domingo, 28 de novembro de 2010

Solidariedade a Senadora colombiana Piedad Córdoba

Novas denúncias acusam ex-senadora Piedad Córdoba de ligação com as Farc



Natasha Pitts *

Nesta quinta-feira (25), a senadora colombiana Piedad Córdoba, destituída de seu cargo por suposta ligação com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), tornou pública a existência de um novo processo contra si. Córdoba afirmou que, pelos meios de comunicação, tomou conhecimento da decisão do Procurador Geral Alejandro Ordoñez.
A investida contra a ex-senadora diz respeito a mais uma acusação de que os trabalhos humanitários realizados por ela tinham, na verdade, ligação com as Farc. A acusação se baseia, supostamente, em informações obtidas em computadores capturados durante a operação "Sodoma". Córdoba é acusada ainda de ter dado a membros da guerrilha informações confidenciais.


Sobre o novo processo, a ex-senadora afirmou em comunicado que só deve se pronunciar por via processual. Os advogados de Córdoba já iniciaram a defesa.

"Esta nova ação contra mim comprova mais uma vez a visceral perseguição política de que venho sendo objeto por pensar diferente, por defender os direitos humanos de entre outros, afrodescendentes, mulheres, minorias sexuais e por buscar a paz com justiça social pela via do diálogo e da negociação", denunciou Piedad em Comunicado.

No início desta semana, outra acusação foi divulgada contra a representante de Colombianos e Colombianas pela Paz. Córdoba foi acusada de receber dinheiro da Venezuela para suas atividades políticas. Notícias divulgadas na imprensa colombiana deram conta de que esta acusação gerará novas investigações.

Em entrevista à rádio colombiana a W, Córdoba assegurou que não recebeu fundos do Banco Central da Venezuela, do Banco da Venezuela, do presidente venezuelano Hugo Chávez, nem de nenhuma dessas organizações venezuelanas e "isso se pode claramente determinar".

Segundo informações do periódico El Tiempo, de Bogotá, a Promotoria colombiana recebeu no início de novembro um relatório sobre interceptações de comunicações de assessores da ex-senadora na Colômbia e Venezuela, segundo os quais se havia tramitado transferências financeiras realizadas para apoiar as atividades políticas da defensora dos direitos humanos em 2009 e 2010. Até o momento, nenhuma informação foi divulgada pela Promotoria.

A ex-senadora Piedad Córdoba, do Partido Liberal, foi oficialmente destituída do Congresso no dia quatro deste mês e por isso deve ficar inabilitada por 18 anos. O principal motivo da sanção disciplinar é sua já denunciada ligação com as Farc, quando negociava a liberação de reféns da guerrilha, neste ano. A função de negociadora foi determinada em 2007 pelo, na época presidente, Álvaro Uribe. Desde este período, Córdoba conseguiu a liberação de 14 reféns.

A justificativa da ex-senadora para esta situação é de que as denúncias são ações de perseguição política encabeçadas pela direita e comandadas por pessoas próximas ao ex-presidente colombiano. À Córdoba, ainda lhe resta apelar ao Conselho de Estado para tentar derrubar a sanção que lhe foi imposta.


* Jornalista da Adital

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