêndida situação. Os submarinos alemães estavam afundando 700.000 toneladas por mês de barcos britânicos e americanos no Atlântico, mais do que se poderia substituir nos estaleiros navais dos Estados Unidos, Canadá e Escócia, então em franco progresso.

As tropas nazistas do 6º Exército do marechal Friedrich von Paulus haviam alcançado o Volga, exatamente ao norte de Stalingrado em 23 de agosto. Dois dias antes, a suástica tinha sido hasteada no monte Elbruz, o ponto mais alto das montanhas do Cáucaso (5.642 metros). Os campos petrolíferos de Maikop, que produziam anualmente 2,5 milhões de toneladas de petróleo, haviam sido conquistados em 8 de agosto.

No dia 25, os blindados do general Kleist chegaram a Mozdok, distante apenas 80 quilômetros do principal centro petrolífero soviético, nas imediações de Grozny e a cerca de 150 quilômetros do mar Cáspio. No dia 31 de agosto, Hitler ordenou que o marechal-de-campo List, comandante dos exércitos do Cáucaso, reunisse todas as forças existentes para o assalto final a Grozny, a fim de se apoderar de todos os ricos campos petrolíferos da região.

Determinou que o 6º Exército e o 4º Exército Panzer se lançassem para o Norte, ao longo do Volga, cercando e sufocando Stalingrado, num vasto movimento envolvente que lhe permitisse avançar de leste e de oeste contra o centro da Rússia, tomando, finalmente, Moscou. Ao almiranteRaeder, no final de agosto, Hitler dizia que a União Soviética "era um 'lebensraum' (espaço vital), à prova de bloqueio" o que lhe ensejava voltar-se para os ingleses e americanos que "seriam obrigados a discutir os termos da paz".

Com essas conquistas vitais o "Reich de mil anos" estaria garantindo sua subsistência e permanência: as vastas estepes da Ucrânia, ubérrimas, a fazer brotar um infindável celeiro dourado de trigais; os abundantes campos de ouro negro a besuntar de energia a máquina bélica e industrial alemã.

As imagens mais longínquas de minha meninice datam dessa época. Registram meu pai, cercado de amigos, debruçados sobre um mapa da Europa estendido sobre a mesa, lupa em punho, rádio em ondas curtas. Esta mesma cena provavelmente estaria se repetindo em milhões de outros lares pelo mundo afora. Anos mais tarde, meu pai, um jovem revolucionário imbuído de ideais socialistas, que no começo dos anos 1930 tinha abandonado a Polônia de governo pró-nazi e anti-semita para vir ao Brasil, relatava a agonia e o horror com que acompanhavam a expansão irrefreável do império nazista.

Quando os cabogramas anunciaram que a infantaria alemã havia atravessado o Don silencioso em direção a Stalingrado, o assombro se instalou. E se a Alemanha nazista derrotasse a União Soviética?

A ideologia da supremacia racial ariana de Hitler se abateria sobre grande parte do mundo. Negros, eslavos, indígenas, árabes, mestiços, mulatos, amarelos, sub-raças e escória social, trabalhariam sob o tacão de ferro do nazismo, como semi-escravos, para a glória da raça superior. Povos inteiros, judeus, ciganos, seriam aniquilados em nome da limpeza étnica. Comunistas, socialistas e liberais seriam confinados em campos de concentração e de lá não sairiam vivos. O colonialismo na África e Ásia ganharia alento. As liberdades seriam espezinhadas e governos lacaios em todos os quadrantes se encarregariam de organizar gestapos em cujos porões um elenco monstruoso de torturas ao som da DeutschlandÜber Alles seria levado a cabo contra os inimigos do regime. As conquistas sociais dos trabalhadores estariam esmagadas. O progresso, as artes, as ciências sofreriam abalo.

Além do que, Werner von Braun e seus assistentes em Penemunde estariam aperfeiçoando as mortíferas bombas voadoras de longo alcance com ogivas nucleares e outras máquinas bélicas de alta tecnologia a pender como espada de Dâmocles sobre qualquer país que ousasse desafiar o Reich alemão. E se alguma nação pretendesse enfrentar os interesses do Grande Império Germânico novas ondas de panzers ou de bombas V1 e V2 desencadeariam ‘blitzkriegs’ preventivas para aniquilar pelo terror qualquer tentativa.

Quando o jovem general Konstantin Rokossovsky, levando a cabo as instruções táticas da Operação Uranus ordenadas diretamente de Moscou e arquitetadas pelos generais Alexander Vasilievsky e Vasily Volsky, conseguiu romper, em 19 de novembro, o anel de aço que cercava Stalingrado, a esperança reacendeu. No entanto, a cidade estava sitiada, os seguidos bombardeios da Luftwaffe haviam-na reduzido a escombros. Dia após dia o cerco se apertava e em fins de novembro a zona urbana era invadida. Veio a ordem terminante: defender a todo custo as fábricas Outubro Vermelho e Barricadas que produziam os carros de assalto, a Fábrica de Tratores que construía os blindados T-34 e a estação ferroviária central onde as matérias primas eram desembarcadas.

Iniciou-se então a mais feroz, a mais encarniçada, a mais renhida e sangrenta, a mais dramática das batalhas militares que a História da humanidade conheceu. O terreno coberto de destroços impedia qualquer ação de blindados, a proximidade dos contendores tornava impraticável a cobertura aérea. Só restava calar baionetas e passar a travar a luta casa a casa, corpo a corpo, em cada centímetro de chão. Para ilustrar a tenacidade com que se combatia, basta lembrar que a plataforma semidestruída da estação de trens mudou de mãos sete vezes num único dia. Os operários da Outubro Vermelho empunharam armas e estabeleceram uma muralha de fogo em torno da fábrica. Jamais se havia visto tantas cenas de heroísmo, bravura e coragem, de lado a lado, naquele cenário lúgubre das ruínas da cidade. Nunca antes soldados haviam lutado com tanto denodo para conquistar e defender.

Em 30 de janeiro de 1943, décimo aniversário da subida de Hitler ao poder, o führer fazia uma solene proclamação pelo rádio: "Daqui a mil anos os alemães falarão sobre a Batalha de Stalingrado com reverência e respeito, e se lembrarão que a despeito de tudo, a vitória final da Alemanha foi ali decidida". Três dias depois, em 2 de fevereiro, o marechal-de-campo Von Paulus assinava diante do general Vassili Chuikov, comandante das tropas do Exército Vermelho em Stalingrado, a rendição do 6º Exército alemão. A transmissão da capitulação foi feita em Berlim, através da rádio alemã, pelo general Zeitzler, chefe do Alto Comando da Wehrmacht (OKW) precedida do rufar abafado de tambores e da execução do segundo movimento da Quinta Sinfonia de Beethoven.

A maior e a mais épica das batalhas da 2ª Guerra Mundial que tivera início em 26 de junho havia chegado ao fim. Foram feitos prisioneiros pelos soviéticos 94.500 soldados alemães dos quais 2.500 oficiais, 24 generais e o próprio marechal Von Paulus. Mortos cerca de 140.000 soldados daWehrmacht e 200.000 homens do Exército Vermelho. Os soviéticos tomaram do exército inimigo 60.000 veículos, 1.500 blindados e 6.000 canhões. A espinha dorsal do exército nazista e do Terceiro Reich estava irremediavelmente quebrada.
Os mesmos milhões de lares que tinham vivido momentos de apreensão e pavor explodiram de emoção. Hitler havia mordido o pó da derrota. Corações e mentes voltaram-se para glorificar os heróis combatentes do Exército Vermelho e honrar os que tombaram no campo de batalha pela liberdade. A admiração pela extraordinária façanha impunha a pergunta: o que levou aquele contingente de centenas de milhares de jovens a lutar com tal fúria e obstinação?

Certamente o apelo da Grande Guerra Patriótica, livrar o solo pátrio do invasor. Havia mais. A leitura das lancinantes cartas aos familiares escritas no front deixava evidente a determinação de defender as conquistas da Revolução de Outubro por cuja consolidação seus pais, 25 anos antes, haviam derramado sangue enfrentando e derrotando o exército branco e tropas invasoras de catorze países mobilizados para sufocar no nascedouro a revolução bolchevique.

A partir daí o Exército Vermelho arrancou impetuoso rumo a capital do Reich nazista, abrindo em sua passagem os portões macabros deAuschwitz-Birkenau. As tropas anglo-americanas desembarcam na Normandia em 6 de junho de 1944. No dia 2 de maio de 1945, soldados do destacamento avançado do general Ivan Koniev hasteiam a bandeira soviética no mastro principal do Reichstag.

Cinco dias depois, numa pequena escola de tijolos vermelhos em Reims, França, na madrugada de 8 de maio de 1945, o almirante Friedeburg e o general Jodl assinam, em nome do que restou da máquina de guerra nazista, diante do general Ivan Susloparov pela União Soviética, e do general Walter Bedell Smith pelos aliados, a rendição incondicional.

Os canhões cessaram de troar e as bombas deixaram de cair. Um estranho silêncio pairou sobre o continente europeu pela primeira vez desde 1º de setembro de 1939. O mundo estava livre da sanha nazi-fascista.

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Fonte: Rede Democratica

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