sábado, 21 de janeiro de 2012

Jango Pode Ter Sido Envenenado.

Argentina vai investigar morte de Jango
Pedido de procurador brasileiro aceito em juizado do país vizinho
19/01/2012

Após 35 anos, Jango terá sua morte investigada

A Justiça argentina, mais uma vez, sai à frente nas investigações para recompor o período em que a América Latina esteve obscurecida pelos regimes ditatoriais. Agora, o país investiga as circunstâncias do falecimento de João Goulart (Jango), ex-presidente do Brasil no início da década de 1960 (1961-64).

A autoria do pedido de inquérito criminal foi do procurador da República em Uruguaiana, Ivan Cláudio Marx. Realizado no dia 11 de novembro do ano passado, foi acatado pelo Juizado de Instrução de Paso de los Libres quando da lembrança de 35 anos de falecimento de Jango – 6 de dezembro de 2011.
No Brasil, as investigações acerca da morte do ex-presidente haviam sido encerradas, uma vez que foi a aceita a argumentação de que o fato já havia prescrito e que, ademais, a Lei de Anistia encerrava todas as investigações sobre as mortes da ditadura. Marx não compactua com tal atitude da Justiça Brasileira: “Não compartilho a ideia de que esses crimes prescrevem. A Argentina tem atribuição para investigar o caso, pois a morte ocorreu lá”.
Posicionamento semelhante é explicitado pelo professor do departamento de História da UFSM, Vitor Biasoli: “Acho que é importante investigar. Me surpreende, mas me deixa contente. Vejo positivamente a decisão argentina, visto que é necessário colocar um ponto final, seja qual for. Fico na expectativa”.
O professor relembra a palestra ministrada pelo neto de Jango, Christopher Goulart, na UFSM, em março de 2010. Na época, diz Biasoli, ele havia falado, inclusive, sobre a exumação do cadáver de Jango a título de averiguação sobre sua morte, porém, o disse sem muitas esperanças.
Em matéria publicada pelo jornal Sul21, Christopher Goulart avalia que a morte de seu avô foi arquitetada pela Operação Condor e que a decisão de mandar investigar a morte de Jango engrandece a postura da Argentina: “É um país que respeita mais as questões de direitos humanos, principalmente no que tange aos crimes da ditadura”, opina.
Hipótese do envenenamento
O ex-presidente do Brasil vivenciava problemas cardíacos, que preconizavam o uso de, pelo menos, três tipos de remédios. O exílio na Argentina teve efeitos negativos na saúde de Jango, contudo, é fato que sua estadia na estância La Villa, em Mercedes, era constantemente vigiada pelos órgãos de repressão e o fato de ele estar em uma localidade próxima a seu país de origem desagradava os generais brasileiros.
A acusação de envenenamento não é infundada. O ex-agente do serviço de inteligência do Uruguai, Mário Neira Barreiro, detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas desde 2003 por assalto a banco e tráfico de armas no Brasil, já prestou depoimentos nos quais confessou ter vigiado Jango 24 horas por dia. O uruguaio afirmou, em depoimento gravado pelo filho de Jango, João Vicente, que havia sido colocada uma cápsula com um hipertensor no frasco de um dos remédios do ex-presidente.
Neira Barreiro também disse que a morte de João Goulart foi planejada por Ernesto Geisel e incumbida ao delegado Sérgio Fleury, do Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Apesar de todo peso que essas afirmações detêm, no entanto, não conduziram a elementos concretos e não são satisfatórios para a categorização da morte.
Biasoli comenta que aqueles que acompanham a biografia de Jango tomam a hipótese como passível de ser aceita: “É uma hipótese que pode ser levada a sério. Não acho estapafúrdia. Deve ser investigada para ser colocado um ponto final”.
Texto: Bruna Homrich com informações do Sul21
Edição: Fritz Nunes
Foto: fazendomedia.com
Fonte: Instituto João Goulart - online

domingo, 15 de janeiro de 2012

Apoio a poeta Angye Goana



No próximo dia 23 de janeiro de 2012 terá inicio o julgamento de Angye Gaona, poetisa e jornalista colombiana.
"Acusada por crimes de rebelião e tráfico de drogas, e considerada pela justiça de seu país como uma criminosa de alta periculosidade", Angye Gaona é só mais uma mulher perseguida pelo governo da Colômbia. Corre perigo de sofrer até vinte anos de prisão ou algo pior, por delitos que jamais cometeu.
Em janeiro de 2011, foi detida e encarcerada durante 4 meses em uma prisão de média segurança sem que fosse iniciado qualquer julgamento durante sua detenção. Depois de uma intensa campanha de petições de alcance internacional, foi posta em liberdade provisória, pois já se passava o tempo limite para iniciar seu julgamento.1
A promotoria colombiana acusa a poetisa de "conspiração criminosa agravada por delito de narcotráfico e rebelião". No meio da desordem da promotoria e dos tribunais na Colômbia, um julgamento injusto está para começar na cidade de Cartagena de Indias, a mais de 800 km de Bucaramanga, cidade onde Angye reside. Testemunhas de defesa estão impossibilitadas de viajarem para cidade do julgamento.
Apesar de ter uma vida difícil, com menos do necessário para alimentar a sua filhinha – com quem compartilha um apartamento em um bairro humilde de Bucaramanga, Angye Gaona se solidarizou, por meio de seu trabalho cultural e poético, com os milhares de presos políticos que padecem nos cárceres de seu país. A resposta do estado colombiano, como para todos aqueles que desafiam a ordem de terror estabelecida no país, não poderia ser outra.
Angye Gaona foi integrante da equipe organizadora do Festival Internacional de Poesia de Medellín, organizando assim em 2001 a primeira exposição do festival Internacional de Poesia Experimental. Também tem cultivado a escultura e a produção radiofônica. Trabalha realizando atividades de promoção das potências da poesia em sua cidade natal. Seus poemas foram incluídos em antologias e publicações impressas e digitais na Colômbia e no exterior.
Em 2009, publicou seu primeiro livro: Nascimento Volátil (Ilustrações de Natalia Rendón), e participou do Encontro Internacional de surrealismo atual: O Umbral Secreto, (Santiago do Chile), a maior mostra já realizada do movimento surrealista na América Latina. Em 2010 realizou o poema experimental, Os Filhos do Vento. Sua obra foi traduzida parcialmente em francês, catalão, português e inglês.
Em 2011 ganhou o Salão metropolitano das artes Mire. Em 2012 participará da Exposição Internacional Surrealismo 2012 (Pennsylvania, EUA), se não for encarcerada até lá.Um Dossiê Especial bilingüe lhe será dedicado, no próximo número da revista poética francesa La voix de autres, que será publicada em março de 2012.2
Atualmente se estima que a Colômbia tenha mais de 7.500 presos políticos, e é um dos países que mais desrespeita os direitos humanos no mundo.
No Brasil está sendo criado o Comitê Brasileiro de Solidariedade à Angye Gaona. O comitê já conta com um site, onde podem ser visualizadas maiores informações, orientações para ajuda e poemas de Angye, traduzidos para português. Além disso, o comitê pretende estender sua solidariedade com os outros presos políticos colombianos.
COMO AJUDAR?
  1. Divulgar estas informações para o máximo de pessoas;
  2. Enviar carta postal para o juiz do caso (modelo e endereço ao final desta página) e nos informar do envio (jeffvasques@gmail.com);
  3. Enviar email para embaixada da Colômbia no Brasil cobrando posicionamento (email: ebrasili@cancilleria.gov.co) e nos informar do envio (jeffvasques@gmail.com);
  4. Organizar atividades artísticas e politicas em defesa da liberdade de Angye Gaona e dos demais presos políticos da Colômbia (entrar em contato conosco para divulgar a atividade!)
  5. Visitar periodicamente este site para saber das novidades.
Modelo de carta para Juiz do caso Angye Gaona
(este mesmo texto pode ser utilizado para ser enviado por email à Embaixada da Colômbia no Brasil)
Juzgado Único Penal del Circuito Especializado de Cartagena Del Adjunto
Barrio Centro de San Diego,
Calle De La Cruz N º 9-42,
Antiguo Colegio Panamericano
2 º Piso
Cartagena de Indias
Colombia
________________________________________
Nome
Endereço
Cidade, País
Endereço de seu site Web (opcional)
Señor Juez,
Como ciudadano del mundo comprometido con las libertades de los pueblos, con mi alma y mi corazón decidí enviarle esta carta para informarle de mi compromiso y vigilancia en relación con el caso seguido en su juzgado a Angye Gaona, poeta colombiana. Estoy seguro de que no se juzga en este caso a una mujer traficante de drogas ni una rebelde, sino una “contrabandista” de las palabras y de la poesía, que es consciente de los abusos de los derechos del hombre en su país. En su nombre, le pido ecuanimidad y razón, a pesar de las presiones políticas. La poesía y las modestas condiciones de vida de Angye Gaona reflejan su inocencia, mejor de lo que podría hacerlo el mejor abogado. Su único crimen es el de decir la verdad a través de su obra poética. Me parece esencial para la comunidad colombiana, que se respete la vida y la libertad de sus poetas, que son un poco el alma de su pueblo. En espera, señor En espera, señor Juez, que usted sea el garante de un juicio justo que honre a las instituciones de Colombia, le ruego acepte la expresión de mi respeto,


Firma
......
Senhor Juiz,
Como cidadão do mundo comprometido com as liberdades dos povos, com minha alma e meu coração decidi enviar esta carta para informar meu compromisso e vigilância com relação ao julgamento em seu tribunal de Angye Gaona, poeta colombiana. Estou seguro de que não se julga neste caso a uma mulher traficante de drogas nem uma rebelde, mas uma “contrabandista” das palavras e da poesia, que é consciente dos abusos dos direitos do homem em seu país. Em seu nome, peço equanimidade e razão, apesar das prisões
políticas. A poesia e as modestas condições de vida de Angye Gaona refletem sua inocência, melhor do que poderia apontar o melhor advogado. Seu único crime é o de dizer a verdade através de sua obra poética. Parece-me essencial para a comunidade colombiana, que se respeite a vida e a liberdade de seus poetas, que são um pouco a alma de seu povo. Esperamos, senhor. Esperamos, senhor Juiz, que você seja quem garanta um julgamento justo que honre as instituições de Colômbia, rogo-lhe que aceite a expressão de meu respeito,


Nome
......
Texto de Agenda Colômbia, com informações do Diário Liberdade e do site: http://angyegaonalivre.wordpress.com/
1La poesía me defenderá”. In:<http://nacimientovolatil.blogspot.com/ >, 12 Jan. 2012.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Chaves, Ortega, Ahmedinejad e Fidel em defesa da humanidade

Quando Fidel encontra Ahmedinejad
12/1/2012, MK Bhadrakumar, Indian Punchline
http://blogs.rediff.com/mkbhadrakumar/2012/01/12/when-fidel-meets-ahmedinejad/


O presidente do Irã Mahmoud Ahmedinejad chegou a Havana. Há notícias de que tem reunião marcada com Fidel Castro. Cuba abriu o tapete vermelho para receber Ahmedinejad – que esteve antes na Nicarágua; foi convidado de honra à cerimônia de posse do presidente Ortega (reeleito para o segundo mandado).

Os EUA estão enfurecidos: o Irã não parece nada “isolado” internacionalmente. A presidente da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara de Deputados em Washington, Ileana Ros-Lehtinen, atacou tudo e todos. “Irã e Cuba são estados que patrocinam terroristas e têm de ser tratados como ameaças diretas à segurança nacional dos EUA (...) O regime iraniano rejeitou todas as aberturas propostas pelos EUA, e o regime de Castro nunca alterará suas posições.”

Interessante observar que o islã político e a esquerda latino-americana aproximaram-se sem dificuldades. O ímã mágico que atrai um grupo na direção do outro é a resistência.

Vê-se hoje já bem evidente uma acomodação politicamente articulada entre o islamismo como força política e a esquerda latino-americana. Ahmedinejad é visto como agente de uma nova forma exemplar de anti-imperialismo internacionalmente ativo, que sabe operar em ressonância com a consciência política da esquerda latino-americana, e vê nela traços pelos quais a pode identificar ao seu próprio projeto histórico. E o presidente venezuelano Hugo Chávez já esteve inúmeras vezes em Teerã, para conversas com Ahmedinejad.

A atual viagem de Ahmadinejad reforça essa nova sintaxe da acomodação política entre os dois lados, e deixa para trás a patética história da Guerra Fria, quando o ocidente conspirava para jogar os marxistas contra os islâmicos, tentando assim abrir caminho para obter vantagens geopolíticas no Oriente Médio rico em petróleo.

Infelizmente, poucos lembrarão que houve história semelhante a essa – que Ahmadinejad, Chaves, Castro e outros reinterpretam agora, e que remonta ao tempo da revolução bolchevique na Rússia.

Lênin promoveu um movimento anti-imperialista na Ásia, contra as potências coloniais, e sempre viu os militantes islâmicos como aliados dos bolcheviques, na luta de libertação. No 2º Congresso do Comintern, em 1920, essa ideia estava já bem clara.

O idioma político que se escuta na atual viagem de Ahmedinejad também chama a atenção. Ahmadinejad saudou o presidente Ortega como “meu irmão revolucionário” e disse: “Nossos dois povos, em diferentes partes do mundo, lutamos para estabelecer a solidariedade entre todos e a justiça para todos.”

Ortega, reeleito em novembro último para um segundo mandato, com 62% dos votos, estava felicíssimo. Convidou Chávez para participar de outra cerimônia da posse, na 3ª-feira, em Manágua: Ortega, Chávez e Ahmedinejad celebrarão na América Latina a vitória do partido de Sandino.

Antes, em Caracas, Chávez recebera Ahmedinejad com efusivas palavras de boas vindas, falando de Venezuela e Irã como “vítimas da ganância das superpotências”. Ahmedinejad respondeu que “Teerã e Caracas enfrentarão juntas a ganância de todas as grandes potências que querem dominar o mundo. Defenderemos nossos direitos.”

O trecho cubano da viagem será a cereja do bolo. Que conselho Havana dará a Teerã? Fidel Castro já mais de uma vez previu guerra nuclear, caso EUA-Israel ataquem o Irã.

Chaves, Ortega, Ahmedinejad e Fidel em defesa da humanidade

Quando Fidel encontra Ahmedinejad
12/1/2012, MK Bhadrakumar, Indian Punchline
http://blogs.rediff.com/mkbhadrakumar/2012/01/12/when-fidel-meets-ahmedinejad/


O presidente do Irã Mahmoud Ahmedinejad chegou a Havana. Há notícias de que tem reunião marcada com Fidel Castro. Cuba abriu o tapete vermelho para receber Ahmedinejad – que esteve antes na Nicarágua; foi convidado de honra à cerimônia de posse do presidente Ortega (reeleito para o segundo mandado).

Os EUA estão enfurecidos: o Irã não parece nada “isolado” internacionalmente. A presidente da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara de Deputados em Washington, Ileana Ros-Lehtinen, atacou tudo e todos. “Irã e Cuba são estados que patrocinam terroristas e têm de ser tratados como ameaças diretas à segurança nacional dos EUA (...) O regime iraniano rejeitou todas as aberturas propostas pelos EUA, e o regime de Castro nunca alterará suas posições.”

Interessante observar que o islã político e a esquerda latino-americana aproximaram-se sem dificuldades. O ímã mágico que atrai um grupo na direção do outro é a resistência.

Vê-se hoje já bem evidente uma acomodação politicamente articulada entre o islamismo como força política e a esquerda latino-americana. Ahmedinejad é visto como agente de uma nova forma exemplar de anti-imperialismo internacionalmente ativo, que sabe operar em ressonância com a consciência política da esquerda latino-americana, e vê nela traços pelos quais a pode identificar ao seu próprio projeto histórico. E o presidente venezuelano Hugo Chávez já esteve inúmeras vezes em Teerã, para conversas com Ahmedinejad.

A atual viagem de Ahmadinejad reforça essa nova sintaxe da acomodação política entre os dois lados, e deixa para trás a patética história da Guerra Fria, quando o ocidente conspirava para jogar os marxistas contra os islâmicos, tentando assim abrir caminho para obter vantagens geopolíticas no Oriente Médio rico em petróleo.

Infelizmente, poucos lembrarão que houve história semelhante a essa – que Ahmadinejad, Chaves, Castro e outros reinterpretam agora, e que remonta ao tempo da revolução bolchevique na Rússia.

Lênin promoveu um movimento anti-imperialista na Ásia, contra as potências coloniais, e sempre viu os militantes islâmicos como aliados dos bolcheviques, na luta de libertação. No 2º Congresso do Comintern, em 1920, essa ideia estava já bem clara.

O idioma político que se escuta na atual viagem de Ahmedinejad também chama a atenção. Ahmadinejad saudou o presidente Ortega como “meu irmão revolucionário” e disse: “Nossos dois povos, em diferentes partes do mundo, lutamos para estabelecer a solidariedade entre todos e a justiça para todos.”

Ortega, reeleito em novembro último para um segundo mandato, com 62% dos votos, estava felicíssimo. Convidou Chávez para participar de outra cerimônia da posse, na 3ª-feira, em Manágua: Ortega, Chávez e Ahmedinejad celebrarão na América Latina a vitória do partido de Sandino.

Antes, em Caracas, Chávez recebera Ahmedinejad com efusivas palavras de boas vindas, falando de Venezuela e Irã como “vítimas da ganância das superpotências”. Ahmedinejad respondeu que “Teerã e Caracas enfrentarão juntas a ganância de todas as grandes potências que querem dominar o mundo. Defenderemos nossos direitos.”

O trecho cubano da viagem será a cereja do bolo. Que conselho Havana dará a Teerã? Fidel Castro já mais de uma vez previu guerra nuclear, caso EUA-Israel ataquem o Irã.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Reservas indígenas sem proteção, até crianças são assassinadas

Conselho Indigenista diz que criança indígena foi carbonizada por madereirosO Conselho Indigenista Missionário (Cimi) desacretida a informação da Funai e Polícia Federal e pede investigação mais minuciosa sobre o crime.

Publicação: 11/01/2012 17:29 Atualização: 11/01/2012 17:32

Desacreditando as afirmações da Funai e Polícia Federal, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) afirma, em nota, que houve sim um assassinato na Reserva Arariboia. Segundo a nota do Cimi, os restos mortais carbonizados de uma criança foram encontrados por indígenas.

O assassinato foi denunciado ao Cimi, pelo índio Luís Carlos Tenetehara, do povo Tenetehara, aldeia Patizal, que vive em Arariboia. A informação ainda foi repercutida pela Agência Brasil, site oficial do Governo Federal, a partir de matéria da jornalista Deborah Zampier.

O Cimi revela que a Funai chama de "boato" deveria ser investigado com mais cuidado. Segundo o Cimi, "não jogamos na vala comum dos boatos depoimentos que remontam anos de denúncias da ação de invasores, sobretudo madeireiros, na terra Indígena Araribóia". A nota sugere investigações mais detalhadas dentro da mata para confirmar o assassinato da criança indígena. A nota lembra que a Funai tem conhecimento da ação de madeireiros na área e do risco de vida e segurança que representa aos indígenas.

O Cimi chama às autoridades à atentar para a segurança dos Tenetehara que fazem denúncias e se opõem aos invasores de suas terras. O informe cita duas situações ocorridas em 2007, quando Tomé Guajajara foi assassinado por madeireiros que invadiram a Terra Indígena Araribóia com o intuito de recuperar um caminhão; e em 2008, quando um motoqueiro disparou contra uma indígena de seis anos, matando-a.

Segundo o Cimi, o caso divulgado na internet foi o ápice para chamar atenção à questão indígena, pois, "o assassinato e a violação dos direitos indígenas deixaram a condição de boato desde que o Estado Nacional passou a reconhecer direitos para as populações originárias", conclui o órgão em nota.

Fonte- Jornal Imparcial- Maranhão- online

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O Brasil Não Conhece o Brasil

Brasil, o neovilão

Renato Godoy de Toledo

Durban.- A Universidade de Kwazulu-Natal, em Durban, recebe a C17, um encontro paralelo à COP 17, no qual movimentos sociais e a sociedade civil apontam suas alternativas aos modelos de desenvolvimento e criticam a atuação da maioria das delegações da cúpula oficial.
O modelo de desenvolvimento brasileiro tem sido lembrado por militantes de movimentos latino-americanos, africanos e europeus. E a avaliação não é positiva. BNDES, Petrobras e Odebrecht são as companhias brasileiras mais mencionadas nas exposições.
Para além das ações dessas empresas, fortes críticas ao projeto de reformulação do Código Florestal, à usina de Belo Monte e à estrada que o BNDES desejava financiar na Bolívia, que implicaria no remanejamento de povos originários.
Chama a atenção a busca de novos mercados, sobretudo do BNDES, que atua também com linha de financiamentos em países africanos. A delegação dos movimentos sociais do Zimbabwe alertou para os impactos dos projetos que o banco subvenciona no país da África subsaariana.
Um projeto de plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol tem trazido perdas às comunidades locais, que exigem reparação das empresas. Segundo delegados do Zimbabwe, a ação de canaviais e das empresas de algodão no país têm contribuído para a alteração climática, que pode ser observada com a chegada tardia do período de chuvas na região.
Para a equatoriana Yvonne Yanez, da organização internacional OilWatch, há um novo contexto, gerado pela crise internacional. “Com a crise, há uma nova concentração de poder. E empresas brasileiras como a Petrobras, o BNDES e a Odebrecht tornaram-se novas indústrias imperialistas o na América Latina”, aponta.
Em Durban, o principal reflexo da visão crítica em relação ao Brasil por parte do movimento ambientalista internacional foi o “prêmio” Fóssil do Dia, que o país recebeu no dia 2 de dezembro. A premiação, que existe desde 1999, é feita pela ONG ClimateChange Network (CAN) e é destinada aos países que degradam o meio ambiente. O principal motivo para a CAN escolher o Brasil foi a aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados.


http://www.alainet.org/active/51361


segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Unidade Latinoamericana

Consolidado processo de integração da América Central



San Salvador, (Prensa Latina) Os países da América Central consolidaram seu processo de integração, considerado pelo presidente Mauricio Funes o único caminho que nos levará ao bem-estar, o desenvolvimento e a segurança de nossos povos.

Essa decisão foi confirmada na Declaração Conjunta subscrita pelos presidentes e outros representantes das nações do Sistema da Integração Centro- americana (SICA) em sua trigésima oitava reunião ordinária celebrada nesta sexta-feira em San Salvador.

Em cita-a participaram o mandatário anfitrião, Mauricio Funes, e os de Guatemala, Álvaro Colom, e o eleito desse país, Otto Pérez; de Honduras, Porfirio Lobo; e Nicarágua, Daniel Ortega.

Assistiram o vice-presidente de Costa Rica, Alfio Piva; e enviados especiais das restantes nações membros, Belize, Panamá e República Dominicana, estado associado.

A Declaração, de 25 pontos, ressalta que a América Central tem desenvolvido uma agenda prioritária regional, com ações coerentes, mediante acordos atingidos nas cimeiras do 20 de julho de 2010 e do 22 de julho de 2011.

Desde a primeira foram estabelecidos cinco pilares desse processo: Segurança Democrática, Gerenciamento Integral de Risco de Desastres e Mudança Climática, Integração Social, Integração Econômica e Fortalecimento Institucional.

A necessidade da integração foi ressaltada por Funes ao assegurar que só mediante esta os países centro- americanos , de economias modestas, podem sobreviver e competir em um mundo globalizado.

Assinalou que na América Latina esse processo se consolidou com o SICA e as comunidades de nações das Caraíbas e América do Sul (CARICOM E UNASUL), culminado com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).

Recentemente na Venezuela, a América Latina e as Caraíbas conformamos a CELAC, que vemos como um novo passo para a união de nossa pátria grande latino-americana, disse o mandatário.

Vemos com esperança este processo integrador, porque é o passo necessário para o engrandecimento de nossos países e nossos povos, agregou.

Durante este ano, América Central priorizou a luta conjunta contra duas flagelos que assolam à região e de cujo surgimento não é responsável: o crime organizado e o narcotráfico, e os graves efeitos da mudança climática.

Funes e o mandatário guatemalteco, Álvaro Colom, sublinharam que ambos açoites não podem ser enfrentados de maneira individual pela cada país e precisam da contribuição dos responsáveis por estas situações.

Nós pomos os mortos, coincidiram ao ratificar a posição das nações centro - americanas da necessidade de uma responsabilidade compartilhada, mas diferenciada, em frente a ambas críticas situações.

No primeiro semestre de 2012, cuja presidência pró témpore corresponde a Honduras, o tema prioritário será outro dos pilares do SICA: a integração social e a luta contra a pobreza.

O segundo, a cargo da Nicarágua, a região se concentrará no quarto de seus objetivos: a integração econômica.

Este é o século das oportunidades para a América Latina e só sacaremos proveito dessas oportunidades se as procuramos, se trabalhamos unidos a passo firme na construção dessa nova era que promete ser a melhor para nossos povos, expressou Funes.

Fonte: Patria Latina

Pequenos colombianos, vitimas

Pequenos colombianos, vitimas
O Mercado, não vê indigência

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