Nicarágua
Comandante do exército denuncia conspiração de Honduras e Costa Rica
Manágua, (Prensa Latina) O comandante em Chefe do Exército, general Julio César Avilés Castillo (foto), denunciou que a Nicarágua está sendo vítima de uma espécie de conspiração internacional de vários países com o fim de proteger interesses expansionistas na costa do território nacional. As declarações foram oferecidas pelo general Avilés Castillo durante a comemoração do dia do Soldado da Pátria, onde ademais expressou que todas as mentiras da Costa Rica foram descobertas no livro branco "As Verdades que Costa Rica Oculta".
O alto chefe militar disse que prova disto é que, às denúncias de Costa Rica de acusar falsamente ao exército nica de invadir territórios ticos, se somou Honduras com a informação falsa sobre supostos acampamentos de guerrilheiros hondurenhos em território nicaraguense. Avilés Castillo também denunciou a falsa campanha de que Nicarágua está enviando armas para causar desestabilização no vizinho país do norte.
O chefe militar assinalou que as acusações de os ambos países são falsas e obedecem a uma estratégia combinada e armada com colaboração da Colômbia, para cercar o território nicaragüense e golpear a imagem internacional do governo de Manágua.
Estimou que isto se faz com o propósito de incidir nos litigios internacionais que Nicarágua livra em Haia pela legitimização do rio nicaraguense San Juan.
O Exército negou as versões provenientes de Honduras e disse que a própria informação de meios hondurenhos, o que acontece no setor de Baixo Aguán é que existe um conflito de terras entre camponeses e empresários privados, que têm degenerado em mortes com armas de fogo.
Sobre Costa Rica, disse que o Exército se sustenta em território nacional, na missão de apoiar a limpeza do rio San Juan e sob as leis nicaraguenses e em respeito ao médio ambiente.
Denunciou que esse país está lançando suas calúnias e mentiras contra Nicarágua para tratar de arrebatar território através de manobras e manipulações ilegais.
Fonte: Patria Latina
Lutar pela Liberdade dos Cinco Heroís Cubanos prisioneiros do Império Norte Americano por Defenderem a Soberania de Cuba. Em 1959 em Serra Maestra a Revolução Vitóriosa inaugura o Socialismo na Ilha, promovendo para seu Povo Igualdade de Oportunidade. Nossos Cinco Heroís Cubanos mesmo sofrendo nos presídios do Império continuam lutando por Cuba Socialista. Viva nossos Heroís, Viva Cuba,Viva Revolução e Viva o Socialismo
domingo, 19 de dezembro de 2010
sábado, 11 de dezembro de 2010
A Casa da América Latina, convida seus sócios e população em geral a participarem da Conferência, do Vice-Presidente da Bolívia Álvaro García Linera, com o lançamento nacional do livro “A Potência Plebeia”
Dia: 13 de dezembro (segunda-feira)
Horário: 18:30
Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), auditório 11
Contamos com a presença de todos
Saudações Latino Americanas
Valmiria Guida
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
02.12.10 - CUBA
MOVIMENTO MUNDIAL PLANEJA MOBILIZAÇÃO EM PROL DOS CINCO CUBANOS.
Tatiana Félix
No próximo dia 10, quando será celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, movimentos sociais da América Latina e Europa, que militam em defesa dos Cinco Cubanos presos há pouco mais de 12 anos nos Estados Unidos da América (EUA), acusados de terrorismo, farão uma intensa mobilização pela liberdade destes que são chamados "herois cubanos". A ação foi decidida durante o VI Colóquio Internacional pela Liberdade dos 5 Herois, que também pediu o fim do terrorismo em Holguín, cidade localizada no Oeste de Cuba.
"No Dia Internacional dos Direitos Humanos, fazendo uso das faculdades que confere a Constituição dos EUA, (...) exigimos ao Presidente Obama que ponha fim a esta colossal injustiça e que libere aos 5 agora!", enfatizam.
A proposta é que durante todo o dia sejam enviados fax, telegramas ou e-mails e também ligações telefônicas, para o presidente estadunidense Barack Obama, com pedidos para que ele libere os cinco presos políticos cubanos. A orientação é a de que estas ações se prolonguem até o dia 14 de dezembro.
As ligações podem ser feitas para o número +1 202 456-1111, da Casa Branca. Em caso de envio de fax, o número é +1 202 456-2461. O correio eletrônico deve se enviado através do endereço - http://www.whitehouse.gov/contact. Já para o envio do telegrama o endereço é: Presidente Barack Obama, The White House, 1600 Pennsylvania Ave, NW, Washington, DC 20500 - USA.
Diante da resistência dos Estados Unidos com o caso dos Cinco Cubanos, no último dia 13 de outubro, a Anistia Internacional emitiu um informe pedindo ao governo norteamericano que revise o julgamento e modere qualquer injustiça, adotando um processo de perdão ou qualquer outro meio apropriado.
O movimento em defesa pelos Cinco Cubanos alega que o presidente Obama tem provas suficientes de que os 'Heróis Cubanos' são inocentes, e que jamais representaram uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos. De acordo com os defensores dos cubanos presos, eles não portavam armas na ocasião e o único objetivo deles era monitorar organizações terroristas com sede em Miami a fim de evitar que mais pessoas inocentes morressem.
Entenda o caso
Os cinco antiterroristas cubanos Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González, foram presos nos Estados Unidos em 1998 quando monitoravam ações criminosas de grupos anticubanos localizados no Sul do país. No entanto, apesar de existirem provas e testemunhos de que os Cinco Cubanos nunca atentaram contra a segurança norte-americana, eles foram condenados com sentenças que variam de 15 anos até dupla cadeia perpétua, mais 15 anos.
fonte: Adital
MOVIMENTO MUNDIAL PLANEJA MOBILIZAÇÃO EM PROL DOS CINCO CUBANOS.
Tatiana Félix
No próximo dia 10, quando será celebrado o Dia Internacional dos Direitos Humanos, movimentos sociais da América Latina e Europa, que militam em defesa dos Cinco Cubanos presos há pouco mais de 12 anos nos Estados Unidos da América (EUA), acusados de terrorismo, farão uma intensa mobilização pela liberdade destes que são chamados "herois cubanos". A ação foi decidida durante o VI Colóquio Internacional pela Liberdade dos 5 Herois, que também pediu o fim do terrorismo em Holguín, cidade localizada no Oeste de Cuba.
"No Dia Internacional dos Direitos Humanos, fazendo uso das faculdades que confere a Constituição dos EUA, (...) exigimos ao Presidente Obama que ponha fim a esta colossal injustiça e que libere aos 5 agora!", enfatizam.
A proposta é que durante todo o dia sejam enviados fax, telegramas ou e-mails e também ligações telefônicas, para o presidente estadunidense Barack Obama, com pedidos para que ele libere os cinco presos políticos cubanos. A orientação é a de que estas ações se prolonguem até o dia 14 de dezembro.
As ligações podem ser feitas para o número +1 202 456-1111, da Casa Branca. Em caso de envio de fax, o número é +1 202 456-2461. O correio eletrônico deve se enviado através do endereço - http://www.whitehouse.gov/contact. Já para o envio do telegrama o endereço é: Presidente Barack Obama, The White House, 1600 Pennsylvania Ave, NW, Washington, DC 20500 - USA.
Diante da resistência dos Estados Unidos com o caso dos Cinco Cubanos, no último dia 13 de outubro, a Anistia Internacional emitiu um informe pedindo ao governo norteamericano que revise o julgamento e modere qualquer injustiça, adotando um processo de perdão ou qualquer outro meio apropriado.
O movimento em defesa pelos Cinco Cubanos alega que o presidente Obama tem provas suficientes de que os 'Heróis Cubanos' são inocentes, e que jamais representaram uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos. De acordo com os defensores dos cubanos presos, eles não portavam armas na ocasião e o único objetivo deles era monitorar organizações terroristas com sede em Miami a fim de evitar que mais pessoas inocentes morressem.
Entenda o caso
Os cinco antiterroristas cubanos Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerrero e Fernando González, foram presos nos Estados Unidos em 1998 quando monitoravam ações criminosas de grupos anticubanos localizados no Sul do país. No entanto, apesar de existirem provas e testemunhos de que os Cinco Cubanos nunca atentaram contra a segurança norte-americana, eles foram condenados com sentenças que variam de 15 anos até dupla cadeia perpétua, mais 15 anos.
fonte: Adital
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Eu Ajudei a Destruir o Rio de Janeiro
EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO DE JANEIRO
01.12.2010
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o "cinismo"
dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder
paralelo dos chefes do tráfico de drogas.
Guedes desafia a todos que "tanto se drogaram nas últimas décadas que
venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro".
Leia o artigo na íntegra:
EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas
estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a
violência enfrentada pelo Rio de Janeiro.
Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e
instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e
defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá
pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente.
Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas
danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon.
Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob
o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.
Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente
intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando
carreiras e carreiras do pó branco.
Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que
tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato
contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da
cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por
extensão.
Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta.
As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores:
entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens
ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado
terminou.
Onde há demanda, deve haver a necessária oferta.
E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua
dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das
drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastacuera,
que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um
império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam
cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas,
certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em
que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo
é, digamos assim, tolerado.
São doentes os que consomem.
Não sabem o que fazem.
Não têm controle sobre seus atos.
Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três
últimas décadas venham a público assumir:
"Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro."
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.
Sylvio Guedes
http://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8652:eu-ajudei-a-destruir-o-rio-de-janeiro&catid=80:denuncia&Itemid=109
01.12.2010
Sylvio Guedes, editor-chefe do Jornal de Brasília, critica o "cinismo"
dos jornalistas, artistas e intelectuais ao defenderem o fim do poder
paralelo dos chefes do tráfico de drogas.
Guedes desafia a todos que "tanto se drogaram nas últimas décadas que
venham a público assumir: eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro".
Leia o artigo na íntegra:
EU AJUDEI A DESTRUIR O RIO
É irônico que a classe artística e a categoria dos jornalistas
estejam agora na, por assim dizer, vanguarda da atual campanha contra a
violência enfrentada pelo Rio de Janeiro.
Essa postura é produto do absoluto cinismo de muitas das pessoas e
instituições que vemos participando de atos, fazendo declarações e
defendendo o fim do poder paralelo dos chefões do tráfico de drogas.
Quando a cocaína começou a se infiltrar de fato no Rio de Janeiro, lá
pelo fim da década de 70, entrou pela porta da frente.
Pela classe média, pelas festinhas de embalo da Zona Sul, pelas
danceterias, pelos barzinhos de Ipanema e Leblon.
Invadiu e se instalou nas redações de jornais e nas emissoras de TV, sob
o silêncio comprometedor de suas chefias e diretorias.
Quanto mais glamuroso o ambiente, quanto mais supostamente
intelectualizado o grupo, mais você podia encontrar gente cheirando
carreiras e carreiras do pó branco.
Em uma espúria relação de cumplicidade, imprensa e classe artística (que
tanto se orgulham de serem, ambas, formadoras de opinião) de fato
contribuíram enormemente para que o consumo das drogas, em especial da
cocaína, se disseminasse no seio da sociedade carioca - e brasileira, por
extensão.
Achavam o máximo; era, como se costumava dizer, um barato.
Festa sem cocaína era festa careta.
As pessoas curtiam a comodidade proporcionada pelos fornecedores:
entregavam a droga em casa, sem a necessidade de inconvenientes viagens
ao decaído mundo dos morros, vizinhos aos edifícios ricos do asfalto.
Nem é preciso detalhar como essa simples relação econômica de mercado
terminou.
Onde há demanda, deve haver a necessária oferta.
E assim, com tanta gente endinheirada disposta a cheirar ou injetar sua
dose diária de cocaína, os pés-de-chinelo das favelas viraram barões das
drogas.
Há farta literatura mostrando como as conexões dos meliantes rastacuera,
que só fumavam um baseado aqui e acolá, se tornaram senhores de um
império, tomaram de assalto a mais linda cidade do país e agora cortam
cabeças de quem ousa lhes cruzar o caminho e as exibem em bandejas,
certos da impunidade.
Qualquer mentecapto sabe que não pode persistir um sistema jurídico em
que é proibida e reprimida a produção e venda da droga, porém seu consumo
é, digamos assim, tolerado.
São doentes os que consomem.
Não sabem o que fazem.
Não têm controle sobre seus atos.
Destroem famílias, arrasam lares, destroçam futuros.
Que a mídia, os artistas e os intelectuais que tanto se drogaram nas três
últimas décadas venham a público assumir:
"Eu ajudei a destruir o Rio de Janeiro."
Façam um adesivo e preguem no vidro de seus Audis, BMWs e Mercedes.
Sylvio Guedes
http://www.formadoresdeopiniao.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8652:eu-ajudei-a-destruir-o-rio-de-janeiro&catid=80:denuncia&Itemid=109
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
México, opressão de todos os lados
Falsas cidades, interesses escusos
qui, 2010-11-25 15:10h
Internacional
Governo cria Cidades Rurais para controlar os povos indígenas de Chiapas e explorar suas terras
26/11/2010
Orsetta Bellani
de San Cristóbal de
Las Casas (México)
Nos últimos meses, há um grande movimento em Santiago El Pinar. Escavadoras que arranham o solo, caminhões que vão e vêm, e longas fileiras de operários que empilham tijolos nas margens de uma rua em obras, com a boca coberta por lenços para se proteger da poeira que levantam dos carros e dos veículos do Exército, que entram e saem continuamente no acampamento militar deste povoado.
Parece estranho tanto movimento ao redor de uma pequena comunidade indígena dos Altos de Chiapas, a uma hora de San Cristóbal de Las Casas. Um grupo de casas estreitas ao redor da igreja e uma esplêndida vista sobre as verdes montanhas chiapanecas, a uns 3 mil metros sobre o nível do mar. Ali, constrói-se uma das chamadas Cidades Rurais Sustentáveis. Já existe uma Cidade Rural em Chiapas. Está no norte do estado e se chama Novo Juan de Grijalva. A “velha” Juan de Grijalva se viu afetada em 2007 por fortes chuvas que obrigaram os habitantes da zona a serem “transferidos” para estes novos núcleos urbanos.
Mas Juan Sabines, governador do estado de Chiapas, anunciou a criação desses novos núcleos muito antes que as águas arrastassem as casas de muitos indígenas chiapanecos. As Cidades Rurais formam parte de um plano que o governo anunciou para acabar com a pobreza e que o presidente do México, Felipe Calderón, apoia porque, disse ele, essas cidades permitirão aos habitantes desta região viver melhor.
“No México, há uma enorme dispersão da população. Se o governo tem que levar um cabo de luz ou um cano de água, é mais fácil levá-los para mil pessoas do que para dez famílias”, argumentou Calderón em uma visita à região.
BID e Banco Mundial
No entanto, esta não é uma iniciativa do governo de Chiapas. A primeira Cidade Rural do estado mexicano obedece a um plano político e econômico desenhado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e, em especial, pelo Banco Mundial: um plano que se inclui em um projeto coletado em um informe publicado há dois anos, denominado “Nova Geografia Econômica”.
Em 2008, os presidentes do México, Colômbia e outros países da América Central firmaram o acordo comercial Plano Mesoamérica, uma nova versão do Plano Puebla-Panamá cujo fim é criar corredores comerciais e infraestruturas que conectem o sul do México com a Colômbia. Dessa forma, as transnacionais terão via livre para chegar aos recursos naturais da região e transferi-los para os Estados Unidos.
As Cidades Rurais representam um passo a mais para levar adiante o projeto de exploração pensado pelas transnacionais, muitas delas já instaladas em Chiapas. As comunidades que se encontram nessa região representam um obstáculo para as grandes empresas mineradoras.
Agora, as terras abandonadas das comunidades que viverão em novos centros estarão, por fim, disponíveis para as multinacionais mineradoras. Chiapas é rica em recursos naturais, e sua natureza virgem proporciona, também, grandes potenciais turísticos. Para preparar o terreno, durante os últimos anos estão sendo abertas muitas estradas de acesso às comunidades indígenas que vivem na selva.
A construção das Cidades Rurais Sustentáveis se converteram em um negócio: muitas empresas mexicanas e estrangeiras participam do projeto com fins lucrativos, por meio de suas fundações.
Contrainsurgência
Mas o programa Cidades Rurais vai além: ele faz parte do Plano de Desenvolvimento Chiapas Solidária, que, por trás da fachada assistencialista, esconde a estratégia contrainsurgente do governo contra o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). A guerra de baixa intensidade em Chiapas não se combate só treinando paramilitares, mas também através de programas de ajuda às famílias. Assim, provoca-se a divisão das comunidades, criando tensões entre quem aceita as ajudas do governo e quem, como os zapatistas, não a aceitam.
O Programa Cidades Rurais Sustentáveis permite controlar as comunidades, a espoliação de suas terras e, sobretudo, mudar seus costumes. Destrói-se o modo de vida camponesa-indígena e desintegra-se a vida comunitária.
As inundações de 2007 foram o pretexto que permitiu ao governo chiapaneco transferir a população para dentro da primeira Cidade Rural de Nuevo Juan Grijalva. Não foi fácil convencer as centenas de pessoas a deixar suas casas para serem recolocadas em um lugar asséptico e impessoal, onde a única possibilidade será a de se converter em mão de obra barata para as minas, centros turísticos, maquiladoras (fábricas de roupa onde os trabalhadores são superexplorados) ou grandes cultivos que surgirão nas terras por eles abandonadas.
Não está claro qual será agora o argumento que o governo de Sabines inventará para convencer os habitantes das quatro comunidades próximas a Santiago El Pinar para que deixem suas casas. Nem sequer se sabe o motivo pelo qual se escolheu justamente essa região para a construção da segunda Cidade Rural de Chiapas. (Diagonal)
Fonte: Jornal Brasil de Fato
Tradução: Cristiano Navarro
.
qui, 2010-11-25 15:10h
Internacional
Governo cria Cidades Rurais para controlar os povos indígenas de Chiapas e explorar suas terras
26/11/2010
Orsetta Bellani
de San Cristóbal de
Las Casas (México)
Nos últimos meses, há um grande movimento em Santiago El Pinar. Escavadoras que arranham o solo, caminhões que vão e vêm, e longas fileiras de operários que empilham tijolos nas margens de uma rua em obras, com a boca coberta por lenços para se proteger da poeira que levantam dos carros e dos veículos do Exército, que entram e saem continuamente no acampamento militar deste povoado.
Parece estranho tanto movimento ao redor de uma pequena comunidade indígena dos Altos de Chiapas, a uma hora de San Cristóbal de Las Casas. Um grupo de casas estreitas ao redor da igreja e uma esplêndida vista sobre as verdes montanhas chiapanecas, a uns 3 mil metros sobre o nível do mar. Ali, constrói-se uma das chamadas Cidades Rurais Sustentáveis. Já existe uma Cidade Rural em Chiapas. Está no norte do estado e se chama Novo Juan de Grijalva. A “velha” Juan de Grijalva se viu afetada em 2007 por fortes chuvas que obrigaram os habitantes da zona a serem “transferidos” para estes novos núcleos urbanos.
Mas Juan Sabines, governador do estado de Chiapas, anunciou a criação desses novos núcleos muito antes que as águas arrastassem as casas de muitos indígenas chiapanecos. As Cidades Rurais formam parte de um plano que o governo anunciou para acabar com a pobreza e que o presidente do México, Felipe Calderón, apoia porque, disse ele, essas cidades permitirão aos habitantes desta região viver melhor.
“No México, há uma enorme dispersão da população. Se o governo tem que levar um cabo de luz ou um cano de água, é mais fácil levá-los para mil pessoas do que para dez famílias”, argumentou Calderón em uma visita à região.
BID e Banco Mundial
No entanto, esta não é uma iniciativa do governo de Chiapas. A primeira Cidade Rural do estado mexicano obedece a um plano político e econômico desenhado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e, em especial, pelo Banco Mundial: um plano que se inclui em um projeto coletado em um informe publicado há dois anos, denominado “Nova Geografia Econômica”.
Em 2008, os presidentes do México, Colômbia e outros países da América Central firmaram o acordo comercial Plano Mesoamérica, uma nova versão do Plano Puebla-Panamá cujo fim é criar corredores comerciais e infraestruturas que conectem o sul do México com a Colômbia. Dessa forma, as transnacionais terão via livre para chegar aos recursos naturais da região e transferi-los para os Estados Unidos.
As Cidades Rurais representam um passo a mais para levar adiante o projeto de exploração pensado pelas transnacionais, muitas delas já instaladas em Chiapas. As comunidades que se encontram nessa região representam um obstáculo para as grandes empresas mineradoras.
Agora, as terras abandonadas das comunidades que viverão em novos centros estarão, por fim, disponíveis para as multinacionais mineradoras. Chiapas é rica em recursos naturais, e sua natureza virgem proporciona, também, grandes potenciais turísticos. Para preparar o terreno, durante os últimos anos estão sendo abertas muitas estradas de acesso às comunidades indígenas que vivem na selva.
A construção das Cidades Rurais Sustentáveis se converteram em um negócio: muitas empresas mexicanas e estrangeiras participam do projeto com fins lucrativos, por meio de suas fundações.
Contrainsurgência
Mas o programa Cidades Rurais vai além: ele faz parte do Plano de Desenvolvimento Chiapas Solidária, que, por trás da fachada assistencialista, esconde a estratégia contrainsurgente do governo contra o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). A guerra de baixa intensidade em Chiapas não se combate só treinando paramilitares, mas também através de programas de ajuda às famílias. Assim, provoca-se a divisão das comunidades, criando tensões entre quem aceita as ajudas do governo e quem, como os zapatistas, não a aceitam.
O Programa Cidades Rurais Sustentáveis permite controlar as comunidades, a espoliação de suas terras e, sobretudo, mudar seus costumes. Destrói-se o modo de vida camponesa-indígena e desintegra-se a vida comunitária.
As inundações de 2007 foram o pretexto que permitiu ao governo chiapaneco transferir a população para dentro da primeira Cidade Rural de Nuevo Juan Grijalva. Não foi fácil convencer as centenas de pessoas a deixar suas casas para serem recolocadas em um lugar asséptico e impessoal, onde a única possibilidade será a de se converter em mão de obra barata para as minas, centros turísticos, maquiladoras (fábricas de roupa onde os trabalhadores são superexplorados) ou grandes cultivos que surgirão nas terras por eles abandonadas.
Não está claro qual será agora o argumento que o governo de Sabines inventará para convencer os habitantes das quatro comunidades próximas a Santiago El Pinar para que deixem suas casas. Nem sequer se sabe o motivo pelo qual se escolheu justamente essa região para a construção da segunda Cidade Rural de Chiapas. (Diagonal)
Fonte: Jornal Brasil de Fato
Tradução: Cristiano Navarro
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domingo, 28 de novembro de 2010
Solidariedade a Senadora colombiana Piedad Córdoba
Novas denúncias acusam ex-senadora Piedad Córdoba de ligação com as Farc
Natasha Pitts *
Nesta quinta-feira (25), a senadora colombiana Piedad Córdoba, destituída de seu cargo por suposta ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), tornou pública a existência de um novo processo contra si. Córdoba afirmou que, pelos meios de comunicação, tomou conhecimento da decisão do Procurador Geral Alejandro Ordoñez.
A investida contra a ex-senadora diz respeito a mais uma acusação de que os trabalhos humanitários realizados por ela tinham, na verdade, ligação com as Farc. A acusação se baseia, supostamente, em informações obtidas em computadores capturados durante a operação "Sodoma". Córdoba é acusada ainda de ter dado a membros da guerrilha informações confidenciais.
Sobre o novo processo, a ex-senadora afirmou em comunicado que só deve se pronunciar por via processual. Os advogados de Córdoba já iniciaram a defesa.
"Esta nova ação contra mim comprova mais uma vez a visceral perseguição política de que venho sendo objeto por pensar diferente, por defender os direitos humanos de entre outros, afrodescendentes, mulheres, minorias sexuais e por buscar a paz com justiça social pela via do diálogo e da negociação", denunciou Piedad em Comunicado.
No início desta semana, outra acusação foi divulgada contra a representante de Colombianos e Colombianas pela Paz. Córdoba foi acusada de receber dinheiro da Venezuela para suas atividades políticas. Notícias divulgadas na imprensa colombiana deram conta de que esta acusação gerará novas investigações.
Em entrevista à rádio colombiana a W, Córdoba assegurou que não recebeu fundos do Banco Central da Venezuela, do Banco da Venezuela, do presidente venezuelano Hugo Chávez, nem de nenhuma dessas organizações venezuelanas e "isso se pode claramente determinar".
Segundo informações do periódico El Tiempo, de Bogotá, a Promotoria colombiana recebeu no início de novembro um relatório sobre interceptações de comunicações de assessores da ex-senadora na Colômbia e Venezuela, segundo os quais se havia tramitado transferências financeiras realizadas para apoiar as atividades políticas da defensora dos direitos humanos em 2009 e 2010. Até o momento, nenhuma informação foi divulgada pela Promotoria.
A ex-senadora Piedad Córdoba, do Partido Liberal, foi oficialmente destituída do Congresso no dia quatro deste mês e por isso deve ficar inabilitada por 18 anos. O principal motivo da sanção disciplinar é sua já denunciada ligação com as Farc, quando negociava a liberação de reféns da guerrilha, neste ano. A função de negociadora foi determinada em 2007 pelo, na época presidente, Álvaro Uribe. Desde este período, Córdoba conseguiu a liberação de 14 reféns.
A justificativa da ex-senadora para esta situação é de que as denúncias são ações de perseguição política encabeçadas pela direita e comandadas por pessoas próximas ao ex-presidente colombiano. À Córdoba, ainda lhe resta apelar ao Conselho de Estado para tentar derrubar a sanção que lhe foi imposta.
* Jornalista da Adital
Natasha Pitts *
Nesta quinta-feira (25), a senadora colombiana Piedad Córdoba, destituída de seu cargo por suposta ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), tornou pública a existência de um novo processo contra si. Córdoba afirmou que, pelos meios de comunicação, tomou conhecimento da decisão do Procurador Geral Alejandro Ordoñez.
A investida contra a ex-senadora diz respeito a mais uma acusação de que os trabalhos humanitários realizados por ela tinham, na verdade, ligação com as Farc. A acusação se baseia, supostamente, em informações obtidas em computadores capturados durante a operação "Sodoma". Córdoba é acusada ainda de ter dado a membros da guerrilha informações confidenciais.
Sobre o novo processo, a ex-senadora afirmou em comunicado que só deve se pronunciar por via processual. Os advogados de Córdoba já iniciaram a defesa.
"Esta nova ação contra mim comprova mais uma vez a visceral perseguição política de que venho sendo objeto por pensar diferente, por defender os direitos humanos de entre outros, afrodescendentes, mulheres, minorias sexuais e por buscar a paz com justiça social pela via do diálogo e da negociação", denunciou Piedad em Comunicado.
No início desta semana, outra acusação foi divulgada contra a representante de Colombianos e Colombianas pela Paz. Córdoba foi acusada de receber dinheiro da Venezuela para suas atividades políticas. Notícias divulgadas na imprensa colombiana deram conta de que esta acusação gerará novas investigações.
Em entrevista à rádio colombiana a W, Córdoba assegurou que não recebeu fundos do Banco Central da Venezuela, do Banco da Venezuela, do presidente venezuelano Hugo Chávez, nem de nenhuma dessas organizações venezuelanas e "isso se pode claramente determinar".
Segundo informações do periódico El Tiempo, de Bogotá, a Promotoria colombiana recebeu no início de novembro um relatório sobre interceptações de comunicações de assessores da ex-senadora na Colômbia e Venezuela, segundo os quais se havia tramitado transferências financeiras realizadas para apoiar as atividades políticas da defensora dos direitos humanos em 2009 e 2010. Até o momento, nenhuma informação foi divulgada pela Promotoria.
A ex-senadora Piedad Córdoba, do Partido Liberal, foi oficialmente destituída do Congresso no dia quatro deste mês e por isso deve ficar inabilitada por 18 anos. O principal motivo da sanção disciplinar é sua já denunciada ligação com as Farc, quando negociava a liberação de reféns da guerrilha, neste ano. A função de negociadora foi determinada em 2007 pelo, na época presidente, Álvaro Uribe. Desde este período, Córdoba conseguiu a liberação de 14 reféns.
A justificativa da ex-senadora para esta situação é de que as denúncias são ações de perseguição política encabeçadas pela direita e comandadas por pessoas próximas ao ex-presidente colombiano. À Córdoba, ainda lhe resta apelar ao Conselho de Estado para tentar derrubar a sanção que lhe foi imposta.
* Jornalista da Adital
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Segurança da Informação
Debatem na Venezuela sobre segurança da informação
Escrito por Anne Shérida Castelo
lunes, 22 de noviembre de 2010
Especialistas de diversos países debatem na Venezuela a partir de hoje no I Congresso Internacional de Segurança da Informação, foro convocado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
De acordo com os organizadores, o conclave, previsto até a próxima sexta-feira no hotel Melia Caracas, se espelha na cooperação Cuba-Venezuela.
O objetivo do encontro é propiciar o intercâmbio entre especialistas locais e estrangeiros para estimular o uso de boas práticas, políticas e procedimentos em matéria de segurança da informação, além de prevenir fraudes, afirmaram.
Temas como a certificação eletrônica, a proteção de dados, o manejo de incidentes, a questão legal no setor e a computação forense sobressaem na agenda do Congresso.
Segundo uma nota oficial, estrangeiros de experiência e prestígio foram convidados ao foro, ainda que sem precisar mais detalhes.
Venezuela espera apresentar seus avanços em segurança da informação, os quais fazem parte do propósito de consolidar a soberania e independência tecnológicas.
Corresponde ao ministro de Ciência e Tecnologia, Ricardo Menéndez, inaugurar o encontro, no que destacam várias conferências magistrales.
Fonte: Prensa Latina
Escrito por Anne Shérida Castelo
lunes, 22 de noviembre de 2010
Especialistas de diversos países debatem na Venezuela a partir de hoje no I Congresso Internacional de Segurança da Informação, foro convocado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
De acordo com os organizadores, o conclave, previsto até a próxima sexta-feira no hotel Melia Caracas, se espelha na cooperação Cuba-Venezuela.
O objetivo do encontro é propiciar o intercâmbio entre especialistas locais e estrangeiros para estimular o uso de boas práticas, políticas e procedimentos em matéria de segurança da informação, além de prevenir fraudes, afirmaram.
Temas como a certificação eletrônica, a proteção de dados, o manejo de incidentes, a questão legal no setor e a computação forense sobressaem na agenda do Congresso.
Segundo uma nota oficial, estrangeiros de experiência e prestígio foram convidados ao foro, ainda que sem precisar mais detalhes.
Venezuela espera apresentar seus avanços em segurança da informação, os quais fazem parte do propósito de consolidar a soberania e independência tecnológicas.
Corresponde ao ministro de Ciência e Tecnologia, Ricardo Menéndez, inaugurar o encontro, no que destacam várias conferências magistrales.
Fonte: Prensa Latina
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Salve Zumbi dos Palmares
Sou negro!
O cinema já imortalizou esta cena. Zumbi dos Palmares, resistindo até o último momento, no alto da Serra da Barriga, comandando mais de 50 mil almas, preferindo a morte digna que a rendição. Não sem razão que esta passou a ser a principal figura do panteão de heróis do povo negro. E haveria de ter muitos e tantos, sem nome ou rosto, que enfrentaram a escravidão nestas terras tropicais, trazidos, como bichos, nos navios negreiros ingleses, sustentando a economia daquele país que viria a ser um império.
Pois foi com os braços de homens e mulheres negros que os lordes garantiram a revolução industrial e a consolidação do sistema capitalista. Só o braço escravo, já bem contou Eric Williams, daria conta da colonização baseada na monocultura extensiva. Mas essa gente valente, que foi sequestrada de suas terras, nunca se rendeu. A liberdade era seu horizonte e tão logo escapavam das correntes criavam quilombos, comunidades livres, solidárias, autogestionadas. A maior delas: Palmares. E é em honra a esse povo, com Zumbi à frente, que no dia 20 de novembro, se celebra o Dia da Consciência Negra.
A data não é uma lembrança ritual de um tempo que já passou. Ela é a ferida aberta de uma sociedade que segue vivenciando os pressupostos do tempo da escravidão, mergulhada no racismo e na discriminação. Basta ver o que aconteceu agora, no período eleitoral, com as manifestações raivosas contra os nordestinos. Por isso que é preciso lembrar, e lembrar, e lembrar o que resultou de todo o processo escravista nestas terras brasilis.
Desde quando os portugueses decidiram apostar na mão-de-obra escrava aqui, nas novas terras, foi necessário consolidar uma ideologia que respaldasse o absurdo. Era mais do que óbvio que a elite colonial não haveria de espalhar aos quatro cantos que esta era uma medida "econômica" necessária para garantir seus lucros. O melhor foi então criar a idéia de que os negros eram de uma raça inferior, tal qual os índios, gente de segunda classe aos quais não faria diferença ser escravizado. Ou melhor. Era natural que o fossem. E então foi só repetir, e repetir, e repetir. A coisa pegou. E tanto, que passados 300 anos de escravidão, até mesmo os escravos - pessoas das gerações que se seguiram e que nunca haviam conhecido a liberdade - acreditaram nisso.
Eliane Tavares, jornalista da Adital
O cinema já imortalizou esta cena. Zumbi dos Palmares, resistindo até o último momento, no alto da Serra da Barriga, comandando mais de 50 mil almas, preferindo a morte digna que a rendição. Não sem razão que esta passou a ser a principal figura do panteão de heróis do povo negro. E haveria de ter muitos e tantos, sem nome ou rosto, que enfrentaram a escravidão nestas terras tropicais, trazidos, como bichos, nos navios negreiros ingleses, sustentando a economia daquele país que viria a ser um império.
Pois foi com os braços de homens e mulheres negros que os lordes garantiram a revolução industrial e a consolidação do sistema capitalista. Só o braço escravo, já bem contou Eric Williams, daria conta da colonização baseada na monocultura extensiva. Mas essa gente valente, que foi sequestrada de suas terras, nunca se rendeu. A liberdade era seu horizonte e tão logo escapavam das correntes criavam quilombos, comunidades livres, solidárias, autogestionadas. A maior delas: Palmares. E é em honra a esse povo, com Zumbi à frente, que no dia 20 de novembro, se celebra o Dia da Consciência Negra.
A data não é uma lembrança ritual de um tempo que já passou. Ela é a ferida aberta de uma sociedade que segue vivenciando os pressupostos do tempo da escravidão, mergulhada no racismo e na discriminação. Basta ver o que aconteceu agora, no período eleitoral, com as manifestações raivosas contra os nordestinos. Por isso que é preciso lembrar, e lembrar, e lembrar o que resultou de todo o processo escravista nestas terras brasilis.
Desde quando os portugueses decidiram apostar na mão-de-obra escrava aqui, nas novas terras, foi necessário consolidar uma ideologia que respaldasse o absurdo. Era mais do que óbvio que a elite colonial não haveria de espalhar aos quatro cantos que esta era uma medida "econômica" necessária para garantir seus lucros. O melhor foi então criar a idéia de que os negros eram de uma raça inferior, tal qual os índios, gente de segunda classe aos quais não faria diferença ser escravizado. Ou melhor. Era natural que o fossem. E então foi só repetir, e repetir, e repetir. A coisa pegou. E tanto, que passados 300 anos de escravidão, até mesmo os escravos - pessoas das gerações que se seguiram e que nunca haviam conhecido a liberdade - acreditaram nisso.
Eliane Tavares, jornalista da Adital
Encontro Continental, discuti a autodeterminação dos povos indígenas
Desafios e perspectivas: Encontro Continental do Povo Guarani, no Paraguai
Adital -
Por Cleymenne Cerqueira
De Assunção, Paraguai
Evento que acontece em Assunção também trouxe discussões sobre a autodeterminação dos povos indígenas
Autodeterminação dos povos indígenas foi o tema debatido ontem (17) durante o III Encontro Continental do Povo Guarani, realizado em Assunção, Paraguai. Nas falas dos representantes das delegações brasileira, paraguaia, argentina e boliviana, preocupação com os problemas enfrentados para que o princípio que lhes garante se autogovernar seja garantido. O princípio da autodeterminação, instituído pela Carta das Nações Unidas de 1942 e ratificada em 1945, garante aos povos o direito de tomar suas próprias escolhas sem intervenções internas, ou seja, o direito à Soberania.
O capítulo 1, Art. 1º da Carta afirma o seguinte: "Todos os povos têm o direito de autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural". Portanto, o princípio deve ser entendido como o direito de um povo de decidir sobre sua própria vida comunitária, suas leis e regras internas, suas instituições, seus símbolos.
Nas discussões, os grupos relacionaram o princípio à questão debatida no dia anterior: terra e territorialidade. "Sem território não há soberania", diziam. Otoniel Ricardo, liderança Kaiowá e vereador do município de Caarapó (MS), apontou três questões sobre a temática, segundo as quais os povos só se autogovernam se conhecem sua história, suas tradições, sua língua tradicional, possuem um tekohá e se organizam por meio de grandes assembleias.
A delegação boliviana concordou com a exposição de Otoniel e acrescentou: "Existem vários caminhos para nossa luta, o primeiro é estar organizado e ter uma estrutura própria que nos garanta a manutenção de nossa cultura, o exercício de nossos rituais, danças e culinária. Outro caminho seria fortalecer o entendimento das leis para atuar mais firmemente nas decisões e, também, fortalecer a estrutura familiar, que é o pilar de todas as outras".
Problemas para se alcançar a autodeterminação
Os grupos discutiram também quais os problemas externos que dificultam sua autodeterminação atualmente. Para os Ava Guarani da Argentina, as grandes dificuldades são as interferências de empresas e associações civis que absorvem e debilitam as comunidades, impedindo que decidam livremente sobre o futuro de seu povo. Eles afirmaram ainda que os principais causadores desses problemas são os governos nacional e provincial.
Para os Guarani da Bolívia, as intervenções de organizações não governamentais (Ong’s) e organismos internacionais nas comunidades desarticulam a organização e as questões ideológicas da nação Guarani. "Algumas Ong’s debilitam e distorcem as reivindicações do nosso povo com favores, como a entrega de alimentos, medicamentos e outros materiais, o que gera dependência e conformismo em nossas comunidades".
A delegação paraguaia apontou a discriminação como um dos principais problemas enfrentados externamente, o que influencia negativamente suas comunidades. Outra questão é o desrespeito a direitos constitucionais e às ideologias dos indígenas, suas tradições, rituais. "Cada povo deve cumprir suas obrigações, Ache, Mbya, Ava, Pai e tantos outros. A intromissão de não indígenas em nossos problemas geram ainda mais problemas para nossas comunidades e organizações".
No Brasil, os principais desafios enfrentados pelos Guarani são a discriminação e o racismo vivenciado por muitas comunidades, em especial no Mato Grosso do Sul. Eles citam ainda a criminalização de lideranças, a falta de políticas públicas que atendam as populações indígenas e a não aplicação das leis e tratados nacionais e internacionais que lhes garante o direito à terra, à serviços básicos de saúde, alimentação e educação, bem como de serem ouvidos quando da construção de estradas, hidrelétricas e demais obras em suas terras.
Em todos os grupos houve consenso quanto ao problema mais grave que os povos indígenas enfrentam atualmente: a falta de regularização ou a demora nos processos de identificação e demarcação de suas terras. Mencionaram ainda a grande batalha travada juntos aos grandes proprietários e latifundiários que invadem suas terras com as grandes plantações e pastos.
Dificuldades internas
Internamente também existem dificuldades no dia-a-dia das comunidades, por isso, todos os grupos tiveram que se debruçar sobre a questão: "Quais são as dificuldades internas que sofrem as comunidades e organizações indígenas para avançar no caminho da livre determinação na realidade atual?".
Para os indígenas brasileiros, os principais desafios são os relacionados à posse da terra, que causam o acúmulo de muitas famílias em pequenas porções de terra, o que gera conflitos e desentendimentos entre os grupos. Citaram também o consumo de bebidas alcoólicas e drogas nas comunidades; o individualismo; a dificuldade de produzirem o próprio alimento; a falta de informação sobre seus direitos e a desvalorização da cultura pelos próprios indígenas.
A falta de informação acaba sendo um elemento contra as comunidades para os argentinos, bem como os presentes dados por autoridades a alguns membros do grupo, o que acaba provocando conflitos internos. Eles apontam ainda a falta de comunicação entre os membros das comunidades e, em muitos casos, a dependência de políticas assistencialistas, como as cestas básicas.
Competição pelo poder, falta de leis internas claras sobre a mudança de lideranças e debilidade na comunicação foram alguns dos problemas apontados pelas comunidades paraguaias. O grupo também afirmou que falta capacitação para os jovens e conscientização dos membros e líderes da comunidade sobre sua história e tradições, bem como uma melhor organização interna.
A delegação boliviana afirmou que a perda de alguns princípios tradicionais são um empecilho para a autodeterminação de suas comunidades, bem como influências externas que desestabilizam sua estrutura de organização e causam conflitos entre os indígenas.
Algumas soluções
Conjuntamente, todos os povos presentes deram sugestões para resolver os problemas apontados. Entre os indicativos estão: a valorização da cultura Guarani em todo o continente e o respeito a seus direitos; a criação de uma política tradicional no processo de demarcação de terras; o apoio dos espaços políticos internacionais para barrar processo de criminalização dos povos indígenas; garantia de participação em importantes espaços de decisão dentro da Unesco e da Organização das Nações Unidas (ONU); criação de leis ambientais que falam sobre a preservação de territórios tradicionais e atendimento à saúde para os indígenas que estão em áreas de litígio ou acampamentos, entre outros.
* Conselho Indigenista Missionário
Adital -
Por Cleymenne Cerqueira
De Assunção, Paraguai
Evento que acontece em Assunção também trouxe discussões sobre a autodeterminação dos povos indígenas
Autodeterminação dos povos indígenas foi o tema debatido ontem (17) durante o III Encontro Continental do Povo Guarani, realizado em Assunção, Paraguai. Nas falas dos representantes das delegações brasileira, paraguaia, argentina e boliviana, preocupação com os problemas enfrentados para que o princípio que lhes garante se autogovernar seja garantido. O princípio da autodeterminação, instituído pela Carta das Nações Unidas de 1942 e ratificada em 1945, garante aos povos o direito de tomar suas próprias escolhas sem intervenções internas, ou seja, o direito à Soberania.
O capítulo 1, Art. 1º da Carta afirma o seguinte: "Todos os povos têm o direito de autodeterminação. Em virtude desse direito, determinam livremente sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural". Portanto, o princípio deve ser entendido como o direito de um povo de decidir sobre sua própria vida comunitária, suas leis e regras internas, suas instituições, seus símbolos.
Nas discussões, os grupos relacionaram o princípio à questão debatida no dia anterior: terra e territorialidade. "Sem território não há soberania", diziam. Otoniel Ricardo, liderança Kaiowá e vereador do município de Caarapó (MS), apontou três questões sobre a temática, segundo as quais os povos só se autogovernam se conhecem sua história, suas tradições, sua língua tradicional, possuem um tekohá e se organizam por meio de grandes assembleias.
A delegação boliviana concordou com a exposição de Otoniel e acrescentou: "Existem vários caminhos para nossa luta, o primeiro é estar organizado e ter uma estrutura própria que nos garanta a manutenção de nossa cultura, o exercício de nossos rituais, danças e culinária. Outro caminho seria fortalecer o entendimento das leis para atuar mais firmemente nas decisões e, também, fortalecer a estrutura familiar, que é o pilar de todas as outras".
Problemas para se alcançar a autodeterminação
Os grupos discutiram também quais os problemas externos que dificultam sua autodeterminação atualmente. Para os Ava Guarani da Argentina, as grandes dificuldades são as interferências de empresas e associações civis que absorvem e debilitam as comunidades, impedindo que decidam livremente sobre o futuro de seu povo. Eles afirmaram ainda que os principais causadores desses problemas são os governos nacional e provincial.
Para os Guarani da Bolívia, as intervenções de organizações não governamentais (Ong’s) e organismos internacionais nas comunidades desarticulam a organização e as questões ideológicas da nação Guarani. "Algumas Ong’s debilitam e distorcem as reivindicações do nosso povo com favores, como a entrega de alimentos, medicamentos e outros materiais, o que gera dependência e conformismo em nossas comunidades".
A delegação paraguaia apontou a discriminação como um dos principais problemas enfrentados externamente, o que influencia negativamente suas comunidades. Outra questão é o desrespeito a direitos constitucionais e às ideologias dos indígenas, suas tradições, rituais. "Cada povo deve cumprir suas obrigações, Ache, Mbya, Ava, Pai e tantos outros. A intromissão de não indígenas em nossos problemas geram ainda mais problemas para nossas comunidades e organizações".
No Brasil, os principais desafios enfrentados pelos Guarani são a discriminação e o racismo vivenciado por muitas comunidades, em especial no Mato Grosso do Sul. Eles citam ainda a criminalização de lideranças, a falta de políticas públicas que atendam as populações indígenas e a não aplicação das leis e tratados nacionais e internacionais que lhes garante o direito à terra, à serviços básicos de saúde, alimentação e educação, bem como de serem ouvidos quando da construção de estradas, hidrelétricas e demais obras em suas terras.
Em todos os grupos houve consenso quanto ao problema mais grave que os povos indígenas enfrentam atualmente: a falta de regularização ou a demora nos processos de identificação e demarcação de suas terras. Mencionaram ainda a grande batalha travada juntos aos grandes proprietários e latifundiários que invadem suas terras com as grandes plantações e pastos.
Dificuldades internas
Internamente também existem dificuldades no dia-a-dia das comunidades, por isso, todos os grupos tiveram que se debruçar sobre a questão: "Quais são as dificuldades internas que sofrem as comunidades e organizações indígenas para avançar no caminho da livre determinação na realidade atual?".
Para os indígenas brasileiros, os principais desafios são os relacionados à posse da terra, que causam o acúmulo de muitas famílias em pequenas porções de terra, o que gera conflitos e desentendimentos entre os grupos. Citaram também o consumo de bebidas alcoólicas e drogas nas comunidades; o individualismo; a dificuldade de produzirem o próprio alimento; a falta de informação sobre seus direitos e a desvalorização da cultura pelos próprios indígenas.
A falta de informação acaba sendo um elemento contra as comunidades para os argentinos, bem como os presentes dados por autoridades a alguns membros do grupo, o que acaba provocando conflitos internos. Eles apontam ainda a falta de comunicação entre os membros das comunidades e, em muitos casos, a dependência de políticas assistencialistas, como as cestas básicas.
Competição pelo poder, falta de leis internas claras sobre a mudança de lideranças e debilidade na comunicação foram alguns dos problemas apontados pelas comunidades paraguaias. O grupo também afirmou que falta capacitação para os jovens e conscientização dos membros e líderes da comunidade sobre sua história e tradições, bem como uma melhor organização interna.
A delegação boliviana afirmou que a perda de alguns princípios tradicionais são um empecilho para a autodeterminação de suas comunidades, bem como influências externas que desestabilizam sua estrutura de organização e causam conflitos entre os indígenas.
Algumas soluções
Conjuntamente, todos os povos presentes deram sugestões para resolver os problemas apontados. Entre os indicativos estão: a valorização da cultura Guarani em todo o continente e o respeito a seus direitos; a criação de uma política tradicional no processo de demarcação de terras; o apoio dos espaços políticos internacionais para barrar processo de criminalização dos povos indígenas; garantia de participação em importantes espaços de decisão dentro da Unesco e da Organização das Nações Unidas (ONU); criação de leis ambientais que falam sobre a preservação de territórios tradicionais e atendimento à saúde para os indígenas que estão em áreas de litígio ou acampamentos, entre outros.
* Conselho Indigenista Missionário
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Seminário Nacional, prepara, o 4º Cong. do PCCubano
Cuba: dirigentes iniciam debate sobre política econômica e social
O presidente de Cuba, Raúl Castro, inaugurou o seminário nacional com altos dirigentes e especialistas que conduzirão o debate nacional sobre o Projeto de Orientações para a Política Econômica e Social cubana - que analisa as diretrizes para a atuação do governo. As discussões são preparatórias para o 4º Congresso do Partido Comunista da ilha.
O seminário nacional começou na quarta (10) e vai até o próximo sábado (13). Participarão dele 532 dirigentes cubanos, com o objetivo de definir o debate nacional previsto na ilha sobre o documento marco do 4º Congresso do Partido Comunista de Cuba.
Em um discurso breve, Raúl Castro ressaltou a importância da tarefa de dirigir a explicação e análise do projeto de alinhamento da política econômica e social do partido e da revolução. O texto será debatido, em um momento posterior, com os trabalhadores e em todas as comunidades.
No encontro, realizado na Escola Superior do Partido Comunista de Cuba, o vice-presidente e ministro da Economia, Marino Murillo Jorge, fez uma avaliação sobre o estado da economia e ampliou detalhes sobre o conteúdo do projeto.
Nesse seminário nacional participam membros do Bureau Político e do Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, vice-presidentes do Governo, ministros, quadros do partido, da União de Jovens Comunistas (UJC) e das organizações de massas. Além de responsáveis pelos ministérios de Interior e das Forças Armadas, professores do sistema de Escolas do Partido de todo o país, integrantes da Associação Nacional de Economistas e Contadores (ANEC) e jornalistas.
O Partido Comunista de Cuba realizará em abril de 2011 o seu 4º Congresso, o primeiro desde 1997, que vai tratar das reformas empreendidas pelo Governo de Raúl Castro para atualizar a economia cubana.
Fonte: Prensa Latina- online
O presidente de Cuba, Raúl Castro, inaugurou o seminário nacional com altos dirigentes e especialistas que conduzirão o debate nacional sobre o Projeto de Orientações para a Política Econômica e Social cubana - que analisa as diretrizes para a atuação do governo. As discussões são preparatórias para o 4º Congresso do Partido Comunista da ilha.
O seminário nacional começou na quarta (10) e vai até o próximo sábado (13). Participarão dele 532 dirigentes cubanos, com o objetivo de definir o debate nacional previsto na ilha sobre o documento marco do 4º Congresso do Partido Comunista de Cuba.
Em um discurso breve, Raúl Castro ressaltou a importância da tarefa de dirigir a explicação e análise do projeto de alinhamento da política econômica e social do partido e da revolução. O texto será debatido, em um momento posterior, com os trabalhadores e em todas as comunidades.
No encontro, realizado na Escola Superior do Partido Comunista de Cuba, o vice-presidente e ministro da Economia, Marino Murillo Jorge, fez uma avaliação sobre o estado da economia e ampliou detalhes sobre o conteúdo do projeto.
Nesse seminário nacional participam membros do Bureau Político e do Secretariado do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, vice-presidentes do Governo, ministros, quadros do partido, da União de Jovens Comunistas (UJC) e das organizações de massas. Além de responsáveis pelos ministérios de Interior e das Forças Armadas, professores do sistema de Escolas do Partido de todo o país, integrantes da Associação Nacional de Economistas e Contadores (ANEC) e jornalistas.
O Partido Comunista de Cuba realizará em abril de 2011 o seu 4º Congresso, o primeiro desde 1997, que vai tratar das reformas empreendidas pelo Governo de Raúl Castro para atualizar a economia cubana.
Fonte: Prensa Latina- online
sábado, 13 de novembro de 2010
Porta Voz do Poder Popular
Venezuela avança para criação de um Estado comunal
Caracas, 11/11 - A Assembleia Nacional (AN) de Venezuela discute hoje a Lei do Sistema de Economia Popular que permitirá ao país avançar em direção ao que governo que está chamando de “Estado comunal”.
O primeiro vice-presidente da AN, Darío Vivas, informou ao canal ANTV que a nova lei faz parte de um conjunto de medidas que impulsionam o protagonismo das comunidades.
Vivas detalhou que, as novas medidas incorporam a criação da: 1) Lei Orgânica para o Fomento e Desenvolvimento do Sistema Econômico Comunal; 2) Lei das Comunas, 3) Lei de Participação e Poder Popular; 4) Lei de Controladoria Social; 5) Lei de Planejamento Público.
Ele explicou que a experiência de mais de seis anos dos conselhos comunais inspirou a a reforma das leis que os criaram, surgindo a necessidade de uma instância que reunisse as diversas e diferentes organizações sociais. Disse ainda que, ao transferir poder às organizações comunitárias, a Venezuela estaria avançando em direção a um estado comunal.
Segundo o parlamentar, “o presidente Hugo Chávez faz questão de que a realidade territorial venezuelana seja transformada, incluindo a necessidade de se configurar uma nova geometria do poder que se converta no reordenamento popular, comunal e socialista da geopolítica da Nação”.
Em fevereiro, Chávez afirmou que “o socialismo significa democracia sem fim e sobre essa base urge desenvolver a melhor e a mais radicalmente democrática das opções, para derrotar o burocratismo e a corrupção é a construção de um Estado comunal" - resgatou na reportagem de hoje a Prensa Latina.
Vivas declarou que "a partir de 5 de janeiro de 2011, a Assembleia Nacional junto com o povo legislador se converterá em porta voz do Poder Popular e sancionará as leis que a cidadania aprove".
Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações da Prensa Latina
Caracas, 11/11 - A Assembleia Nacional (AN) de Venezuela discute hoje a Lei do Sistema de Economia Popular que permitirá ao país avançar em direção ao que governo que está chamando de “Estado comunal”.
O primeiro vice-presidente da AN, Darío Vivas, informou ao canal ANTV que a nova lei faz parte de um conjunto de medidas que impulsionam o protagonismo das comunidades.
Vivas detalhou que, as novas medidas incorporam a criação da: 1) Lei Orgânica para o Fomento e Desenvolvimento do Sistema Econômico Comunal; 2) Lei das Comunas, 3) Lei de Participação e Poder Popular; 4) Lei de Controladoria Social; 5) Lei de Planejamento Público.
Ele explicou que a experiência de mais de seis anos dos conselhos comunais inspirou a a reforma das leis que os criaram, surgindo a necessidade de uma instância que reunisse as diversas e diferentes organizações sociais. Disse ainda que, ao transferir poder às organizações comunitárias, a Venezuela estaria avançando em direção a um estado comunal.
Segundo o parlamentar, “o presidente Hugo Chávez faz questão de que a realidade territorial venezuelana seja transformada, incluindo a necessidade de se configurar uma nova geometria do poder que se converta no reordenamento popular, comunal e socialista da geopolítica da Nação”.
Em fevereiro, Chávez afirmou que “o socialismo significa democracia sem fim e sobre essa base urge desenvolver a melhor e a mais radicalmente democrática das opções, para derrotar o burocratismo e a corrupção é a construção de um Estado comunal" - resgatou na reportagem de hoje a Prensa Latina.
Vivas declarou que "a partir de 5 de janeiro de 2011, a Assembleia Nacional junto com o povo legislador se converterá em porta voz do Poder Popular e sancionará as leis que a cidadania aprove".
Fonte: Agência Petroleira de Notícias, com informações da Prensa Latina
sábado, 6 de novembro de 2010
V Congresso da Via Campesina, fortalece o Equador
Congresso da Via Campesina mobiliza centenas de pessoas no Equador
No último dia 8, centenas de homens, mulheres e jovens, de grupos campesinos, indígenas e afrodescentes de todo o continente latino-americano e caribenho, deram início ao V Congresso da Coordenadora Latino-Americana de Organizações do Campo, CLOC - Via Campesina, com uma caminhada pelas ruas de Quito, capital do Equador, com clamores de "Contra o Capital e o Império, pela Terra e a Soberania de nossos Povos, América Luta!".
O evento segue até o próximo sábado, 16, e faz parte de uma intensa mobilização político-social que acontece durante este mês de outubro no Equador, que sedia também o IV Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM) e a III Minga Global, transformando o país em um cenário de troca de experiências e intenso trabalho coletivo, reunindo militantes de diferentes áreas, povos e países.
Durante o Congresso da Via Campesina também são realizadas a III Assembleia Latino-Americana da Juventude e a IV Assembleia Latino-Americana de Mulheres do Campo. A expectativa é reunir cerca de mil pessoas durante os eventos da CLOC.
Nos dias 8 e 9, os jovens campesinos fizeram uma reflexão sobre Análise da Conjuntura, Socialização da memória das assembléias anteriores e Análise das regiões sobre a situação da juventude, e debateram temas relacionados à formação, comunicação, soberania territorial, direitos humanos e juvenis, estrutura organizativa e incidência política.
Para a CLOC, o Congresso se caracteriza pelo desafio de ser um espaço de articulação da luta continental e uma oportunidade para que todos (as) possam discutir políticas que fortaleçam a ação continental.
De acordo com o presidente da Federação Nacional de Organizações Campesinas, Indígenas e Afrodescendentes do Equador (FENOCIN), Luis Andrango, o atual momento é especialmente diferente em relação aos Congressos anteriores, na medida em que se aprecia um incremento significativo na presença de jovens e de mulheres dentro das Assembleias.
"Este Congresso, para nossas organizações do Equador, tornou-se um espaço para aprender a trabalhar coletivamente com os irmãos e irmãs de todos os países latino-americanos. Isso faz parte de um processo de formação política e ideológica de nossas organizações", ressaltou.
Com o espírito de integração e um símbolo feito de sementes e flores, para celebrar a vida, as mulheres campesinas se declararam "fugitivas do patriarcado e do capital", no início da IV Assembleia das Mulheres do Campo. As militantes da CLOC ressaltaram o fortalecimento no processo de contínua formação e organização da região. Elas se dividiram em grupos representando suas regiões, para apresentarem suas demandas e propostas, e em seguida, dar continuidade à caminhada de articulação continental.
"Sigamos unidos como uma espiga de milho, em fileiras bem juntas, pois quando se abre a fileira, se tira algum grão, a espiga enfraquece e se acaba. Que em nossas lutas sejamos sempre como espigas de milho, fortes e com todos os lutadores e lutadoras unidas", recordou Andrango, citando a ativista Dolores Cacuango.
Congresso CLOC
O primeiro Congresso da CLOC foi realizado no Peru; o segundo, no Brasil; a terceira edição aconteceu no México, e o quarto Congresso foi sediado na Guatemala. A quinta edição do Congresso da CLOC é fruto de um processo de luta, avaliação e formação continental que vem sendo preparado desde abril do ano passado em Cuba, e que desde então, vem sendo fortalecido por todo o continente latino-americano e caribenho.
Para acompanhar o Congresso CLOC, acesse: http://www.cloc-viacampesina.net/
Tatiana Félix -jornalista da Adital
No último dia 8, centenas de homens, mulheres e jovens, de grupos campesinos, indígenas e afrodescentes de todo o continente latino-americano e caribenho, deram início ao V Congresso da Coordenadora Latino-Americana de Organizações do Campo, CLOC - Via Campesina, com uma caminhada pelas ruas de Quito, capital do Equador, com clamores de "Contra o Capital e o Império, pela Terra e a Soberania de nossos Povos, América Luta!".
O evento segue até o próximo sábado, 16, e faz parte de uma intensa mobilização político-social que acontece durante este mês de outubro no Equador, que sedia também o IV Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM) e a III Minga Global, transformando o país em um cenário de troca de experiências e intenso trabalho coletivo, reunindo militantes de diferentes áreas, povos e países.
Durante o Congresso da Via Campesina também são realizadas a III Assembleia Latino-Americana da Juventude e a IV Assembleia Latino-Americana de Mulheres do Campo. A expectativa é reunir cerca de mil pessoas durante os eventos da CLOC.
Nos dias 8 e 9, os jovens campesinos fizeram uma reflexão sobre Análise da Conjuntura, Socialização da memória das assembléias anteriores e Análise das regiões sobre a situação da juventude, e debateram temas relacionados à formação, comunicação, soberania territorial, direitos humanos e juvenis, estrutura organizativa e incidência política.
Para a CLOC, o Congresso se caracteriza pelo desafio de ser um espaço de articulação da luta continental e uma oportunidade para que todos (as) possam discutir políticas que fortaleçam a ação continental.
De acordo com o presidente da Federação Nacional de Organizações Campesinas, Indígenas e Afrodescendentes do Equador (FENOCIN), Luis Andrango, o atual momento é especialmente diferente em relação aos Congressos anteriores, na medida em que se aprecia um incremento significativo na presença de jovens e de mulheres dentro das Assembleias.
"Este Congresso, para nossas organizações do Equador, tornou-se um espaço para aprender a trabalhar coletivamente com os irmãos e irmãs de todos os países latino-americanos. Isso faz parte de um processo de formação política e ideológica de nossas organizações", ressaltou.
Com o espírito de integração e um símbolo feito de sementes e flores, para celebrar a vida, as mulheres campesinas se declararam "fugitivas do patriarcado e do capital", no início da IV Assembleia das Mulheres do Campo. As militantes da CLOC ressaltaram o fortalecimento no processo de contínua formação e organização da região. Elas se dividiram em grupos representando suas regiões, para apresentarem suas demandas e propostas, e em seguida, dar continuidade à caminhada de articulação continental.
"Sigamos unidos como uma espiga de milho, em fileiras bem juntas, pois quando se abre a fileira, se tira algum grão, a espiga enfraquece e se acaba. Que em nossas lutas sejamos sempre como espigas de milho, fortes e com todos os lutadores e lutadoras unidas", recordou Andrango, citando a ativista Dolores Cacuango.
Congresso CLOC
O primeiro Congresso da CLOC foi realizado no Peru; o segundo, no Brasil; a terceira edição aconteceu no México, e o quarto Congresso foi sediado na Guatemala. A quinta edição do Congresso da CLOC é fruto de um processo de luta, avaliação e formação continental que vem sendo preparado desde abril do ano passado em Cuba, e que desde então, vem sendo fortalecido por todo o continente latino-americano e caribenho.
Para acompanhar o Congresso CLOC, acesse: http://www.cloc-viacampesina.net/
Tatiana Félix -jornalista da Adital
O Povo Cubano Responderá à História
¿Qué pasa en Cuba?
Cuba é mesmo uma gigantesca pedra no sapato do sistema capitalista. Tanto que qualquer coisa que por lá acontece, vira logo manchete da CNN, braço propagandístico do governo estadunidense. Agora, a bola da vez são as demissões que foram anunciadas por Raul Castro. Histericamente, as jornalistas bem apessoadas da Venus de Atlanta, falam em derrocada do sistema cubano. É o fim do socialismo, guincham, aliviadas. É, porque o tal do regime cubano é uma excrescência que sobrevive há mais de 50 anos a todos os ataques do sistema capitalista e do governo mais armado do mundo. Não é sem razão que os suspiros aliviados sejam uma constante na mídia mundial, que reproduz acriticamente as histerias "ceeneanas". Mas, para quem consegue enxergar além da ideologia, a questão cubana pode ser explicada de forma menos simplista.
Em primeiro lugar, como bem lembra o professor Nildo Ouriques, do IELA, em entrevista à CNN, Cuba nunca foi um país congelado. A cada aperto da conjuntura o país se analisa e inventa saídas econômicas e políticas para suas crises. Foi assim quando ruiu o sistema soviético. Todo mundo capitalista apostava na derrocada das conquistas da revolução. Não haveria saída para Cuba. Mas, num esforço descomunal a ilha se refez e seguiu em frente. Naqueles dias, a abertura para o turismo acabou sendo uma resposta eficaz para garantir ingressos ao país. Muitas foram as críticas e boa parte do mundo apostava que esta abertura iria levar o país para a órbita do sistema capitalista. É certo que vieram muitos problemas com esta medida, mas as conquistas básicas da revolução seguiram existindo. Saúde, educação, cultura, moradia, comida e, fundamentalmente, soberania nacional. Depois, com a doença de Fidel, nova gritaria geral. "Agora acabou", vaticinavam as harpias (aves de rapina das mais ferozes).
Hoje Cuba enfrenta novos problemas conjunturais. Há uma grande parcela da população que não viveu a revolução e que, de certa forma, vive apática diante das conquistas. Isso é um problema e tanto para o governo. Há que imprimir horizontes na rota da juventude. Além disso, há um crescimento e congelamento da burocracia estatal, o que dá mais imobilidade o sistema. Um pouco é isso que Raul Castro quer desfazer com essa proposta de demissão de 12% dos funcionários públicos. Segundo o presidente cubano, essas demissões não afetarão os serviços estratégicos que se configuram as conquistas da revolução. Existem critérios muito claros para as demissões e elas serão feitas em setores onde a máquina está definitivamente inchada e inerte.
A proposta do governo é permitir e incentivar que os trabalhadores cubanos possam investir em outros tipos de negócios que vão desde propostas de trabalho privado a cooperativas. No geral, os cubanos estão gostando desta iniciativa, uma vez que sempre houve reclamações com relação aos salários, considerados baixos, apesar de todos terem garantidos os serviços de educação, saúde e moradia. "Eu estive em Cuba há pouco tempo e pude ver e ouvir das pessoas o apoio a estas medidas. Há uma discussão pesada sobre a questão moral que é central neste momento: há gente roubando do estado e isso não pode acontecer. Porque roubar o estado é roubar toda a gente. E também há um desejo das pessoas por mudanças na economia. A maioria apóia essa proposta de se criar pequenos negócios", diz Nildo Ouriques, professor e economista.
Agora, o governo quer descongelar a máquina estatal e isso também é saudado por uma parcela do povo que sempre se ressentiu dos burocratas encravados na máquina governamental. Os trabalhadores, há tempos, buscavam abertura no governo para trabalharem fora do Estado e isso aparece agora como uma boa oportunidade. E, na verdade, já se formava em Cuba uma espécie de mundo paralelo, no qual os trabalhadores usavam seu tempo vago para arranjar alguma coisa "por fora". E esse "por fora", além de envolver trabalho privado, também funcionava como um mercado igualmente paralelo, formado por coisas roubadas do estado, como já relatou e analisou em seus textos semanais o próprio Fidel Castro. Esse trabalho ilegal agora não mais o será. Assim como tende a desaparecer o mercado paralelo. Pelo menos é o que pretende o governo com essas medidas.
Por outro lado, na camada de trabalhadores que sempre esteve nos quadros do Estado, há um grande medo com relação ao futuro. Muitos deles não saberiam o que fazer longe da máquina estatal. Mas, o próprio governo cubano já deixou claro que vai ajudar aos trabalhadores a encontrarem um caminho nesta nova conjuntura, inclusive garantindo o crédito. A maioria, que segue acreditando no processo revolucionário, sabe que muito do que hoje têm de conquistas devem à revolução e estes seguirão fazendo aquilo que é melhor para Cuba. Raul Castro tem dito que o regime cubano haverá de encontrar os caminhos para resolver seus problemas como sempre fez. Mais de 100 novas atividades, antes só permitidas no âmbito estatal, poderão ser realizadas por pessoas fora da máquina. Será necessário criar toda uma nova infraestrutura para esta gente, mas o grupo governante acredita que, coletivamente, o povo cubano pode encontrar as respostas.
A Central de Trabalhadores Cubanos fez um pronunciamento a todos os cubanos onde conclama para a unidade e para manter em marcha os ideais da revolução: "A unidade dos trabalhadores cubanos e de nosso povo tem sido chave para materializar a gigantesca obra edificada pela Revolução e, nas transformações que agora empreendemos, ela continuará sendo nossa mais importante arma estratégica". Segundo a CTC, o Estado não pode mais continuar com o mesmo modelo de empresas ineficazes, com quadros inflados. Assim, respalda a proposta governamental de ampliar e diversificar as opções que resultam em novas formas de relação trabalhista. A Central acredita que tudo isso vai ser bom para Cuba e para os cubanos.
Fidel Castro sempre disse e continua afirmando isso: as saídas encontradas por Cuba ao longo destes anos todos são as saídas cubanas. Não adianta a esquerda mundial se escabelar querendo que a ilha permaneça imutável diante das mudanças do mundo. São os cubanos que sabem de seus problemas e são eles os que encontrarão as formas de superá-los. Como lembra Raul, Cuba está frequentemente mudando para tentar seguir sempre a mesma: aquela que garante ao seu povo as conquistas da revolução.
Analistas do mau agouro insistem em dizer que o regime faliu, que está se entregando ao capitalismo, que o povo cubano não quer mais viver à margem do sistema capitalista, que as gentes querem poder comprar coisas bonitas e viverem em liberdade. Mas, para os dirigentes cubanos há uma grande distância entre o sistema privado capitalista (no qual um empresário é dono da força de trabalho e da mais-valia de milhares) e o chamado "trabalho por conta própria", o que está sendo agora incentivado. Este é o pequeno negócio, em nada parecido ao sistema de exploração capitalista. Nos seus discursos e nas conversas com a população Raul Castro tem dito que o estado cubano precisa melhorar sua produtividade, inclusive, para seguir garantindo os serviços públicos de qualidade ao povo. Nas vozes que se podem escutar em outras fontes que não as da CNN há uma boa expectativa. Os trabalhadores sabem que o número soa alto demais quando se fala em 500 mil despedidos, mas por outro lado, dizem que boa parte destes trabalhadores já tinha trabalhos paralelos. O governo cubano vai amparar quem tiver dificuldade. Assim diz Raul, em diversos comunicados divulgados pela televisão, pelos jornais e pelo rádio.
As mudanças em Cuba apontam para cenários múltiplos, é certo. Pode acabar o socialismo, pode crescer a iniciativa privada, pode mudar a mentalidade do povo, pode crescer a idéia do consumo, podem ruir as conquistas da revolução, pode fortalecer ainda mais o sistema, pode avançar no socialismo. Sim, tudo está aberto. Na verdade, sempre foi assim. O horizonte, desde a heróica conquista em janeiro de 1959, tem se apresentado como um quadro a ser pintado, permanentemente, porque a revolução não é uma coisa cristalizada. Ela é um processo. Para os velhos militantes, a esperança é que estes 50 anos de educação, cultura e luta pela soberania nacional façam valer o que já foi conquistado. Eles fazem questão de lembrar que nestes mais de 50 anos houve um bloqueio feroz e, por vezes, desumano, contra o país e contra o povo cubano. E Cuba sempre conseguiu se reinventar. Agora, a ilha passa por nova onda de mudanças. Haverá de encontrar seus caminhos. A diferença, creem, é que o governo e o povo fazem isso juntos e de forma soberana.
Enfim, Cuba segue seu caminho, com todas as suas limitações, seus erros, mas também seus acertos. O povo cubano responderá à história.
Eliane Tavares, jornalista da Adital - online
* Jornalista
Cuba é mesmo uma gigantesca pedra no sapato do sistema capitalista. Tanto que qualquer coisa que por lá acontece, vira logo manchete da CNN, braço propagandístico do governo estadunidense. Agora, a bola da vez são as demissões que foram anunciadas por Raul Castro. Histericamente, as jornalistas bem apessoadas da Venus de Atlanta, falam em derrocada do sistema cubano. É o fim do socialismo, guincham, aliviadas. É, porque o tal do regime cubano é uma excrescência que sobrevive há mais de 50 anos a todos os ataques do sistema capitalista e do governo mais armado do mundo. Não é sem razão que os suspiros aliviados sejam uma constante na mídia mundial, que reproduz acriticamente as histerias "ceeneanas". Mas, para quem consegue enxergar além da ideologia, a questão cubana pode ser explicada de forma menos simplista.
Em primeiro lugar, como bem lembra o professor Nildo Ouriques, do IELA, em entrevista à CNN, Cuba nunca foi um país congelado. A cada aperto da conjuntura o país se analisa e inventa saídas econômicas e políticas para suas crises. Foi assim quando ruiu o sistema soviético. Todo mundo capitalista apostava na derrocada das conquistas da revolução. Não haveria saída para Cuba. Mas, num esforço descomunal a ilha se refez e seguiu em frente. Naqueles dias, a abertura para o turismo acabou sendo uma resposta eficaz para garantir ingressos ao país. Muitas foram as críticas e boa parte do mundo apostava que esta abertura iria levar o país para a órbita do sistema capitalista. É certo que vieram muitos problemas com esta medida, mas as conquistas básicas da revolução seguiram existindo. Saúde, educação, cultura, moradia, comida e, fundamentalmente, soberania nacional. Depois, com a doença de Fidel, nova gritaria geral. "Agora acabou", vaticinavam as harpias (aves de rapina das mais ferozes).
Hoje Cuba enfrenta novos problemas conjunturais. Há uma grande parcela da população que não viveu a revolução e que, de certa forma, vive apática diante das conquistas. Isso é um problema e tanto para o governo. Há que imprimir horizontes na rota da juventude. Além disso, há um crescimento e congelamento da burocracia estatal, o que dá mais imobilidade o sistema. Um pouco é isso que Raul Castro quer desfazer com essa proposta de demissão de 12% dos funcionários públicos. Segundo o presidente cubano, essas demissões não afetarão os serviços estratégicos que se configuram as conquistas da revolução. Existem critérios muito claros para as demissões e elas serão feitas em setores onde a máquina está definitivamente inchada e inerte.
A proposta do governo é permitir e incentivar que os trabalhadores cubanos possam investir em outros tipos de negócios que vão desde propostas de trabalho privado a cooperativas. No geral, os cubanos estão gostando desta iniciativa, uma vez que sempre houve reclamações com relação aos salários, considerados baixos, apesar de todos terem garantidos os serviços de educação, saúde e moradia. "Eu estive em Cuba há pouco tempo e pude ver e ouvir das pessoas o apoio a estas medidas. Há uma discussão pesada sobre a questão moral que é central neste momento: há gente roubando do estado e isso não pode acontecer. Porque roubar o estado é roubar toda a gente. E também há um desejo das pessoas por mudanças na economia. A maioria apóia essa proposta de se criar pequenos negócios", diz Nildo Ouriques, professor e economista.
Agora, o governo quer descongelar a máquina estatal e isso também é saudado por uma parcela do povo que sempre se ressentiu dos burocratas encravados na máquina governamental. Os trabalhadores, há tempos, buscavam abertura no governo para trabalharem fora do Estado e isso aparece agora como uma boa oportunidade. E, na verdade, já se formava em Cuba uma espécie de mundo paralelo, no qual os trabalhadores usavam seu tempo vago para arranjar alguma coisa "por fora". E esse "por fora", além de envolver trabalho privado, também funcionava como um mercado igualmente paralelo, formado por coisas roubadas do estado, como já relatou e analisou em seus textos semanais o próprio Fidel Castro. Esse trabalho ilegal agora não mais o será. Assim como tende a desaparecer o mercado paralelo. Pelo menos é o que pretende o governo com essas medidas.
Por outro lado, na camada de trabalhadores que sempre esteve nos quadros do Estado, há um grande medo com relação ao futuro. Muitos deles não saberiam o que fazer longe da máquina estatal. Mas, o próprio governo cubano já deixou claro que vai ajudar aos trabalhadores a encontrarem um caminho nesta nova conjuntura, inclusive garantindo o crédito. A maioria, que segue acreditando no processo revolucionário, sabe que muito do que hoje têm de conquistas devem à revolução e estes seguirão fazendo aquilo que é melhor para Cuba. Raul Castro tem dito que o regime cubano haverá de encontrar os caminhos para resolver seus problemas como sempre fez. Mais de 100 novas atividades, antes só permitidas no âmbito estatal, poderão ser realizadas por pessoas fora da máquina. Será necessário criar toda uma nova infraestrutura para esta gente, mas o grupo governante acredita que, coletivamente, o povo cubano pode encontrar as respostas.
A Central de Trabalhadores Cubanos fez um pronunciamento a todos os cubanos onde conclama para a unidade e para manter em marcha os ideais da revolução: "A unidade dos trabalhadores cubanos e de nosso povo tem sido chave para materializar a gigantesca obra edificada pela Revolução e, nas transformações que agora empreendemos, ela continuará sendo nossa mais importante arma estratégica". Segundo a CTC, o Estado não pode mais continuar com o mesmo modelo de empresas ineficazes, com quadros inflados. Assim, respalda a proposta governamental de ampliar e diversificar as opções que resultam em novas formas de relação trabalhista. A Central acredita que tudo isso vai ser bom para Cuba e para os cubanos.
Fidel Castro sempre disse e continua afirmando isso: as saídas encontradas por Cuba ao longo destes anos todos são as saídas cubanas. Não adianta a esquerda mundial se escabelar querendo que a ilha permaneça imutável diante das mudanças do mundo. São os cubanos que sabem de seus problemas e são eles os que encontrarão as formas de superá-los. Como lembra Raul, Cuba está frequentemente mudando para tentar seguir sempre a mesma: aquela que garante ao seu povo as conquistas da revolução.
Analistas do mau agouro insistem em dizer que o regime faliu, que está se entregando ao capitalismo, que o povo cubano não quer mais viver à margem do sistema capitalista, que as gentes querem poder comprar coisas bonitas e viverem em liberdade. Mas, para os dirigentes cubanos há uma grande distância entre o sistema privado capitalista (no qual um empresário é dono da força de trabalho e da mais-valia de milhares) e o chamado "trabalho por conta própria", o que está sendo agora incentivado. Este é o pequeno negócio, em nada parecido ao sistema de exploração capitalista. Nos seus discursos e nas conversas com a população Raul Castro tem dito que o estado cubano precisa melhorar sua produtividade, inclusive, para seguir garantindo os serviços públicos de qualidade ao povo. Nas vozes que se podem escutar em outras fontes que não as da CNN há uma boa expectativa. Os trabalhadores sabem que o número soa alto demais quando se fala em 500 mil despedidos, mas por outro lado, dizem que boa parte destes trabalhadores já tinha trabalhos paralelos. O governo cubano vai amparar quem tiver dificuldade. Assim diz Raul, em diversos comunicados divulgados pela televisão, pelos jornais e pelo rádio.
As mudanças em Cuba apontam para cenários múltiplos, é certo. Pode acabar o socialismo, pode crescer a iniciativa privada, pode mudar a mentalidade do povo, pode crescer a idéia do consumo, podem ruir as conquistas da revolução, pode fortalecer ainda mais o sistema, pode avançar no socialismo. Sim, tudo está aberto. Na verdade, sempre foi assim. O horizonte, desde a heróica conquista em janeiro de 1959, tem se apresentado como um quadro a ser pintado, permanentemente, porque a revolução não é uma coisa cristalizada. Ela é um processo. Para os velhos militantes, a esperança é que estes 50 anos de educação, cultura e luta pela soberania nacional façam valer o que já foi conquistado. Eles fazem questão de lembrar que nestes mais de 50 anos houve um bloqueio feroz e, por vezes, desumano, contra o país e contra o povo cubano. E Cuba sempre conseguiu se reinventar. Agora, a ilha passa por nova onda de mudanças. Haverá de encontrar seus caminhos. A diferença, creem, é que o governo e o povo fazem isso juntos e de forma soberana.
Enfim, Cuba segue seu caminho, com todas as suas limitações, seus erros, mas também seus acertos. O povo cubano responderá à história.
Eliane Tavares, jornalista da Adital - online
* Jornalista
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Eles não estão só
A Casa da América Latina
Estará homenageando os Cinco Heróis Cubanos, em seu 3º aniversário. Passado quase 12 anos da prisão injusta desses patriótas, todo o movimento de solidariedade é de grande importancia.Os Estados Unidos da América do Norte teima em não reconhecer essa arbitrariedade, como pondem, se colocarem como defensores dos Direitos Humanos, quando tem em seus cárceres cinco homens que ousaram defenderem sua Pátria.Nossa homenagem também se estendera a quatro internacionalistas, que são: Presidente Hugo Cháves, Coletivo de Pando( Bolívia), Silvio Tendler e João Luiz Pinaud.
Ato Solene, 31 de agosto, as 18:30, na Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEARJ), Rua da Glória, nº 01- Bairro da Glória -Rio de Janeiro
Estará homenageando os Cinco Heróis Cubanos, em seu 3º aniversário. Passado quase 12 anos da prisão injusta desses patriótas, todo o movimento de solidariedade é de grande importancia.Os Estados Unidos da América do Norte teima em não reconhecer essa arbitrariedade, como pondem, se colocarem como defensores dos Direitos Humanos, quando tem em seus cárceres cinco homens que ousaram defenderem sua Pátria.Nossa homenagem também se estendera a quatro internacionalistas, que são: Presidente Hugo Cháves, Coletivo de Pando( Bolívia), Silvio Tendler e João Luiz Pinaud.
Ato Solene, 31 de agosto, as 18:30, na Sociedade dos Engenheiros e Arquitetos do Estado do Rio de Janeiro (SEARJ), Rua da Glória, nº 01- Bairro da Glória -Rio de Janeiro
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Viva a Pachamama -Viva a Grande Mãe terra
05.08.10 - AMÉRICA LATINA E CARIBE
Agosto, mês da Pachamama
Elaine Tavares *
Adital -
O mês de agosto é um tempo sagrado na América andina. É o mês no qual se rendem homenagens à Pachamama, a mãe terra. Por todos os rincões deste espaço geográfico, lugar dos Collas, Aymaras, Quéchuas e tantas outras etnias, os amautas (sacerdotes) preparam oferendas, as wajt´as, que vão desde doces e comidas típicas até fetos de llamas e ovelhas. Com as oblações vão os pedidos de saúde, dinheiro e trabalho. Apesar de mais de 500 anos de colonização e domínio da religião católica, não há quem não ofereça seu presente a Pachamama neste agosto que já começou.
Para os amautas Ayamras este é considerado o período de "lakan paxi", o mês da boca, porque é nesse período que a grande mãe abre sua boca para receber as oferendas dos seres humanos que sobre ela andam, vivem e amam. Muitas são as cerimônias celebradas por todo o território. Algumas são bem simples, feitas em casa, pelas famílias. Outras, realizadas pelos yatiris relembram os ritos ancestrais e invocam os antigos deuses do mundo andino, os Achachilas, que moram nos cerros nevados do Illimani, Huayna Potosí, Mururata, Sajama e Chijcha. Nestes dias de agosto também é hora de invocar as forças que vivem nos rios e os espíritos dos animais.
Para quem crê nas formas anímicas e nos deuses antigos, nada melhor do que preparar uma boa cerimônia nestes dias de frio. O mês de agosto inteiro se presta a estas homenagens.
Em tempos de grande destruição da natureza, provocada pelo modelo de desenvolvimento do modo capitalista de produção, talvez seja hora de uma boa reflexão e de um encontro com o sagrado. Das montanhas nevadas dos Andes ecoam os cantos e sobe a fumaça dos incensos. Os deuses antigos esperam dos homens e das mulheres o respeito e a harmonia. E a Pachamama quer, ora quieta, ora em ebulição, que os seres humanos compreendam que são apenas uma espécie a mais pisando o lugar.
Neste dia primeiro de agosto, seguindo a tradição, fiz bolinhos de chuva e ofereci a mãe terra. Pedi proteção, saúde, alegria, para mim e para todos no mundo. Pedi que ela abrisse os olhos daqueles que a golpeiam para que possam ver o grande presente que é estar vivo, e pisando neste chão. Pedi piedade para os que não compreendem e pedi forças para enfrentar mais um ano, até que chegue o novo agosto.
Que viva a Pachamama. Toda honra à grande mãe!!!
Fonte: Adital- online
Agosto, mês da Pachamama
Elaine Tavares *
Adital -
O mês de agosto é um tempo sagrado na América andina. É o mês no qual se rendem homenagens à Pachamama, a mãe terra. Por todos os rincões deste espaço geográfico, lugar dos Collas, Aymaras, Quéchuas e tantas outras etnias, os amautas (sacerdotes) preparam oferendas, as wajt´as, que vão desde doces e comidas típicas até fetos de llamas e ovelhas. Com as oblações vão os pedidos de saúde, dinheiro e trabalho. Apesar de mais de 500 anos de colonização e domínio da religião católica, não há quem não ofereça seu presente a Pachamama neste agosto que já começou.
Para os amautas Ayamras este é considerado o período de "lakan paxi", o mês da boca, porque é nesse período que a grande mãe abre sua boca para receber as oferendas dos seres humanos que sobre ela andam, vivem e amam. Muitas são as cerimônias celebradas por todo o território. Algumas são bem simples, feitas em casa, pelas famílias. Outras, realizadas pelos yatiris relembram os ritos ancestrais e invocam os antigos deuses do mundo andino, os Achachilas, que moram nos cerros nevados do Illimani, Huayna Potosí, Mururata, Sajama e Chijcha. Nestes dias de agosto também é hora de invocar as forças que vivem nos rios e os espíritos dos animais.
Para quem crê nas formas anímicas e nos deuses antigos, nada melhor do que preparar uma boa cerimônia nestes dias de frio. O mês de agosto inteiro se presta a estas homenagens.
Em tempos de grande destruição da natureza, provocada pelo modelo de desenvolvimento do modo capitalista de produção, talvez seja hora de uma boa reflexão e de um encontro com o sagrado. Das montanhas nevadas dos Andes ecoam os cantos e sobe a fumaça dos incensos. Os deuses antigos esperam dos homens e das mulheres o respeito e a harmonia. E a Pachamama quer, ora quieta, ora em ebulição, que os seres humanos compreendam que são apenas uma espécie a mais pisando o lugar.
Neste dia primeiro de agosto, seguindo a tradição, fiz bolinhos de chuva e ofereci a mãe terra. Pedi proteção, saúde, alegria, para mim e para todos no mundo. Pedi que ela abrisse os olhos daqueles que a golpeiam para que possam ver o grande presente que é estar vivo, e pisando neste chão. Pedi piedade para os que não compreendem e pedi forças para enfrentar mais um ano, até que chegue o novo agosto.
Que viva a Pachamama. Toda honra à grande mãe!!!
Fonte: Adital- online
terça-feira, 27 de julho de 2010
Estadão, leva puxão de orelha
A carta do embaixador da Venezuela ao Estadão
25 Julho 2010
A O Estado de S.Paulo
Sr. Ruy Mesquita diretor de Opinião
Sr. Antonio Carlos Pereira editor responsável de Opinião
Sr. Ricardo Gandour editor de Conteúdo
Senhores,
É com grande preocupação e mal-estar que a República Bolivariana da Venezuela, por meio de seu Embaixador no Brasil, dirige-se a esse jornal, de reconhecidas qualidade e tradição entre os veículos da imprensa brasileira. E a razão não é outra senão nossa surpresa e indignação com os termos e o tom de que sua edição de hoje (20/07/10) lança mão para atacar o presidente de um país com o qual o Brasil e os brasileiros mantêm relações do mais alto nível e qualidade.
O respeito à plena liberdade de imprensa e de expressão é cláusula pétrea de nossa Constituição e valor orientador do governo de nosso país. A estas diretrizes, no entanto, cremos que devam sempre estar associadas a lhaneza na referência a autoridades constituídas democraticamente eleitas e a plena divulgação de todos os fatos associados a uma cobertura jornalística.
Cremos descabido que um jornal como O Estado de S.Paulo se refira ao presidente Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto livre da maioria dos venezuelanos, com o uso de termos e expressões como lúgubre circo de Chávez, autocrata, protoditador, circo chavista, caudilho, lúgubre picadeiro, costumeira ferocidade, rugiu, toque verdadeiramente circense da ofensiva chavista no gênero grand guignol.
Mais graves ainda são a distorção e ocultação de informações que maculam os textos hoje publicados.
O presidente Hugo Chávez nunca atropelou a Constituição Bolivariana, instituída por Assembleia Nacional e referendada em plebiscito. Ao contrário, submeteu-se, inclusive, a referendo revogatório de seu próprio mandato, prática democrática avançada que pouquíssimos países do mundo têm o orgulho de praticar.
O editorial omite que o cardeal Jorge Savino já foi convocado pela Assembleia Nacional para apresentar provas de sua campanha difamatória frente aos deputados também democraticamente eleitos , mas o mesmo rechaçou a convocação. Prefere manter suas acusações deletérias a apresentar aos venezuelanos e à opinião pública internacional os fatos que lastreariam suas seguidas diatribes.
Outros trechos do texto só podem ser lidos como clara campanha de acobertamento de um terrorista, como o é, comprovadamente, Alejandro Peña Esclusa: O advogado de Esclusa assegura que o material foi plantado pelos policiais que invadiram a casa de seu cliente - considerando o retrospecto, uma acusação mais do que plausível (grifo nosso)
Esclusa foi preso em sua residência em posse de explosivos, detonadores e munição, após ter sido denunciado, em depoimento à polícia, pelo terrorista confesso Francisco Chávez Abarca - este criminoso, classificado com o alerta vermelho da Interpol, foi preso em solo venezuelano quando dirigia operação de terror, visando desestabilizar o processo eleitoral de setembro deste ano.
A prisão de Esclusa ocorreu de forma pacífica, com colaboração de sua família, e segue os ritos jurídicos normais: ele tem advogado constituído, direito a ampla defesa e será julgado culpado ou inocente de acordo com o entendimento da Justiça, poder independente de influência governamental ou partidária, assim como no Brasil.
Inadmissível seria o governo da Venezuela ter permitido que um terrorista ceifasse vidas e pusesse em risco a democracia, que nos esforçamos arduamente para defender, ampliar e aprimorar em nosso país, assim como o fazem, no Brasil, os brasileiros.
O Estado de S.Paulo tem pleno conhecimento desses fatos, tendo inclusive recebido, em 14/07/10 a Nota de Esclarecimento desta Embaixada, a respeito do desbaratamento da operação terrorista internacional que estava em curso (cópia anexa). O responsável pela editoria Internacional, Roberto Lameirinhas, inclusive confirmou seu recebimento à nossa assessoria de comunicação.
Daí manifestarmos nossa estranheza com a reiterada negativa do jornal em dar tais informações a seus leitores. E ainda tomando como verdade declarações do advogado do referido terrorista.
Temos certeza que os senhores não desconhecem, até pela história recente do Brasil, o quão frágil pode ser a liberdade diante do autoritarismo tirano da intolerância e do uso do terror como método de ação política.
Reafirmamos que não nos cabe emitir qualquer juízo de valor sobre as opiniões político-ideológicas do jornal dirigido por V. Sas., por mais que delas discordemos. O que nos leva a enviar-lhes esta correspondência é, tão somente, a solicitação de que se mantenha a veracidade jornalística e o respeito que se deve sempre às pessoas, sejam ou não autoridades constituídas, mesmo quando o jornal as considere, de moto próprio, como seus inimigos ou desafetos.
Esta Embaixada permanece à disposição do jornal e de seus leitores, para esclarecimentos adicionais sobre quaisquer dos assuntos supracitados, bem como de novos temas julgados pertinentes e reivindica, formalmente, a publicação da presente carta, com o mesmo destaque dado ao editorial de hoje, intitulado O lúgubre circo de Chávez, publicado à página A3.
Atenciosamente,
Maximilien Arvelaiz
Embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil
Brasília, DF
25 Julho 2010
A O Estado de S.Paulo
Sr. Ruy Mesquita diretor de Opinião
Sr. Antonio Carlos Pereira editor responsável de Opinião
Sr. Ricardo Gandour editor de Conteúdo
Senhores,
É com grande preocupação e mal-estar que a República Bolivariana da Venezuela, por meio de seu Embaixador no Brasil, dirige-se a esse jornal, de reconhecidas qualidade e tradição entre os veículos da imprensa brasileira. E a razão não é outra senão nossa surpresa e indignação com os termos e o tom de que sua edição de hoje (20/07/10) lança mão para atacar o presidente de um país com o qual o Brasil e os brasileiros mantêm relações do mais alto nível e qualidade.
O respeito à plena liberdade de imprensa e de expressão é cláusula pétrea de nossa Constituição e valor orientador do governo de nosso país. A estas diretrizes, no entanto, cremos que devam sempre estar associadas a lhaneza na referência a autoridades constituídas democraticamente eleitas e a plena divulgação de todos os fatos associados a uma cobertura jornalística.
Cremos descabido que um jornal como O Estado de S.Paulo se refira ao presidente Hugo Chávez, eleito e reeleito pelo voto livre da maioria dos venezuelanos, com o uso de termos e expressões como lúgubre circo de Chávez, autocrata, protoditador, circo chavista, caudilho, lúgubre picadeiro, costumeira ferocidade, rugiu, toque verdadeiramente circense da ofensiva chavista no gênero grand guignol.
Mais graves ainda são a distorção e ocultação de informações que maculam os textos hoje publicados.
O presidente Hugo Chávez nunca atropelou a Constituição Bolivariana, instituída por Assembleia Nacional e referendada em plebiscito. Ao contrário, submeteu-se, inclusive, a referendo revogatório de seu próprio mandato, prática democrática avançada que pouquíssimos países do mundo têm o orgulho de praticar.
O editorial omite que o cardeal Jorge Savino já foi convocado pela Assembleia Nacional para apresentar provas de sua campanha difamatória frente aos deputados também democraticamente eleitos , mas o mesmo rechaçou a convocação. Prefere manter suas acusações deletérias a apresentar aos venezuelanos e à opinião pública internacional os fatos que lastreariam suas seguidas diatribes.
Outros trechos do texto só podem ser lidos como clara campanha de acobertamento de um terrorista, como o é, comprovadamente, Alejandro Peña Esclusa: O advogado de Esclusa assegura que o material foi plantado pelos policiais que invadiram a casa de seu cliente - considerando o retrospecto, uma acusação mais do que plausível (grifo nosso)
Esclusa foi preso em sua residência em posse de explosivos, detonadores e munição, após ter sido denunciado, em depoimento à polícia, pelo terrorista confesso Francisco Chávez Abarca - este criminoso, classificado com o alerta vermelho da Interpol, foi preso em solo venezuelano quando dirigia operação de terror, visando desestabilizar o processo eleitoral de setembro deste ano.
A prisão de Esclusa ocorreu de forma pacífica, com colaboração de sua família, e segue os ritos jurídicos normais: ele tem advogado constituído, direito a ampla defesa e será julgado culpado ou inocente de acordo com o entendimento da Justiça, poder independente de influência governamental ou partidária, assim como no Brasil.
Inadmissível seria o governo da Venezuela ter permitido que um terrorista ceifasse vidas e pusesse em risco a democracia, que nos esforçamos arduamente para defender, ampliar e aprimorar em nosso país, assim como o fazem, no Brasil, os brasileiros.
O Estado de S.Paulo tem pleno conhecimento desses fatos, tendo inclusive recebido, em 14/07/10 a Nota de Esclarecimento desta Embaixada, a respeito do desbaratamento da operação terrorista internacional que estava em curso (cópia anexa). O responsável pela editoria Internacional, Roberto Lameirinhas, inclusive confirmou seu recebimento à nossa assessoria de comunicação.
Daí manifestarmos nossa estranheza com a reiterada negativa do jornal em dar tais informações a seus leitores. E ainda tomando como verdade declarações do advogado do referido terrorista.
Temos certeza que os senhores não desconhecem, até pela história recente do Brasil, o quão frágil pode ser a liberdade diante do autoritarismo tirano da intolerância e do uso do terror como método de ação política.
Reafirmamos que não nos cabe emitir qualquer juízo de valor sobre as opiniões político-ideológicas do jornal dirigido por V. Sas., por mais que delas discordemos. O que nos leva a enviar-lhes esta correspondência é, tão somente, a solicitação de que se mantenha a veracidade jornalística e o respeito que se deve sempre às pessoas, sejam ou não autoridades constituídas, mesmo quando o jornal as considere, de moto próprio, como seus inimigos ou desafetos.
Esta Embaixada permanece à disposição do jornal e de seus leitores, para esclarecimentos adicionais sobre quaisquer dos assuntos supracitados, bem como de novos temas julgados pertinentes e reivindica, formalmente, a publicação da presente carta, com o mesmo destaque dado ao editorial de hoje, intitulado O lúgubre circo de Chávez, publicado à página A3.
Atenciosamente,
Maximilien Arvelaiz
Embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil
Brasília, DF
terça-feira, 20 de julho de 2010
Saúde para todo na Nicarágua
Nicarágua
Nicarágua: saúde gratuita e de qualidade para todos
Manágua, (Prensa Latina) Em aproximadamente três anos e meio, a atenção sanitária na Nicarágua deixou de ser uma prática elitista e controlada pelas regras do mercado, e se converteu em uma prioridade governamental e um direito de toda a população. Os avanços conseguidos neste campo desde que os sandinistas assumiram pela segunda vez o governo desta nação centro-americana, em janeiro de 2007, são enormes e respondem a uma política de Estado concebida a partir do critério de que a saúde é um direito fundamental de toda a população e é uma obrigação governamental brindar uma atenção de qualidade, de maneira eficiente e gratuita.
Depois de 17 anos de governos neoliberais (1990-2006), uma das primeiras decisões adotadas pelo presidente Daniel Ortega foi decretar a gratuidade da atenção médica em hospitais e centros de saúde, incluindo os exames de laboratórios e com equipes de alta tecnologia, que depois se estendeu aos medicamentos prescritos nessas unidades.
Essa medida possibilitou o acesso à atenção médica de grande parte da população nicaragüense, sobretudo a de menores rendimentos, até então impedida de pagar os altos custos de hospitais privados e inclusive públicos.
Por exemplo, no Centro Nacional de Cardiologia realizaram-se, em 2007, 2.898 eletrocardiogramas, mas a cifra subiu a 7.932 em 2009 e só durante o primeiro semestre deste ano se reportaram 4.500.
Há três anos, os nicaragüenses deviam pagar por um eletrocardiograma o equivalente a uns 30 dólares por exame, mas desde 2007 realizam-se gratuitamente em todos os hospitais públicos e centros assistenciais controlados pelo Ministério de Saúde (Minsa).
Mas de pouco serve a gratuidade da atenção médica se são escassos os centros assistenciais e os que existem não dispõem de recursos humanos e técnicos necessários.
Concentrada principalmente em Manágua e em algumas outras cidades, a infra-estrutura de saúde pública que encontrou o governo sandinista em 2007 estava marcada pela corrupção e pelo abandono de três administrações neoliberais precedentes.
Não existiam máquinas de hemodiálise em nenhum dos hospitais públicos do país, e muito menos equipes para realizar tomografias, ressonâncias magnéticas, ecocardiogramas e outros exames especializados.
Tudo isso começou a mudar rapidamente, graças a importantes e sustentados investimentos governamentais e à ajuda brindada pelos países da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (ALBA), principalmente de Cuba e Venezuela.
A infra-estrutura
Em três anos e meio, foram consertados e acondicionados dezenas de hospitais e centros de saúde em todo o país e se construíram outros, principalmente em zonas do interior onde praticamente nunca antes houve atenção médica à população.
Na primeira semana de julho e em comemoração ao XXXI aniversário do triunfo da Revolução Sandinista, a ministra de Saúde, Sonia Castro, anunciou a inauguração, no mês, de 15 novas unidades sanitárias, entre elas quatro hospitais primários.
Há uma melhora na infra-estrutura e pouco a pouco estamos investindo num modelo de saúde que encontramos fracassado; sabemos que as necessidades são grandes, mas vamos avançando, disse a titular do Minsa.
Na aplicação de sua política sanitária, o governo sandinista tem outorgado a prioridade à prevenção e a partir desse conceito intensificou-se a atenção às grávidas e multiplicam-se os programas de vacinação, sobretudo à população infantil, o que permitiu eliminar ou reduzir a incidência de doenças como a poliomielite, o tétano neonatal, o sarampo, a rubéola e outras. Ao mesmo tempo trabalhou-se intensamente na formação de novos médicos, pessoal de enfermaria e técnicos da saúde, com vocação de serviço solidário e humanista, alheia a conceitos mercantilistas.
Ao pujante movimento de médicos sandinistas que se move por todo o país, unem-se pouco a pouco os graduados das universidades locais, bem como os mais de mil jovens que a Nicarágua enviou à Escola Latino-americana de Medicina (ELAM) de Havana, e os mais de 200 que estudam na Venezuela.
O esforço realizado ao longo de mais de três anos possibilitou que, no final de maio, o representante permanente na Nicarágua da Organização Panamericana de Saúde (OPS), Jorge Luis Prósperi, destacasse as conquistas do governo sandinista em matéria de saúde.
Nicarágua é um dos países com mais alta cobertura de vacinação no continente, disse o servidor público, e acrescentou que nem na América do Sul nem na Central atingem-se cifras acima de 95 por cento na maioria das vacinas como na Nicarágua e isso só se consegue com um compromisso político muito forte do governo.
A julgamento de Prósperi, as limitações são basicamente financeiras, mas para chegar a essa meta conta-se com uma forte política sanitária e o país tem um plano de saúde e um modelo de organização dos sistemas sanitários locais que são exemplos para a América.
A colaboração cubana
A colaboração cubana neste esforço é notável. A brigada Ernesto Che Guevara, integrada por uns 180 especialistas, opera em dois hospitais, um no município Muelle de los Bueyes, na Região Autônoma do Atlântico Sul (RAAS), e outro em Waspán, na Região Autônoma do Atlântico Norte (RAAN), zonas de assentamento tradicional dos povos originários.
O pessoal médico da Che Guevara está presente também nos departamentos de Matagalpa e Rio San Juan, e seus técnicos operam as equipes vindas da Venezuela para o Centro de Alta Tecnologia do capitalino hospital Lenin Fonseca.
Também integram essa brigada os 45 médicos e técnicos que operam os quatro hospitais oftalmológicos criados na Nicarágua como parte da Operação Milagro, instalados em Cidade Sandino, Matagalpa, Bluefields e Puerto Cabezas, onde, em conjunto realizaram-se até agora mais de 67 mil operações cirúrgicas em pessoas com problemas visuais.
A maior parte dessas operações foi realizada em pessoas afetadas por cataratas ou pterigium e foi totalmente gratuita, algo muito importante se se tiver em conta que uma operação desse tipo custa em um hospital privado da Nicarágua em torno de 900 dólares.
Outra colaboração cubana de grande impacto social é a que protagonizam os 64 especialistas e técnicos da Ilha que integram a Brigada Todos com Voz, que desde outubro de 2009 realiza o Estudo Psico-social, Pedagógico e Clínico-Genético das Pessoas com Incapacidades em todos os departamentos da Nicarágua.
Essa brigada, integrada também por 25 médicos nicaragüenses, completou já esses estudos em Masaya, Matagalpa, Chinandega, Managua, León, Jinotega, Nueva Segovia, Estelí e a princípios de julho estava a ponto de terminar em Chontales.
Até o dia 6 desse mês tinham estudado um total de 88.419 pessoas com diversos tipos de incapacidades, para o que visitaram mais de 131 mil moradias.
Esses estudos permitem registrar informação que antes não existia sobre as pessoas incapacitadas, o que possibilita ao governo elaborar e aplicar programas de atenção para melhorar a qualidade de vida desse vulnerável setor da população.
(*) O autor é co-responsável da Prensa Latina na Nicarágua.
Fonte: Patria Latina- online
Nicarágua: saúde gratuita e de qualidade para todos
Manágua, (Prensa Latina) Em aproximadamente três anos e meio, a atenção sanitária na Nicarágua deixou de ser uma prática elitista e controlada pelas regras do mercado, e se converteu em uma prioridade governamental e um direito de toda a população. Os avanços conseguidos neste campo desde que os sandinistas assumiram pela segunda vez o governo desta nação centro-americana, em janeiro de 2007, são enormes e respondem a uma política de Estado concebida a partir do critério de que a saúde é um direito fundamental de toda a população e é uma obrigação governamental brindar uma atenção de qualidade, de maneira eficiente e gratuita.
Depois de 17 anos de governos neoliberais (1990-2006), uma das primeiras decisões adotadas pelo presidente Daniel Ortega foi decretar a gratuidade da atenção médica em hospitais e centros de saúde, incluindo os exames de laboratórios e com equipes de alta tecnologia, que depois se estendeu aos medicamentos prescritos nessas unidades.
Essa medida possibilitou o acesso à atenção médica de grande parte da população nicaragüense, sobretudo a de menores rendimentos, até então impedida de pagar os altos custos de hospitais privados e inclusive públicos.
Por exemplo, no Centro Nacional de Cardiologia realizaram-se, em 2007, 2.898 eletrocardiogramas, mas a cifra subiu a 7.932 em 2009 e só durante o primeiro semestre deste ano se reportaram 4.500.
Há três anos, os nicaragüenses deviam pagar por um eletrocardiograma o equivalente a uns 30 dólares por exame, mas desde 2007 realizam-se gratuitamente em todos os hospitais públicos e centros assistenciais controlados pelo Ministério de Saúde (Minsa).
Mas de pouco serve a gratuidade da atenção médica se são escassos os centros assistenciais e os que existem não dispõem de recursos humanos e técnicos necessários.
Concentrada principalmente em Manágua e em algumas outras cidades, a infra-estrutura de saúde pública que encontrou o governo sandinista em 2007 estava marcada pela corrupção e pelo abandono de três administrações neoliberais precedentes.
Não existiam máquinas de hemodiálise em nenhum dos hospitais públicos do país, e muito menos equipes para realizar tomografias, ressonâncias magnéticas, ecocardiogramas e outros exames especializados.
Tudo isso começou a mudar rapidamente, graças a importantes e sustentados investimentos governamentais e à ajuda brindada pelos países da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (ALBA), principalmente de Cuba e Venezuela.
A infra-estrutura
Em três anos e meio, foram consertados e acondicionados dezenas de hospitais e centros de saúde em todo o país e se construíram outros, principalmente em zonas do interior onde praticamente nunca antes houve atenção médica à população.
Na primeira semana de julho e em comemoração ao XXXI aniversário do triunfo da Revolução Sandinista, a ministra de Saúde, Sonia Castro, anunciou a inauguração, no mês, de 15 novas unidades sanitárias, entre elas quatro hospitais primários.
Há uma melhora na infra-estrutura e pouco a pouco estamos investindo num modelo de saúde que encontramos fracassado; sabemos que as necessidades são grandes, mas vamos avançando, disse a titular do Minsa.
Na aplicação de sua política sanitária, o governo sandinista tem outorgado a prioridade à prevenção e a partir desse conceito intensificou-se a atenção às grávidas e multiplicam-se os programas de vacinação, sobretudo à população infantil, o que permitiu eliminar ou reduzir a incidência de doenças como a poliomielite, o tétano neonatal, o sarampo, a rubéola e outras. Ao mesmo tempo trabalhou-se intensamente na formação de novos médicos, pessoal de enfermaria e técnicos da saúde, com vocação de serviço solidário e humanista, alheia a conceitos mercantilistas.
Ao pujante movimento de médicos sandinistas que se move por todo o país, unem-se pouco a pouco os graduados das universidades locais, bem como os mais de mil jovens que a Nicarágua enviou à Escola Latino-americana de Medicina (ELAM) de Havana, e os mais de 200 que estudam na Venezuela.
O esforço realizado ao longo de mais de três anos possibilitou que, no final de maio, o representante permanente na Nicarágua da Organização Panamericana de Saúde (OPS), Jorge Luis Prósperi, destacasse as conquistas do governo sandinista em matéria de saúde.
Nicarágua é um dos países com mais alta cobertura de vacinação no continente, disse o servidor público, e acrescentou que nem na América do Sul nem na Central atingem-se cifras acima de 95 por cento na maioria das vacinas como na Nicarágua e isso só se consegue com um compromisso político muito forte do governo.
A julgamento de Prósperi, as limitações são basicamente financeiras, mas para chegar a essa meta conta-se com uma forte política sanitária e o país tem um plano de saúde e um modelo de organização dos sistemas sanitários locais que são exemplos para a América.
A colaboração cubana
A colaboração cubana neste esforço é notável. A brigada Ernesto Che Guevara, integrada por uns 180 especialistas, opera em dois hospitais, um no município Muelle de los Bueyes, na Região Autônoma do Atlântico Sul (RAAS), e outro em Waspán, na Região Autônoma do Atlântico Norte (RAAN), zonas de assentamento tradicional dos povos originários.
O pessoal médico da Che Guevara está presente também nos departamentos de Matagalpa e Rio San Juan, e seus técnicos operam as equipes vindas da Venezuela para o Centro de Alta Tecnologia do capitalino hospital Lenin Fonseca.
Também integram essa brigada os 45 médicos e técnicos que operam os quatro hospitais oftalmológicos criados na Nicarágua como parte da Operação Milagro, instalados em Cidade Sandino, Matagalpa, Bluefields e Puerto Cabezas, onde, em conjunto realizaram-se até agora mais de 67 mil operações cirúrgicas em pessoas com problemas visuais.
A maior parte dessas operações foi realizada em pessoas afetadas por cataratas ou pterigium e foi totalmente gratuita, algo muito importante se se tiver em conta que uma operação desse tipo custa em um hospital privado da Nicarágua em torno de 900 dólares.
Outra colaboração cubana de grande impacto social é a que protagonizam os 64 especialistas e técnicos da Ilha que integram a Brigada Todos com Voz, que desde outubro de 2009 realiza o Estudo Psico-social, Pedagógico e Clínico-Genético das Pessoas com Incapacidades em todos os departamentos da Nicarágua.
Essa brigada, integrada também por 25 médicos nicaragüenses, completou já esses estudos em Masaya, Matagalpa, Chinandega, Managua, León, Jinotega, Nueva Segovia, Estelí e a princípios de julho estava a ponto de terminar em Chontales.
Até o dia 6 desse mês tinham estudado um total de 88.419 pessoas com diversos tipos de incapacidades, para o que visitaram mais de 131 mil moradias.
Esses estudos permitem registrar informação que antes não existia sobre as pessoas incapacitadas, o que possibilita ao governo elaborar e aplicar programas de atenção para melhorar a qualidade de vida desse vulnerável setor da população.
(*) O autor é co-responsável da Prensa Latina na Nicarágua.
Fonte: Patria Latina- online
domingo, 18 de julho de 2010
Financiamento midiático contra Hugo Chaves
Documentos revelam financiamento dos EUA a meios e jornalistas venezuelanos
Mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas da internet foram financiadas na Venezuela com o dinheiro estrangeiro.
Por Esther BanalesEva Golinger[16 de julho de 2010 - 15h00]
Documentos recentemente desclassificados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação (FOIA, por suas siglas em inglês) evidenciam mais de 4 milhões de dólares em financiamento a meios e jornalistas venezuelanos durante os últimos anos.
O financiamento tem sido canalizado diretamente do Departamento de Estado através de três entidades públicas estadunidenses: a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF, por suas siglas em inglês), Freedom House e pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid).
Em uma tosca tentativa de esconder suas ações, o Departamento de Estado censurou a maioria dos nomes das organizações e dos jornalistas recebendo esses fundos multimilionários. No entanto, um documento datado de julho de 2008 deixou sem censura os nomes das principais organizações venezuelanas recebendo os fundos: Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS).
Espaço Público e IPYS são as entidades que figuram como as encarregadas de coordenar a distribuição dos fundos e os projetos do Departamento de Estado com os meios de comunicação privados e jornalistas venezuelanos.
Os documentos evidenciam que a PADF, o FUPAD, em espanhol, implementou programas na Venezuela dedicados à "promoção da liberdade dos meios e das instituições democráticas", além de cursos de formação para jornalistas e o desenvolvimento de novos meios na Internet devido ao que considera as "constantes ameaças contra a liberdade de expressão" e "o clima de intimidação e censura contra os jornalistas e meios".
Financiamento a páginas web anti Chávez
Um dos programas da Fupad, pelo qual recebeu 699.996 dólares do Departamento de Estado, em 2007, foi dedicado ao "desenvolvimento dos meios independentes na Venezuela" e para o jornalismo "via tecnologias inovadoras". Os documentos evidenciam que mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas web foram financiadas na Venezuela com dinheiro estrangeiro. Espaço Público e IPYS foram os principais executores desse projeto em âmbito nacional, que também incluiu a outorga de "prêmios" de 25 mil dólares a vários jornalistas.
Durante os últimos dois anos, aconteceu uma verdadeira proliferação de páginas web, blogs e membros do Twitter e do Facebook na Venezuela que utilizam esses meios para promover mensagens contra o governo venezuelano e o presidente Chávez e que tentam distorcer e manipular a realidade sobre o que acontece no país.
Outros programas manejados pelo Departamento de Estado selecionaram jovens venezuelanos para receber treinamento e capacitação no uso dessas tecnologias e para criar o que chamam uma "rede de ciberdissidentes" na Venezuela.
Por exemplo, em abril deste ano, o Instituto George W. Bush, juntamente com a organização estadunidense Freedom House convocou um encontro de "ativistas pela liberdade e pelos direitos humanos" e "especialistas em Internet" para analisar o "movimento global de ciberdissidentes". Ao encontro, que foi realizado em Dallas, Texas, foi convidado Rodrigo Diamanti, da organização Futuro Presente da Venezuela.
No ano passado, durante os dias 15 e 16 de outubro, a Cidade do México foi a sede da II Cúpula da Aliança de Movimentos Juvenis ("AYM", por suas siglas em inglês). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação da Secretária De Estado Hillary Clinton e vários "delegados" convidados pela diplomacia estadunidense, incluindo aos venezuelanos Yon Goicochea (da organização venezuelana Primero Justicia); o dirigente da organização Venezuela de Primera, Rafael Delgado; e a ex-dirigente estudantil Geraldine Álvarez, agora membro da Fundação Futuro Presente, organização criada por Yon Goicochea com financiamento do Instituto Cato, dos EUA.
Junto a representantes das agências de Washington, como Freedom House, o Instituto Republicano Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado, os jovens convidados receberam cursos de "capacitação e formação" dos funcionários estadunidenses e dos criadores de tecnologias como Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e Youtube.
Financiamento a universidades
Os documentos desclassificados também revelam um financiamento de 716.346 dólares via organização estadunidense Freedom House, em 2008, para um projeto de 18 meses dedicado a "fortalecer os meios independentes na Venezuela". Esse financiamento através da Freedom House também resultou na criação de "um centro de recursos para jornalistas" em uma universidade venezuelana não especificada no relatório. Segundo o documento oficial, "O centro desenvolverá uma rádio comunitária, uma página web e cursos de formação", todos financiados pelas agências de Washington.
Outros 706.998 dólares canalizados pela Fupad foram destinados para "promover a liberdade de expressão na Venezuela", através de um projeto de 2 anos orientado ao jornalismo investigativo e "às novas tecnologias", como Twitter, Internet, Facebook e Youtube, entre outras. "Especificamente, a Fupad e seu sócio local capacitarão e apoiarão [a jornalistas, meios e ONGs] no uso das novas tecnologias midiáticas em várias regiões da Venezuela".
"A Fupad conduzirá cursos de formação sobre os conceitos do jornalismo investigativo e os métodos para fortalecer a qualidade da informação independente disponível na Venezuela. Esses cursos serão desenvolvidos e incorporados no currículo universitário".
Outro documento evidencia que três universidades venezuelanas, a Universidade Central da Venezuela, a Universidade Metropolitana e a Universidade Santa Maria, incorporaram cursos sobre jornalismo de pós-graduação e em nível universitário em seus planos de estudos, financiados pela Fupad e pelo Departamento de Estado. Essas três universidades têm sido os focos principais dos movimentos estudantis antichavistas durante os últimos três anos.
Sendo o principal canal dos fundos do Departamento de Estado aos meios privados e jornais na Venezuela, a Fupad também recebeu 545.804 dólares para um programa intitulado "Venezuela: As vozes do futuro". Esse projeto, que durou um ano, foi dedicado a "desenvolver uma nova geração de jornalistas independentes através do uso das novas tecnologias". Também a Fupad financiou vários blogs, jornais, rádios e televisões em regiões por todo o país para assegurar a publicação dos artigos e transmissões dos "participantes" do programa.
A Usaid e a Fupad
Mais fundos foram distribuídos através do escritório da Usaid em Caracas, que maneja um orçamento anual entre 5 a 7 milhões de dólares. Esses milhões de dólares fazem parte dos 40 a 50 milhões de dólares que anualmente as agências estadunidenses, europeias e canadenses estão dando aos setores antichavistas na Venezuela.
A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento está ativa na Venezuela desde 2005, sendo uma das principais contratistas da Usaid no país sulamericano. A Fupad é uma entidade criada pelo Departamento de Estado em 1962, e é "filiada" à organização de Estados Americanos (OEA). A Fupad implementou programas financiados pela Usaid, pelo Departamento de Estado e outros financiadores internacionais para "promover a democracia" e "fortalecer a sociedade civil" na América Latina e Caribe.
Atualmente, a Fupad maneja programas através da Usaid com fundos acima de 100 milhões de dólares na Colômbia, como parte do Plano Colômbia, financiando "iniciativas" na zona indígena em El Alto; e leva 10 anos trabalhando em Cuba, de forma "clandestina", para fomentar uma "sociedade civil independente" para "acelerar uma transição à democracia".
Na Venezuela, a Fupad tem trabalhado para "fortalecer os grupos locais da sociedade civil". Segundo um dos documentos desclassificados, a Fupad "tem sido um dos poucos grupos internacionais que tem podido outorgar financiamento significativo e assistência técnica a ONGs venezuelanas".
Os "sócios" venezuelanos
Espaço Público é uma associação civil venezuelana dirigida pelo jornalista venezuelano Carlos Correa. Apesar de sua página web (www.espaciopublic.org) destacar que a organização é "independente e autônoma de organizações internacionais ou de governos", os documentos do Departamento de Estado evidenciam que recebe um financiamento multimilionário do governo dos Estados Unidos. E tal como esses documentos revelam, as agências estadunidenses, como a Fupad, não somente financiam grupos como o Espaço Público, mas os consideram como seus "sócios" e desde Washington lhes enviam materiais, linhas de ação e diretrizes que são aplicadas na Venezuela, e exercem um controle sobre suas operações para assegurar que cumprem com a agenda dos Estados Unidos.
O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) é nada mais do que um porta-voz de Washington, criado e financiado pelo National Endowment for Democracy (NED) e por outras entidades conectadas com o Departamento de Estado. Seu diretor na Venezuela é o jornalista Ewald Sharfenberg, conhecido opositor do governo de Hugo Chávez. IPYS é membro da agrupação Intercâmbio Internacional de Livre Expressão (IFEX), financiado pelo Departamento de Estado e é parte da Rede de Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização francesa financiada pela NED, pelo Instituto Republicano Internacional (IRI) e pelo Comitê para a Assistência para uma Cuba Livre.
Ver os documentos em: http://centrodealerta.org/noticias/eeuu_financia_a_medios_y_pe.html
Publicado e traduzido por Adital. Foto de http://www.flickr.com/photos/rufino_uribe/.
Fonte: Forum/Revista- online
Mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas da internet foram financiadas na Venezuela com o dinheiro estrangeiro.
Por Esther BanalesEva Golinger[16 de julho de 2010 - 15h00]
Documentos recentemente desclassificados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação (FOIA, por suas siglas em inglês) evidenciam mais de 4 milhões de dólares em financiamento a meios e jornalistas venezuelanos durante os últimos anos.
O financiamento tem sido canalizado diretamente do Departamento de Estado através de três entidades públicas estadunidenses: a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF, por suas siglas em inglês), Freedom House e pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid).
Em uma tosca tentativa de esconder suas ações, o Departamento de Estado censurou a maioria dos nomes das organizações e dos jornalistas recebendo esses fundos multimilionários. No entanto, um documento datado de julho de 2008 deixou sem censura os nomes das principais organizações venezuelanas recebendo os fundos: Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS).
Espaço Público e IPYS são as entidades que figuram como as encarregadas de coordenar a distribuição dos fundos e os projetos do Departamento de Estado com os meios de comunicação privados e jornalistas venezuelanos.
Os documentos evidenciam que a PADF, o FUPAD, em espanhol, implementou programas na Venezuela dedicados à "promoção da liberdade dos meios e das instituições democráticas", além de cursos de formação para jornalistas e o desenvolvimento de novos meios na Internet devido ao que considera as "constantes ameaças contra a liberdade de expressão" e "o clima de intimidação e censura contra os jornalistas e meios".
Financiamento a páginas web anti Chávez
Um dos programas da Fupad, pelo qual recebeu 699.996 dólares do Departamento de Estado, em 2007, foi dedicado ao "desenvolvimento dos meios independentes na Venezuela" e para o jornalismo "via tecnologias inovadoras". Os documentos evidenciam que mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas web foram financiadas na Venezuela com dinheiro estrangeiro. Espaço Público e IPYS foram os principais executores desse projeto em âmbito nacional, que também incluiu a outorga de "prêmios" de 25 mil dólares a vários jornalistas.
Durante os últimos dois anos, aconteceu uma verdadeira proliferação de páginas web, blogs e membros do Twitter e do Facebook na Venezuela que utilizam esses meios para promover mensagens contra o governo venezuelano e o presidente Chávez e que tentam distorcer e manipular a realidade sobre o que acontece no país.
Outros programas manejados pelo Departamento de Estado selecionaram jovens venezuelanos para receber treinamento e capacitação no uso dessas tecnologias e para criar o que chamam uma "rede de ciberdissidentes" na Venezuela.
Por exemplo, em abril deste ano, o Instituto George W. Bush, juntamente com a organização estadunidense Freedom House convocou um encontro de "ativistas pela liberdade e pelos direitos humanos" e "especialistas em Internet" para analisar o "movimento global de ciberdissidentes". Ao encontro, que foi realizado em Dallas, Texas, foi convidado Rodrigo Diamanti, da organização Futuro Presente da Venezuela.
No ano passado, durante os dias 15 e 16 de outubro, a Cidade do México foi a sede da II Cúpula da Aliança de Movimentos Juvenis ("AYM", por suas siglas em inglês). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação da Secretária De Estado Hillary Clinton e vários "delegados" convidados pela diplomacia estadunidense, incluindo aos venezuelanos Yon Goicochea (da organização venezuelana Primero Justicia); o dirigente da organização Venezuela de Primera, Rafael Delgado; e a ex-dirigente estudantil Geraldine Álvarez, agora membro da Fundação Futuro Presente, organização criada por Yon Goicochea com financiamento do Instituto Cato, dos EUA.
Junto a representantes das agências de Washington, como Freedom House, o Instituto Republicano Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado, os jovens convidados receberam cursos de "capacitação e formação" dos funcionários estadunidenses e dos criadores de tecnologias como Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e Youtube.
Financiamento a universidades
Os documentos desclassificados também revelam um financiamento de 716.346 dólares via organização estadunidense Freedom House, em 2008, para um projeto de 18 meses dedicado a "fortalecer os meios independentes na Venezuela". Esse financiamento através da Freedom House também resultou na criação de "um centro de recursos para jornalistas" em uma universidade venezuelana não especificada no relatório. Segundo o documento oficial, "O centro desenvolverá uma rádio comunitária, uma página web e cursos de formação", todos financiados pelas agências de Washington.
Outros 706.998 dólares canalizados pela Fupad foram destinados para "promover a liberdade de expressão na Venezuela", através de um projeto de 2 anos orientado ao jornalismo investigativo e "às novas tecnologias", como Twitter, Internet, Facebook e Youtube, entre outras. "Especificamente, a Fupad e seu sócio local capacitarão e apoiarão [a jornalistas, meios e ONGs] no uso das novas tecnologias midiáticas em várias regiões da Venezuela".
"A Fupad conduzirá cursos de formação sobre os conceitos do jornalismo investigativo e os métodos para fortalecer a qualidade da informação independente disponível na Venezuela. Esses cursos serão desenvolvidos e incorporados no currículo universitário".
Outro documento evidencia que três universidades venezuelanas, a Universidade Central da Venezuela, a Universidade Metropolitana e a Universidade Santa Maria, incorporaram cursos sobre jornalismo de pós-graduação e em nível universitário em seus planos de estudos, financiados pela Fupad e pelo Departamento de Estado. Essas três universidades têm sido os focos principais dos movimentos estudantis antichavistas durante os últimos três anos.
Sendo o principal canal dos fundos do Departamento de Estado aos meios privados e jornais na Venezuela, a Fupad também recebeu 545.804 dólares para um programa intitulado "Venezuela: As vozes do futuro". Esse projeto, que durou um ano, foi dedicado a "desenvolver uma nova geração de jornalistas independentes através do uso das novas tecnologias". Também a Fupad financiou vários blogs, jornais, rádios e televisões em regiões por todo o país para assegurar a publicação dos artigos e transmissões dos "participantes" do programa.
A Usaid e a Fupad
Mais fundos foram distribuídos através do escritório da Usaid em Caracas, que maneja um orçamento anual entre 5 a 7 milhões de dólares. Esses milhões de dólares fazem parte dos 40 a 50 milhões de dólares que anualmente as agências estadunidenses, europeias e canadenses estão dando aos setores antichavistas na Venezuela.
A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento está ativa na Venezuela desde 2005, sendo uma das principais contratistas da Usaid no país sulamericano. A Fupad é uma entidade criada pelo Departamento de Estado em 1962, e é "filiada" à organização de Estados Americanos (OEA). A Fupad implementou programas financiados pela Usaid, pelo Departamento de Estado e outros financiadores internacionais para "promover a democracia" e "fortalecer a sociedade civil" na América Latina e Caribe.
Atualmente, a Fupad maneja programas através da Usaid com fundos acima de 100 milhões de dólares na Colômbia, como parte do Plano Colômbia, financiando "iniciativas" na zona indígena em El Alto; e leva 10 anos trabalhando em Cuba, de forma "clandestina", para fomentar uma "sociedade civil independente" para "acelerar uma transição à democracia".
Na Venezuela, a Fupad tem trabalhado para "fortalecer os grupos locais da sociedade civil". Segundo um dos documentos desclassificados, a Fupad "tem sido um dos poucos grupos internacionais que tem podido outorgar financiamento significativo e assistência técnica a ONGs venezuelanas".
Os "sócios" venezuelanos
Espaço Público é uma associação civil venezuelana dirigida pelo jornalista venezuelano Carlos Correa. Apesar de sua página web (www.espaciopublic.org) destacar que a organização é "independente e autônoma de organizações internacionais ou de governos", os documentos do Departamento de Estado evidenciam que recebe um financiamento multimilionário do governo dos Estados Unidos. E tal como esses documentos revelam, as agências estadunidenses, como a Fupad, não somente financiam grupos como o Espaço Público, mas os consideram como seus "sócios" e desde Washington lhes enviam materiais, linhas de ação e diretrizes que são aplicadas na Venezuela, e exercem um controle sobre suas operações para assegurar que cumprem com a agenda dos Estados Unidos.
O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) é nada mais do que um porta-voz de Washington, criado e financiado pelo National Endowment for Democracy (NED) e por outras entidades conectadas com o Departamento de Estado. Seu diretor na Venezuela é o jornalista Ewald Sharfenberg, conhecido opositor do governo de Hugo Chávez. IPYS é membro da agrupação Intercâmbio Internacional de Livre Expressão (IFEX), financiado pelo Departamento de Estado e é parte da Rede de Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização francesa financiada pela NED, pelo Instituto Republicano Internacional (IRI) e pelo Comitê para a Assistência para uma Cuba Livre.
Ver os documentos em: http://centrodealerta.org/noticias/eeuu_financia_a_medios_y_pe.html
Publicado e traduzido por Adital. Foto de http://www.flickr.com/photos/rufino_uribe/.
Fonte: Forum/Revista- online
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Um Ano sem Mercedes Sosa, a diva da America Latina
Adiós, Mercedes
Escrito por Franklin Valverde
latinidade está um pouco mais pobre. Mercedes Sosa não está mais entre nós. Poucas vozes na música latina se levantaram tão alto e tão forte para defender uma América Latina livre e uma vida melhor para seus povos. Mercedes tomou para si a responsabilidade de gritar contra as injustiças das ditaduras latino-americanas, que não foram poucas, destas últimas cinco décadas.
Comecei a ouvir Mercedes nos anos setenta cantando Gracias a la vida, porque me ha dado tanto, me ha dado la risa y me ha dado el llanto, e também Los Hemanos com sua hermana muy hermosa que se llama libertad.
A beleza de sua voz e sua força artística, sempre ao lado dos menos favorecidos, me incentivou a criar o Radio Hispanidad, programa de música latina apresentado na Brasil 2000 FM, em cuja programação a presença de Mercedes era constante.
Guardo com especial carinho muitos momentos de meus encontros profissionais com Mercedes Sosa. Comparto aqui com vocês três deles como minha singela homenagem a essa diva da música.
Por essas coincidências da vida, foi com la Negra - como era carinhosamente chamada em sua Argentina - que fiz a minha primeira reportagem internacional. Em uma de suas inúmeras visitas ao Brasil, fui até o Maksoud Plaza para entrevistá-la. Estava na ante-sala da suíte e esperava a sua entrada, havia muita expectativa e alguma ansiedade. Mercedes entra e tem um acesso de tosse fortíssimo, passa direto por mim e pelo seu staff que ali também a aguardava. Todos se olham assustados. Pensei: "Pronto, ela vai acabar cancelando a entrevista". Passados alguns minutos ela volta e começamos um bate-papo que dos dez minutos previstos se transformaram em mais de uma hora. Foi uma conversa agradável com a qual ela me cativou definitivamente. O material foi riquíssimo e rendeu dois belos programas.
Depois desse primeiro encontro no final dos anos oitenta, sempre que visitava o Brasil, Mercedes Sosa participava do Radio Hispanidad. Isso fez dela uma espécie de madrinha do programa, uma figura especial sempre presente nos brindando sua simpatia, seu bom astral e sua encantadora voz. Foi também de Mercedes Sosa que recebi, como jornalista, um dos mais emocionantes depoimentos sobre meu percurso profissional. Nos anos noventa, participando de uma de suas coletivas, tive a honra de ter sido cumprimentado por ela antes das perguntas de todos os meus colegas e de receber publicamente um elogio pelo meu trabalho em prol da música e cultura latino-americanas. Ela não precisava ter feito aquilo e nem sei se eu merecia tanto, mas o fato é que a sua generosidade, naquele momento, foi imensa para um jovem repórter.
Outro momento inesquecível foi quando realizei o sonho de qualquer fã: assisti um dos seus shows ao lado do palco, nos bastidores. Foi em uma das suas muitas apresentações no Memorial da América Latina. Essa, especificamente, ao ar livre. Lá pude comprovar a sua força e liderança tanto com os músicos de sua banda, como com aquele imenso público que vibrava a cada uma de suas canções.
Mercedes Sosa foi uma das pessoas mais cativantes que conheci e com as quais - mesmo que em poucos e raros momentos - tive o prazer de conviver. Sua grandeza era imensurável. Ela conseguiu a admiração de artistas de concepções estéticas tão diferentes como Charly García, Fito Paez, León Gieco, Victor Heredia, Tarragó Ros, Milton Nascimento, Fagner, Bete Carvalho, Shakira ou Joan Manuel Serrat, alguns das dezenas de nomes que com ela gravaram.
Sou seu assíduo e incansável ouvinte e sei que assim continuarei, pois sua voz está eternizada, porém sua presença não será mais possível. Ficamos, eu e muitos de minha geração, um pouco órfãos. Não mais veremos la Negra tomando e domando todos os palcos da América Latina e do mundo com sua voz forte e lenço girando ao vento. Adiós, Mercedes. Você já está fazendo muita falta.
m_sosa001.jpg
Escrito por Franklin Valverde
latinidade está um pouco mais pobre. Mercedes Sosa não está mais entre nós. Poucas vozes na música latina se levantaram tão alto e tão forte para defender uma América Latina livre e uma vida melhor para seus povos. Mercedes tomou para si a responsabilidade de gritar contra as injustiças das ditaduras latino-americanas, que não foram poucas, destas últimas cinco décadas.
Comecei a ouvir Mercedes nos anos setenta cantando Gracias a la vida, porque me ha dado tanto, me ha dado la risa y me ha dado el llanto, e também Los Hemanos com sua hermana muy hermosa que se llama libertad.
A beleza de sua voz e sua força artística, sempre ao lado dos menos favorecidos, me incentivou a criar o Radio Hispanidad, programa de música latina apresentado na Brasil 2000 FM, em cuja programação a presença de Mercedes era constante.
Guardo com especial carinho muitos momentos de meus encontros profissionais com Mercedes Sosa. Comparto aqui com vocês três deles como minha singela homenagem a essa diva da música.
Por essas coincidências da vida, foi com la Negra - como era carinhosamente chamada em sua Argentina - que fiz a minha primeira reportagem internacional. Em uma de suas inúmeras visitas ao Brasil, fui até o Maksoud Plaza para entrevistá-la. Estava na ante-sala da suíte e esperava a sua entrada, havia muita expectativa e alguma ansiedade. Mercedes entra e tem um acesso de tosse fortíssimo, passa direto por mim e pelo seu staff que ali também a aguardava. Todos se olham assustados. Pensei: "Pronto, ela vai acabar cancelando a entrevista". Passados alguns minutos ela volta e começamos um bate-papo que dos dez minutos previstos se transformaram em mais de uma hora. Foi uma conversa agradável com a qual ela me cativou definitivamente. O material foi riquíssimo e rendeu dois belos programas.
Depois desse primeiro encontro no final dos anos oitenta, sempre que visitava o Brasil, Mercedes Sosa participava do Radio Hispanidad. Isso fez dela uma espécie de madrinha do programa, uma figura especial sempre presente nos brindando sua simpatia, seu bom astral e sua encantadora voz. Foi também de Mercedes Sosa que recebi, como jornalista, um dos mais emocionantes depoimentos sobre meu percurso profissional. Nos anos noventa, participando de uma de suas coletivas, tive a honra de ter sido cumprimentado por ela antes das perguntas de todos os meus colegas e de receber publicamente um elogio pelo meu trabalho em prol da música e cultura latino-americanas. Ela não precisava ter feito aquilo e nem sei se eu merecia tanto, mas o fato é que a sua generosidade, naquele momento, foi imensa para um jovem repórter.
Outro momento inesquecível foi quando realizei o sonho de qualquer fã: assisti um dos seus shows ao lado do palco, nos bastidores. Foi em uma das suas muitas apresentações no Memorial da América Latina. Essa, especificamente, ao ar livre. Lá pude comprovar a sua força e liderança tanto com os músicos de sua banda, como com aquele imenso público que vibrava a cada uma de suas canções.
Mercedes Sosa foi uma das pessoas mais cativantes que conheci e com as quais - mesmo que em poucos e raros momentos - tive o prazer de conviver. Sua grandeza era imensurável. Ela conseguiu a admiração de artistas de concepções estéticas tão diferentes como Charly García, Fito Paez, León Gieco, Victor Heredia, Tarragó Ros, Milton Nascimento, Fagner, Bete Carvalho, Shakira ou Joan Manuel Serrat, alguns das dezenas de nomes que com ela gravaram.
Sou seu assíduo e incansável ouvinte e sei que assim continuarei, pois sua voz está eternizada, porém sua presença não será mais possível. Ficamos, eu e muitos de minha geração, um pouco órfãos. Não mais veremos la Negra tomando e domando todos os palcos da América Latina e do mundo com sua voz forte e lenço girando ao vento. Adiós, Mercedes. Você já está fazendo muita falta.
m_sosa001.jpg
terça-feira, 6 de julho de 2010
Porto Rico, 112 anos de dominação dos EUA
01.07.10 - PORTO RICO
Autoridades da ONU exigem que EUA proceda com a descolonização
Natasha Pitts *
Adital -
O assunto é antigo, mas continua sem resolução. No próximo dia 25, Porto Rico completará 112 anos sob a intervenção dos Estados Unidos. Na tentativa de reverter esta situação, autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmaram o direito inalienável dos porto-riquenhos à livre determinação e independência e exigiram aos EUA que procedam com a descolonização.
A Declaração sobre a concessão da independência aos países e povos coloniais, contida na resolução 1514 da XV Assembleia Geral da ONU, de 14 de dezembro de 1960, e o informe do Relator do Comitê Especial sobre a aplicação das resoluções acerca de Porto Rico, são documentos que há muito exigem a liberação do país da condição de colônia dos Estados Unidos.
Além destes, vários outros documentos e mecanismo reafirmam o direito dos porto-riquenhos à descolonização. Chega a 28 o número de resoluções e decisões aprovadas pelo Comitê Especial sobre a questão de Porto Rico. Contudo, mesmo com estas interferências, os EUA não colocaram em marcha atitudes concretas que cooperem com o processo e propiciem a aplicação da resolução 1514.
As autoridades da ONU pontuaram ainda que toda iniciativa para a solução do status político de Porto Rico deve ser tomada originalmente pela população e "que o povo porto-riquenho constitui uma nação latino-americana e caribenha que tem sua própria e inconfundível identidade nacional". O organismo exige que o Governo dos EUA assuma a responsabilidade de acelerar um processo que desvincule totalmente Porto Rico do domínio e da situação de colônia estadunidense.
Dentro deste processo mais amplo, também é exigida a limpeza e descontaminação de regiões como Vieques, utilizada há mais de 60 anos pela marinha estadunidense para manobras de tiro e exercícios de estratégia naval. As atividades trouxeram incontáveis danos para a saúde da população, para o meio ambiente, assim como para o desenvolvimento econômico e social do município.
O Governo dos EUA também é chamado a devolver o território de Ceiba, utilizado para experiência com matérias tóxicos, e a libertar os presos políticos encarcerados em prisões estadunidenses há mais de 20 anos, por causas relacionadas com a luta pela independência porto-riquenha.
Breve histórico
Porto Rico esteve sob colonização espanhola por cerca de 400 anos, no entanto, em 1898, o exército estadunidense invadiu a ilha durante a chamada Guerra Hispano-cubano-americana e o território passou a ser colônia norte-americana. Desde então, os porto-riquenhos têm nacionalidade norte-americana. Mesmo nesta condição, não podem votar em eleições presidenciais ou legislativas.
Desde 1952, Porto Rico está sob o status de Estado Livre Associado. Até hoje sua população luta pela total desvinculação com os Estados Unidos, mesmo sofrendo intimidações e repressões.
* Jornalista da Adital
Autoridades da ONU exigem que EUA proceda com a descolonização
Natasha Pitts *
Adital -
O assunto é antigo, mas continua sem resolução. No próximo dia 25, Porto Rico completará 112 anos sob a intervenção dos Estados Unidos. Na tentativa de reverter esta situação, autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) reafirmaram o direito inalienável dos porto-riquenhos à livre determinação e independência e exigiram aos EUA que procedam com a descolonização.
A Declaração sobre a concessão da independência aos países e povos coloniais, contida na resolução 1514 da XV Assembleia Geral da ONU, de 14 de dezembro de 1960, e o informe do Relator do Comitê Especial sobre a aplicação das resoluções acerca de Porto Rico, são documentos que há muito exigem a liberação do país da condição de colônia dos Estados Unidos.
Além destes, vários outros documentos e mecanismo reafirmam o direito dos porto-riquenhos à descolonização. Chega a 28 o número de resoluções e decisões aprovadas pelo Comitê Especial sobre a questão de Porto Rico. Contudo, mesmo com estas interferências, os EUA não colocaram em marcha atitudes concretas que cooperem com o processo e propiciem a aplicação da resolução 1514.
As autoridades da ONU pontuaram ainda que toda iniciativa para a solução do status político de Porto Rico deve ser tomada originalmente pela população e "que o povo porto-riquenho constitui uma nação latino-americana e caribenha que tem sua própria e inconfundível identidade nacional". O organismo exige que o Governo dos EUA assuma a responsabilidade de acelerar um processo que desvincule totalmente Porto Rico do domínio e da situação de colônia estadunidense.
Dentro deste processo mais amplo, também é exigida a limpeza e descontaminação de regiões como Vieques, utilizada há mais de 60 anos pela marinha estadunidense para manobras de tiro e exercícios de estratégia naval. As atividades trouxeram incontáveis danos para a saúde da população, para o meio ambiente, assim como para o desenvolvimento econômico e social do município.
O Governo dos EUA também é chamado a devolver o território de Ceiba, utilizado para experiência com matérias tóxicos, e a libertar os presos políticos encarcerados em prisões estadunidenses há mais de 20 anos, por causas relacionadas com a luta pela independência porto-riquenha.
Breve histórico
Porto Rico esteve sob colonização espanhola por cerca de 400 anos, no entanto, em 1898, o exército estadunidense invadiu a ilha durante a chamada Guerra Hispano-cubano-americana e o território passou a ser colônia norte-americana. Desde então, os porto-riquenhos têm nacionalidade norte-americana. Mesmo nesta condição, não podem votar em eleições presidenciais ou legislativas.
Desde 1952, Porto Rico está sob o status de Estado Livre Associado. Até hoje sua população luta pela total desvinculação com os Estados Unidos, mesmo sofrendo intimidações e repressões.
* Jornalista da Adital
terça-feira, 29 de junho de 2010
Convenção Nacional, reafirma apoio a Cuba
28.06.10 - CUBA
Encontro no Brasil discute campanha midiática e enfoca solidariedade ao país
Karol Assunção *
Adital -
Entre os 4 e 6 de junho, a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foi palco de mais uma Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. O evento, que acontece todos os anos desde 1993, reuniu cubanos, militantes e representantes de entidades do Brasil que atuam em solidariedade à ilha caribenha.
De acordo com Zuleide Faria de Melo, presidente da Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro (ACJM-RJ), o objetivo da Convenção é "congregar as entidades para discutir o que está acontecendo em Cuba e se solidarizar com o país". Segundo ela, a ideia é que a Convenção ocorra em um local diferente a cada ano. "Esse [encontro] aconteceu no Rio Grande do Sul. O próximo será em São Paulo", revela.
A presidente da ACJM-RJ destaca que, somente no Brasil, há quase 50 entidades que realizam atividades em apoio à causa humanitária cubana. Em todo o mundo, segundo ela, são 3.000 organizações, incluindo países da Europa. Apesar da solidariedade internacional não ser uma ação recente, Zuleide afirma que o número aumentou com o passar dos anos.
Segundo ela, a situação atual do mundo, com a ameaça do capital, mostrou para as entidades a importância da luta contra a violência e contra os ataques internacionais. "A solidariedade é o alicerce, a base para a paz mundial", acredita, acrescentando que o apoio a Cuba é "fundamental contra o bloqueio e as tentativas dos Estados Unidos de prejudicar o país".
Tal apoio, de acordo com ela, pode ser tanto através do envio ao país de materiais e brigadas de solidariedade, quanto por meio da divulgação da realidade de Cuba aos demais países. "A solidariedade ocorre de diversas formas: através de filmes, seminários e debates sobre a situação do país; e também de brigadas que realizam trabalho voluntário e de conhecimento das vitórias, lutas e conquistas de Cuba", comenta.
Mídia
Bloqueio Midiático. Esse foi o tema central dos debates da Convenção Nacional deste ano. De acordo com Zuleide de Melo, é importante observar como as grandes empresas de comunicação internacionais apresentam a situação de Cuba para, a partir dessa observação, fazer uma ação que contraponha essa visão midiática. "Há muito tempo os grandes conglomerados de mídia acusam Cuba de coisas que não são verdade", afirma.
Segundo ela, o que a grande imprensa alardeia são ações ocorridas em Cuba realizadas por pequenos grupos financiados pelos Estados Unidos "para fazer uma revolução interna". Por conta disso, Zuleide destaca que é fundamental haver uma divulgação que mostre o que acontece no país e o que a grande mídia destaca.
Essa ação já começou nessa 18ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, com o lançamento de um jornal mensal realizado pela ACJM-RJ e do livro "Cuba sim - em nome da verdade". Para Zuleide, as publicações são necessárias para as pessoas terem uma "contrapartida do que a grande imprensa diz". Os materiais são distribuídos gratuitamente na sede da Associação (Av. 13 de maio, 23, salas 1623/1624, Centro - Rio de Janeiro/RJ).
* Jornalista da Adital
Encontro no Brasil discute campanha midiática e enfoca solidariedade ao país
Karol Assunção *
Adital -
Entre os 4 e 6 de junho, a cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, foi palco de mais uma Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. O evento, que acontece todos os anos desde 1993, reuniu cubanos, militantes e representantes de entidades do Brasil que atuam em solidariedade à ilha caribenha.
De acordo com Zuleide Faria de Melo, presidente da Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro (ACJM-RJ), o objetivo da Convenção é "congregar as entidades para discutir o que está acontecendo em Cuba e se solidarizar com o país". Segundo ela, a ideia é que a Convenção ocorra em um local diferente a cada ano. "Esse [encontro] aconteceu no Rio Grande do Sul. O próximo será em São Paulo", revela.
A presidente da ACJM-RJ destaca que, somente no Brasil, há quase 50 entidades que realizam atividades em apoio à causa humanitária cubana. Em todo o mundo, segundo ela, são 3.000 organizações, incluindo países da Europa. Apesar da solidariedade internacional não ser uma ação recente, Zuleide afirma que o número aumentou com o passar dos anos.
Segundo ela, a situação atual do mundo, com a ameaça do capital, mostrou para as entidades a importância da luta contra a violência e contra os ataques internacionais. "A solidariedade é o alicerce, a base para a paz mundial", acredita, acrescentando que o apoio a Cuba é "fundamental contra o bloqueio e as tentativas dos Estados Unidos de prejudicar o país".
Tal apoio, de acordo com ela, pode ser tanto através do envio ao país de materiais e brigadas de solidariedade, quanto por meio da divulgação da realidade de Cuba aos demais países. "A solidariedade ocorre de diversas formas: através de filmes, seminários e debates sobre a situação do país; e também de brigadas que realizam trabalho voluntário e de conhecimento das vitórias, lutas e conquistas de Cuba", comenta.
Mídia
Bloqueio Midiático. Esse foi o tema central dos debates da Convenção Nacional deste ano. De acordo com Zuleide de Melo, é importante observar como as grandes empresas de comunicação internacionais apresentam a situação de Cuba para, a partir dessa observação, fazer uma ação que contraponha essa visão midiática. "Há muito tempo os grandes conglomerados de mídia acusam Cuba de coisas que não são verdade", afirma.
Segundo ela, o que a grande imprensa alardeia são ações ocorridas em Cuba realizadas por pequenos grupos financiados pelos Estados Unidos "para fazer uma revolução interna". Por conta disso, Zuleide destaca que é fundamental haver uma divulgação que mostre o que acontece no país e o que a grande mídia destaca.
Essa ação já começou nessa 18ª Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba, com o lançamento de um jornal mensal realizado pela ACJM-RJ e do livro "Cuba sim - em nome da verdade". Para Zuleide, as publicações são necessárias para as pessoas terem uma "contrapartida do que a grande imprensa diz". Os materiais são distribuídos gratuitamente na sede da Associação (Av. 13 de maio, 23, salas 1623/1624, Centro - Rio de Janeiro/RJ).
* Jornalista da Adital
sábado, 26 de junho de 2010
Evo Morales, de olho na USAID
Novas leis e USAID destacam-se em semana boliviana
sábado, 26 de junio de 2010
26 de junio de 2010, 05:48La Paz, 26 jun (Prensa Latina) A promulgação da lei do �"rgão Judicial e novas acusações por ingerência política da Agência dos Estados Unidos para a Cooperação Internacional (USAID) sobressairam na semana noticiosa que encerra hoje na Bolívia.
Ao promulgar a norma, na quinta-feira passada, o presidente Evo Morales precisou que se trata da segunda de cinco leis orgânicas previstas para serem aprovadas antes de 23 de julho, segundo estabelece a Constituição Política do Estado.
Morales assinalou que quando há advogados comprometidos com seu povo e consciência social é possível elaborar regulamentos próprios e não copiar os alheios, e se declarou comprazido pelo trabalho de deputados e senadores.
Também saudou as propostas construtivas de alguns parlamentares opositores e destacou a importância do acordo.
A julgamento do presidente da Câmera baixa (Deputados), Héctor Arce, com esta norma nasce uma nova justiça e marca-se mais um triunfo da Revolução democrática e cultural que vive o país.
Arce recordou que lamentavelmente em épocas anteriores a justiça tinha-se convertido num privilégio de poucos, uma prerrogativa dos poderosos, e não um direito de todos. Elogiou como aspectos fundamentais da lei judicial a descolonização, a introdução a sério da gratuidade e a criação do Defensor do litigante para proteger ao cidadão comum.
A primeira norma a ser aprovada foi a do �"rgão Eleitoral Plurinacional e ainda estão em debate a do Regime Eleitoral, o Tribunal Constitucional e a Lei Marco de Autonomias e Descentralização.
Nesta semana, o Executivo também mostrou provas e novas evidências sobre a ingerência política da USAID em assuntos internos e a incidência em protestos de algumas organizações indígenas, afins a Palacio Quemado, como a Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano (CIDOB).
O próprio vice-presidente do país, Álvaro García, manifestou que espera uma mudança de atitude da USAID e negou que se tenha decidido expulsar ao organismo.
García ratificou à imprensa que os vínculos governamentais com essa organização cessaram em 2008, quando foi expulso o então embaixador estadunidense, Philip Goldberg.
Recordou ademais que nesse momento estabeleceram que nenhuma colaboração do governo estadunidense podia se envolver em temas políticos ou organizativos do povo boliviano.
Qualquer colaboração deve ser de Estado a Estado, nem política, nem ideológica, nem jurídica; dissemo-lo publicamente desde 2008, manifestou.
No entanto, assinalou que a USAID o fez à margem deste pedido da Bolívia, não somente com publicações, como também promovendo seminários e cursos nos quais priorizavam inimigos do governo.
Fazem isso em nome de seu país para qualificar a quantidade das organizações ou dos dirigentes "amigos", em uma intromissão brutal na soberania de nosso país, denunciou.
A este respeito, apontou que com essa atitude não ajudam a Bolívia, senão aos militantes políticos, porque tanto a embaixada dos Estados Unidos como a USAID querem construir uma freguesia política, de dirigentes e organizações afins.
Por sua vez, setores governamentais como organizações sociais como a Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia insistiram nos últimos dias em suas acusações de ingerência da USAID.
Questionaram ademais uma marcha da CIDOB de Trinidad (Beni) até a cidade de La Paz, exigindo mais terras e autonomias plenas, que consideram anticonstitucionais, ao mesmo tempo em que ressaltaram a via do diálogo para atender suas exigências.
Os bolivianos assistiram também nesta semana às primeiras imputações e a saída do cargo do ex-prefeito de Sucre, Jaime Barrón, acusado de ser responsável por vexames contra camponeses em maio de 2008.
O Executivo, vários parlamentares e representantes do Alto Comissionado para os Direitos Humanos da ONU, exortaram a Barrón que se submetesse à justiça e se defendesse com argumentos e sem violência.
lac/ga/cc
Fonte: prensa-latina.cu/
sábado, 26 de junio de 2010
26 de junio de 2010, 05:48La Paz, 26 jun (Prensa Latina) A promulgação da lei do �"rgão Judicial e novas acusações por ingerência política da Agência dos Estados Unidos para a Cooperação Internacional (USAID) sobressairam na semana noticiosa que encerra hoje na Bolívia.
Ao promulgar a norma, na quinta-feira passada, o presidente Evo Morales precisou que se trata da segunda de cinco leis orgânicas previstas para serem aprovadas antes de 23 de julho, segundo estabelece a Constituição Política do Estado.
Morales assinalou que quando há advogados comprometidos com seu povo e consciência social é possível elaborar regulamentos próprios e não copiar os alheios, e se declarou comprazido pelo trabalho de deputados e senadores.
Também saudou as propostas construtivas de alguns parlamentares opositores e destacou a importância do acordo.
A julgamento do presidente da Câmera baixa (Deputados), Héctor Arce, com esta norma nasce uma nova justiça e marca-se mais um triunfo da Revolução democrática e cultural que vive o país.
Arce recordou que lamentavelmente em épocas anteriores a justiça tinha-se convertido num privilégio de poucos, uma prerrogativa dos poderosos, e não um direito de todos. Elogiou como aspectos fundamentais da lei judicial a descolonização, a introdução a sério da gratuidade e a criação do Defensor do litigante para proteger ao cidadão comum.
A primeira norma a ser aprovada foi a do �"rgão Eleitoral Plurinacional e ainda estão em debate a do Regime Eleitoral, o Tribunal Constitucional e a Lei Marco de Autonomias e Descentralização.
Nesta semana, o Executivo também mostrou provas e novas evidências sobre a ingerência política da USAID em assuntos internos e a incidência em protestos de algumas organizações indígenas, afins a Palacio Quemado, como a Confederação de Povos Indígenas do Oriente Boliviano (CIDOB).
O próprio vice-presidente do país, Álvaro García, manifestou que espera uma mudança de atitude da USAID e negou que se tenha decidido expulsar ao organismo.
García ratificou à imprensa que os vínculos governamentais com essa organização cessaram em 2008, quando foi expulso o então embaixador estadunidense, Philip Goldberg.
Recordou ademais que nesse momento estabeleceram que nenhuma colaboração do governo estadunidense podia se envolver em temas políticos ou organizativos do povo boliviano.
Qualquer colaboração deve ser de Estado a Estado, nem política, nem ideológica, nem jurídica; dissemo-lo publicamente desde 2008, manifestou.
No entanto, assinalou que a USAID o fez à margem deste pedido da Bolívia, não somente com publicações, como também promovendo seminários e cursos nos quais priorizavam inimigos do governo.
Fazem isso em nome de seu país para qualificar a quantidade das organizações ou dos dirigentes "amigos", em uma intromissão brutal na soberania de nosso país, denunciou.
A este respeito, apontou que com essa atitude não ajudam a Bolívia, senão aos militantes políticos, porque tanto a embaixada dos Estados Unidos como a USAID querem construir uma freguesia política, de dirigentes e organizações afins.
Por sua vez, setores governamentais como organizações sociais como a Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Camponeses da Bolívia insistiram nos últimos dias em suas acusações de ingerência da USAID.
Questionaram ademais uma marcha da CIDOB de Trinidad (Beni) até a cidade de La Paz, exigindo mais terras e autonomias plenas, que consideram anticonstitucionais, ao mesmo tempo em que ressaltaram a via do diálogo para atender suas exigências.
Os bolivianos assistiram também nesta semana às primeiras imputações e a saída do cargo do ex-prefeito de Sucre, Jaime Barrón, acusado de ser responsável por vexames contra camponeses em maio de 2008.
O Executivo, vários parlamentares e representantes do Alto Comissionado para os Direitos Humanos da ONU, exortaram a Barrón que se submetesse à justiça e se defendesse com argumentos e sem violência.
lac/ga/cc
Fonte: prensa-latina.cu/
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Um Revolucionário Pleno
Ao longo de minha experiência revolucionária, nunca estive melhor informado do que depois que conversei com o povo,depois que discuti com os trabalhadores,estudantes e camponeses.
Eu passei por duas universidades na vida: uma onde não aprendi nada e outra onde aprendi tudo.
Esta última foi o contato com o povo, com suas preocupações,com seus problemas.
Ninguém pode se considerar um quadro político se não possui uma sensibilidade que lhe permita compreendes profundamente o povo e tudo aquilo que lhe preocupa.
Fidel Castro.
Eu passei por duas universidades na vida: uma onde não aprendi nada e outra onde aprendi tudo.
Esta última foi o contato com o povo, com suas preocupações,com seus problemas.
Ninguém pode se considerar um quadro político se não possui uma sensibilidade que lhe permita compreendes profundamente o povo e tudo aquilo que lhe preocupa.
Fidel Castro.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Cuba é eleita a Vice-Presidente no Conselho dos Direitos Humanos da ONU
América Latina
22 de Junho de 2010 - 14h35
Cuba é eleita vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos
Cuba foi eleita, em 21 de junho, vice-presidente do Conselho dos
Direitos Humanos (CDH), o órgão principal das Nações Unidas
especializado na promoção e na proteção deste tema.
Durante uma sessão organizativa anual desta instância, seus membros
decidiram por aclamação a eleição do embaixador cubano em Genebra,
Rodolfo Reyes Rodríguez, para o cargo, o que foi considerado um
reconhecimento ao trabalho da Ilha no setor.
“A eleição de Cuba para este importante cargo é um reconhecimento à
exemplar execução e à obra da Revolução cubana a favor dos direitos
humanos de seu povo e de todo o mundo”, precisa uma declaração da
Embaixada cubana em Genebra.
“É, também, uma clara confirmação do respeito ao desempenho
comprometido e ativo de nosso país — membro fundador do CDH — em
defesa da verdade e da justiça e a sua liderança na reivindicação das
causas mais nobres”, acrescenta.
Precisa a nota que “esta eleição constitui uma rotunda resposta da
comunidade internacional à brutal campanha política anticubana na
mídia, reforçada nos últimos meses pela reação internacional”.
Reyes, que ocupará a vice-presidência correspondente ao Grupo da
América Latina e o Caribe (Grulac), cumprirá seu mandato como membro
da Mesa Diretiva do Conselho, até junho de 2011.
O embaixador da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, foi eleito para
presidir o órgão no mesmo período. Segundo a prática, cabe aos membros
da Mesa conduzir o processo de revisão do CDH, que terá lugar nos
próximos 12 meses de trabalho.
“Cuba contribuirá substancialmente para este trabalho, a partir de sua
ampla experiência como membro do órgão e da desaparecida Comissão dos
Direitos Humanos”, aponta a nota.
Fonte:gramma
22 de Junho de 2010 - 14h35
Cuba é eleita vice-presidente do Conselho dos Direitos Humanos
Cuba foi eleita, em 21 de junho, vice-presidente do Conselho dos
Direitos Humanos (CDH), o órgão principal das Nações Unidas
especializado na promoção e na proteção deste tema.
Durante uma sessão organizativa anual desta instância, seus membros
decidiram por aclamação a eleição do embaixador cubano em Genebra,
Rodolfo Reyes Rodríguez, para o cargo, o que foi considerado um
reconhecimento ao trabalho da Ilha no setor.
“A eleição de Cuba para este importante cargo é um reconhecimento à
exemplar execução e à obra da Revolução cubana a favor dos direitos
humanos de seu povo e de todo o mundo”, precisa uma declaração da
Embaixada cubana em Genebra.
“É, também, uma clara confirmação do respeito ao desempenho
comprometido e ativo de nosso país — membro fundador do CDH — em
defesa da verdade e da justiça e a sua liderança na reivindicação das
causas mais nobres”, acrescenta.
Precisa a nota que “esta eleição constitui uma rotunda resposta da
comunidade internacional à brutal campanha política anticubana na
mídia, reforçada nos últimos meses pela reação internacional”.
Reyes, que ocupará a vice-presidência correspondente ao Grupo da
América Latina e o Caribe (Grulac), cumprirá seu mandato como membro
da Mesa Diretiva do Conselho, até junho de 2011.
O embaixador da Tailândia, Sihasak Phuangketkeow, foi eleito para
presidir o órgão no mesmo período. Segundo a prática, cabe aos membros
da Mesa conduzir o processo de revisão do CDH, que terá lugar nos
próximos 12 meses de trabalho.
“Cuba contribuirá substancialmente para este trabalho, a partir de sua
ampla experiência como membro do órgão e da desaparecida Comissão dos
Direitos Humanos”, aponta a nota.
Fonte:gramma
terça-feira, 15 de junho de 2010
Ernesto Che Guevara, Presente Sempre
Companheiros e Amigos:
Em 14 de Junho de 1928 nasceu um "HOMEM DE NOVO TIPO" e de "TIPO NOVO"!! Um Comandante que SEMPRE nos servirá de estrêla guia e exemplo: ERNESTO "CHE" GUEVARA!!!!
Que suas idéias e práticas estejam presentes em nossas vidas!
HONRA E GLÓRIA AO COMANDANTE "CHE"!!!
SUA LUTA ESTÁ PRESENTE!!!
PÁTRIA LIVRE!!!
SOCIALISMO OU MORTE!!!
VENCEREMOS!!!!
Em anexo uma linda gravura do "sítio" REBELIÓN.ORG
Saudações
Fonte: Luiz Ragon, vice-presidente do ILCP
Em 14 de Junho de 1928 nasceu um "HOMEM DE NOVO TIPO" e de "TIPO NOVO"!! Um Comandante que SEMPRE nos servirá de estrêla guia e exemplo: ERNESTO "CHE" GUEVARA!!!!
Que suas idéias e práticas estejam presentes em nossas vidas!
HONRA E GLÓRIA AO COMANDANTE "CHE"!!!
SUA LUTA ESTÁ PRESENTE!!!
PÁTRIA LIVRE!!!
SOCIALISMO OU MORTE!!!
VENCEREMOS!!!!
Em anexo uma linda gravura do "sítio" REBELIÓN.ORG
Saudações
Fonte: Luiz Ragon, vice-presidente do ILCP
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Esquentando os confrontos, a quem interessa ?
Fidel Castro: No limiar da tragédia
Desde o dia 26 de março, nem Obama nem o Presidente da Coreia do Sul têm podido explicar o que realmente aconteceu com o navio insígnia da Marinha de Guerra sul-coreana - o moderníssimo caça-submarino Cheonan, que participava de uma manobra com a Armada dos Estados Unidos ao oeste da Península da Coreia, próximo aos limites das duas Repúblicas -, deixando 46 mortos e dezenas de feridos.
Por Fidel Castro, em Portal Cuba
O embaraçoso para o império é que seu aliado conheça, de fontes fidedignas, que o navio foi afundado pelos Estados Unidos. Não existe maneira de eludir esse fato que os acompanhará como uma sombra.
Em outra parte do mundo, as circunstâncias se ajustam igualmente a fatos muito mais perigosos que os do Leste da Ásia e que não podem deixar de acontecer sem que a superpotência imperial consiga formas de evitá-los.
Israel não se absteria de ativar e usar, com total independência, o considerável poder nuclear criado nesse país pelos Estados Unidos. Pensar de outra maneira é ignorar a realidade.
Outro assunto muito grave é que as Nações Unidas tampouco têm alguma maneira de mudar o curso dos acontecimentos e muito em breve os ultra-reacionários que governam Israel se chocarão com a indomável resistência do Irã, uma nação de mais de 70 milhões de habitantes e de conhecidas tradições religiosas que não aceitará as ameaças insolentes de nenhum adversário.
Em duas palavras: o Irã não cederá perante as ameaças de Israel.
Os habitantes do mundo, logicamente, desfrutam cada vez mais dos grandes acontecimentos esportivos, aqueles relacionados com o divertimento, a cultura e outros que ocupam seus limitados espaços de lazer, no meio dos deveres que lhes ocupam grande parte de seu tempo dedicado aos afazeres cotidianos.
Nos próximos dias, o Campeonato Mundial de Futebol que acontecerá na África do Sul lhes arrebatará todas as horas livres de seu tempo. Com crescente emoção, acompanharão as vicissitudes das personagens mais conhecidas. Observarão cada passo de Maradona e não deixarão de lembrar o instante do espetacular gol que decidiu a vitória da Argentina num dos clássicos.
Novamente outro argentino vem surgindo espetacularmente, de estatura baixa, mas veloz, que aparece como raio e, com as pernas ou a cabeça, dispara a bola à velocidade insólita. Seu sobrenome: Messi, de origem italiana, já é bem conhecido e mencionado por todos os fanáticos.
A imaginação deles é levada até o delírio quando chegam as imagens dos numerosos estádios onde ocorrerão as competições. Os projetistas e arquitetos criaram obras jamais sonhadas pelo público.
Aos governos que sempre estão reunidos para cumprir as obrigações que a nova época impôs sobre seus ombros, o tempo é curto para conhecerem a imensa quantidade de notícias que a televisão, o rádio e a imprensa escrita divulgam constantemente.
Quase tudo depende exclusivamente da informação que recebem dos seus assessores. Alguns dos mais poderosos e importantes Chefes de Estado, que tomam as decisões fundamentais, costumam usar os telefones celulares para se comunicar diariamente entre eles várias vezes.
Um número crescente de milhões de pessoas no mundo vive apegado a esses pequenos aparelhos sem que ninguém saiba qual o efeito que terão na saúde humana. Dilui-se a inveja que deveríamos sentir por não ter desfrutado dessas possibilidades em nossa época, que se afasta pela sua vez velozmente em muito poucos anos e quase sem dar-nos conta.
Ontem, em meio à voragem, foi publicado que possivelmente hoje Conselho da Segurança das Nações Unidas poderia votar uma resolução pendente para decidir se é imposta uma quarta rodada de sanções ao Irā, por negar-se a parar o enriquecimento do urânio.
O irônico desta situação é que se fosse Israel, os Estados Unidos da América e seus aliados mais próximos diriam logo que Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e vetariam a resolução.
No entanto, se o Irã é acusado simplesmente de produzir urânio enriquecido até 20%, é solicitada imediatamente a aplicação de sanções econômicas para asfixiá-lo e é óbvio que Israel atuaria como sempre, com fanatismo fascista, igual como fizeram com os soldados das tropas de elite lançados de helicópteros, em horas da madrugada, sobre os que viajavam na flotilha solidária, que transportava alimentos para a população sitiada em Gaza, matando várias pessoas e ferindo dezenas que foram depois presas juntamente com os tripulantes das embarcações.
Logicamente tentarão destruir as instalações onde o Irã enriquece uma parte do urânio que produz. Também é lógico que o Irã não se conformará com esse tratamento desigual.
As conseqüências dos enredos imperiais dos Estados Unidos poderiam ser catastróficas e afetariam a todos os habitantes do planeta, ainda mais do que todas as crises econômicas juntas.
Fidel Castro
8 de Junho de 2010
Fonte: www.pcb.org.br
Desde o dia 26 de março, nem Obama nem o Presidente da Coreia do Sul têm podido explicar o que realmente aconteceu com o navio insígnia da Marinha de Guerra sul-coreana - o moderníssimo caça-submarino Cheonan, que participava de uma manobra com a Armada dos Estados Unidos ao oeste da Península da Coreia, próximo aos limites das duas Repúblicas -, deixando 46 mortos e dezenas de feridos.
Por Fidel Castro, em Portal Cuba
O embaraçoso para o império é que seu aliado conheça, de fontes fidedignas, que o navio foi afundado pelos Estados Unidos. Não existe maneira de eludir esse fato que os acompanhará como uma sombra.
Em outra parte do mundo, as circunstâncias se ajustam igualmente a fatos muito mais perigosos que os do Leste da Ásia e que não podem deixar de acontecer sem que a superpotência imperial consiga formas de evitá-los.
Israel não se absteria de ativar e usar, com total independência, o considerável poder nuclear criado nesse país pelos Estados Unidos. Pensar de outra maneira é ignorar a realidade.
Outro assunto muito grave é que as Nações Unidas tampouco têm alguma maneira de mudar o curso dos acontecimentos e muito em breve os ultra-reacionários que governam Israel se chocarão com a indomável resistência do Irã, uma nação de mais de 70 milhões de habitantes e de conhecidas tradições religiosas que não aceitará as ameaças insolentes de nenhum adversário.
Em duas palavras: o Irã não cederá perante as ameaças de Israel.
Os habitantes do mundo, logicamente, desfrutam cada vez mais dos grandes acontecimentos esportivos, aqueles relacionados com o divertimento, a cultura e outros que ocupam seus limitados espaços de lazer, no meio dos deveres que lhes ocupam grande parte de seu tempo dedicado aos afazeres cotidianos.
Nos próximos dias, o Campeonato Mundial de Futebol que acontecerá na África do Sul lhes arrebatará todas as horas livres de seu tempo. Com crescente emoção, acompanharão as vicissitudes das personagens mais conhecidas. Observarão cada passo de Maradona e não deixarão de lembrar o instante do espetacular gol que decidiu a vitória da Argentina num dos clássicos.
Novamente outro argentino vem surgindo espetacularmente, de estatura baixa, mas veloz, que aparece como raio e, com as pernas ou a cabeça, dispara a bola à velocidade insólita. Seu sobrenome: Messi, de origem italiana, já é bem conhecido e mencionado por todos os fanáticos.
A imaginação deles é levada até o delírio quando chegam as imagens dos numerosos estádios onde ocorrerão as competições. Os projetistas e arquitetos criaram obras jamais sonhadas pelo público.
Aos governos que sempre estão reunidos para cumprir as obrigações que a nova época impôs sobre seus ombros, o tempo é curto para conhecerem a imensa quantidade de notícias que a televisão, o rádio e a imprensa escrita divulgam constantemente.
Quase tudo depende exclusivamente da informação que recebem dos seus assessores. Alguns dos mais poderosos e importantes Chefes de Estado, que tomam as decisões fundamentais, costumam usar os telefones celulares para se comunicar diariamente entre eles várias vezes.
Um número crescente de milhões de pessoas no mundo vive apegado a esses pequenos aparelhos sem que ninguém saiba qual o efeito que terão na saúde humana. Dilui-se a inveja que deveríamos sentir por não ter desfrutado dessas possibilidades em nossa época, que se afasta pela sua vez velozmente em muito poucos anos e quase sem dar-nos conta.
Ontem, em meio à voragem, foi publicado que possivelmente hoje Conselho da Segurança das Nações Unidas poderia votar uma resolução pendente para decidir se é imposta uma quarta rodada de sanções ao Irā, por negar-se a parar o enriquecimento do urânio.
O irônico desta situação é que se fosse Israel, os Estados Unidos da América e seus aliados mais próximos diriam logo que Israel não assinou o Tratado de Não Proliferação Nuclear e vetariam a resolução.
No entanto, se o Irã é acusado simplesmente de produzir urânio enriquecido até 20%, é solicitada imediatamente a aplicação de sanções econômicas para asfixiá-lo e é óbvio que Israel atuaria como sempre, com fanatismo fascista, igual como fizeram com os soldados das tropas de elite lançados de helicópteros, em horas da madrugada, sobre os que viajavam na flotilha solidária, que transportava alimentos para a população sitiada em Gaza, matando várias pessoas e ferindo dezenas que foram depois presas juntamente com os tripulantes das embarcações.
Logicamente tentarão destruir as instalações onde o Irã enriquece uma parte do urânio que produz. Também é lógico que o Irã não se conformará com esse tratamento desigual.
As conseqüências dos enredos imperiais dos Estados Unidos poderiam ser catastróficas e afetariam a todos os habitantes do planeta, ainda mais do que todas as crises econômicas juntas.
Fidel Castro
8 de Junho de 2010
Fonte: www.pcb.org.br
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Trabalhador@s a mingua em Friburgo,
A GREVE CONTINUA!
Hoje, dia 02 de junho, pela manhã, o PCB voltou a participar, de
forma solidária, do piquete de greve na porta da Fábrica Filó
(Triumph). Operárias e operários continuam de braços cruzados,
pois, até agora, não houve, por parte da empresa, nenhum aceno no
sentido de alterar a vergonhosa situação, imposta pelos patrões,
de salários de fome e suplerexploração.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Nova
Friburgo, Luzia Falcão, que lidera o movimento, denunciou o valor
irrisório de R$ 2,00 pela hora de trabalho e mostrou comprovantes
de
depósitos do “salário” de alguns trabalhadores, com valores
variando entre R$ 360,00 e R$ 484,00!! O Sindicato reivindica 14% de
reajuste salarial para toda a categoria de trabalhadores do
Vestuário, conforma pauta de reivindicações aprovada em
assembleia
geral para a Campanha Salarial 2010.
A paralisação da produção na Filó, principal empresa do
vestuário da cidade (em que pese já ter possuído cerca de 5 mil
empregados, hoje reduzidos a 700), serve de exemplo de luta para os
trabalhadores e trabalhadoras de outras empresas do ramo e para toda
a classe no município e na região. Por isso mesmo os sindicatos de
trabalhadores (Metalúrgicos, Têxteis, Químicos, Hoteleiros,
Professores das redes pública e privada, Trabalhadores da Saúde e
da Previdência, etc) vêm apoiando de forma irrestrita o movimento,
além de militantes da Intersindical, da CUT e dos partidos PT, PSOL
e PCB.
TODO APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA FÁBRICA
FILÓ! NENHUM DIREITO A MENOS! AVANÇAR NAS CONQUISTAS!
Unidade Classista / Base Francisco Bravo - PCB de Nova Friburgo
Fonte: Sidney Moura- dirigente do PCB/Estadual e Nacional
Hoje, dia 02 de junho, pela manhã, o PCB voltou a participar, de
forma solidária, do piquete de greve na porta da Fábrica Filó
(Triumph). Operárias e operários continuam de braços cruzados,
pois, até agora, não houve, por parte da empresa, nenhum aceno no
sentido de alterar a vergonhosa situação, imposta pelos patrões,
de salários de fome e suplerexploração.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Vestuário de Nova
Friburgo, Luzia Falcão, que lidera o movimento, denunciou o valor
irrisório de R$ 2,00 pela hora de trabalho e mostrou comprovantes
de
depósitos do “salário” de alguns trabalhadores, com valores
variando entre R$ 360,00 e R$ 484,00!! O Sindicato reivindica 14% de
reajuste salarial para toda a categoria de trabalhadores do
Vestuário, conforma pauta de reivindicações aprovada em
assembleia
geral para a Campanha Salarial 2010.
A paralisação da produção na Filó, principal empresa do
vestuário da cidade (em que pese já ter possuído cerca de 5 mil
empregados, hoje reduzidos a 700), serve de exemplo de luta para os
trabalhadores e trabalhadoras de outras empresas do ramo e para toda
a classe no município e na região. Por isso mesmo os sindicatos de
trabalhadores (Metalúrgicos, Têxteis, Químicos, Hoteleiros,
Professores das redes pública e privada, Trabalhadores da Saúde e
da Previdência, etc) vêm apoiando de forma irrestrita o movimento,
além de militantes da Intersindical, da CUT e dos partidos PT, PSOL
e PCB.
TODO APOIO À GREVE DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA FÁBRICA
FILÓ! NENHUM DIREITO A MENOS! AVANÇAR NAS CONQUISTAS!
Unidade Classista / Base Francisco Bravo - PCB de Nova Friburgo
Fonte: Sidney Moura- dirigente do PCB/Estadual e Nacional
terça-feira, 1 de junho de 2010
Imagens do ataque a comboio com ajuda humanitária são confiscadas a
Israel confisca imagens de ataque a frota de ajuda humanitária
Material gravado pelos ativistas foi confiscado pelo Exército israelense
O Exército israelense confiscou imagens gravadas em vídeo, câmeras fotográficas e os telefones dos ativistas que viajavam no navio que foi atacado na segunda-feira, que fazia parte de uma frota que levaria ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
O material gravado pelos ativistas nos navios "foi confiscado pelo Exército durante a operação", disse à Agência Efe uma fonte oficial israelense, que afirmou que o material está nas mãos das forças de segurança.
O porta-voz do Exército israelense, comandante Avital Leibovitz, disse à Efe que os aparelhos "foram confiscados no início da operação, porque não sabemos o que há nesses equipamentos e no passado vimos câmeras serem utilizadas para esconder bombas".
— Temos que analisar todos os equipamentos para saber se há algum material perigoso, porque sabemos que a IHH (organização turca e uma das principais organizadoras da frota) é uma organização terrorista — disse o porta-voz militar.
Miki Rosenfeld, porta-voz da Polícia israelense, disse que na chegada dos ativistas ao porto de Ashdod, no sul de Israel, "foram realizadas inspeções de segurança frequentes", tanto nas pessoas quanto nos objetos que levavam, algo que, segundo ele, faz parte "dos padrões internacionais de procedimentos de segurança".
Por enquanto, as únicas imagens divulgadas do ataque aos navios foram as distribuídas pelo Exército e pelo Ministério de Assuntos Exteriores israelense.
Israel divulgou fotos e vídeos que mostram o que consideraram armas perigosas, entre elas facas de cozinha, chaves inglesas e outras ferramentas, canos metálicas, pedaços de madeira, lenços palestinos, estilingues e bolas de gude, cujo uso teria justificado a ordem de abrir fogo contra os ativistas.
Cerca de 50 ativistas assinaram sua deportação voluntária e foram levados ao aeroporto de Ben Gurion, perto de Tel Aviv, de onde voltarão a seus respectivos países.
No entanto, centenas de ativistas continuam não identificados ou se negaram a serem deportados e, por isso, estão detidos na prisão de Ela, na cidade de Beershebaý, no deserto do Negev.
EFE
Material gravado pelos ativistas foi confiscado pelo Exército israelense
O Exército israelense confiscou imagens gravadas em vídeo, câmeras fotográficas e os telefones dos ativistas que viajavam no navio que foi atacado na segunda-feira, que fazia parte de uma frota que levaria ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
O material gravado pelos ativistas nos navios "foi confiscado pelo Exército durante a operação", disse à Agência Efe uma fonte oficial israelense, que afirmou que o material está nas mãos das forças de segurança.
O porta-voz do Exército israelense, comandante Avital Leibovitz, disse à Efe que os aparelhos "foram confiscados no início da operação, porque não sabemos o que há nesses equipamentos e no passado vimos câmeras serem utilizadas para esconder bombas".
— Temos que analisar todos os equipamentos para saber se há algum material perigoso, porque sabemos que a IHH (organização turca e uma das principais organizadoras da frota) é uma organização terrorista — disse o porta-voz militar.
Miki Rosenfeld, porta-voz da Polícia israelense, disse que na chegada dos ativistas ao porto de Ashdod, no sul de Israel, "foram realizadas inspeções de segurança frequentes", tanto nas pessoas quanto nos objetos que levavam, algo que, segundo ele, faz parte "dos padrões internacionais de procedimentos de segurança".
Por enquanto, as únicas imagens divulgadas do ataque aos navios foram as distribuídas pelo Exército e pelo Ministério de Assuntos Exteriores israelense.
Israel divulgou fotos e vídeos que mostram o que consideraram armas perigosas, entre elas facas de cozinha, chaves inglesas e outras ferramentas, canos metálicas, pedaços de madeira, lenços palestinos, estilingues e bolas de gude, cujo uso teria justificado a ordem de abrir fogo contra os ativistas.
Cerca de 50 ativistas assinaram sua deportação voluntária e foram levados ao aeroporto de Ben Gurion, perto de Tel Aviv, de onde voltarão a seus respectivos países.
No entanto, centenas de ativistas continuam não identificados ou se negaram a serem deportados e, por isso, estão detidos na prisão de Ela, na cidade de Beershebaý, no deserto do Negev.
EFE
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