segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Unidade Latinoamericana

Consolidado processo de integração da América Central



San Salvador, (Prensa Latina) Os países da América Central consolidaram seu processo de integração, considerado pelo presidente Mauricio Funes o único caminho que nos levará ao bem-estar, o desenvolvimento e a segurança de nossos povos.

Essa decisão foi confirmada na Declaração Conjunta subscrita pelos presidentes e outros representantes das nações do Sistema da Integração Centro- americana (SICA) em sua trigésima oitava reunião ordinária celebrada nesta sexta-feira em San Salvador.

Em cita-a participaram o mandatário anfitrião, Mauricio Funes, e os de Guatemala, Álvaro Colom, e o eleito desse país, Otto Pérez; de Honduras, Porfirio Lobo; e Nicarágua, Daniel Ortega.

Assistiram o vice-presidente de Costa Rica, Alfio Piva; e enviados especiais das restantes nações membros, Belize, Panamá e República Dominicana, estado associado.

A Declaração, de 25 pontos, ressalta que a América Central tem desenvolvido uma agenda prioritária regional, com ações coerentes, mediante acordos atingidos nas cimeiras do 20 de julho de 2010 e do 22 de julho de 2011.

Desde a primeira foram estabelecidos cinco pilares desse processo: Segurança Democrática, Gerenciamento Integral de Risco de Desastres e Mudança Climática, Integração Social, Integração Econômica e Fortalecimento Institucional.

A necessidade da integração foi ressaltada por Funes ao assegurar que só mediante esta os países centro- americanos , de economias modestas, podem sobreviver e competir em um mundo globalizado.

Assinalou que na América Latina esse processo se consolidou com o SICA e as comunidades de nações das Caraíbas e América do Sul (CARICOM E UNASUL), culminado com a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).

Recentemente na Venezuela, a América Latina e as Caraíbas conformamos a CELAC, que vemos como um novo passo para a união de nossa pátria grande latino-americana, disse o mandatário.

Vemos com esperança este processo integrador, porque é o passo necessário para o engrandecimento de nossos países e nossos povos, agregou.

Durante este ano, América Central priorizou a luta conjunta contra duas flagelos que assolam à região e de cujo surgimento não é responsável: o crime organizado e o narcotráfico, e os graves efeitos da mudança climática.

Funes e o mandatário guatemalteco, Álvaro Colom, sublinharam que ambos açoites não podem ser enfrentados de maneira individual pela cada país e precisam da contribuição dos responsáveis por estas situações.

Nós pomos os mortos, coincidiram ao ratificar a posição das nações centro - americanas da necessidade de uma responsabilidade compartilhada, mas diferenciada, em frente a ambas críticas situações.

No primeiro semestre de 2012, cuja presidência pró témpore corresponde a Honduras, o tema prioritário será outro dos pilares do SICA: a integração social e a luta contra a pobreza.

O segundo, a cargo da Nicarágua, a região se concentrará no quarto de seus objetivos: a integração econômica.

Este é o século das oportunidades para a América Latina e só sacaremos proveito dessas oportunidades se as procuramos, se trabalhamos unidos a passo firme na construção dessa nova era que promete ser a melhor para nossos povos, expressou Funes.

Fonte: Patria Latina

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Morre a guerreira Danielle Mitterand

Morre a ex-primeira-dama e militante Danielle Mitterrand



Morreu hoje, aos 87 anos, um dos ícones da luta pelos direitos humanos na França, Danielle Mitterrand. A viúva do ex-presidente socialista François Mitterrand, Danielle estava internada desde sexta-feira passada por problemas respiratórios e anemia, no hospital Georges Pompidou, em Paris, e encontrava-se em coma artificial desde domingo. Ela faleceu nesta manhã, 22 de novembro.

Os últimos anos da vida de Danielle Mitterrand foram dedicados à organização France Libertés, uma fundação que ela havia criado há exatos 25 anos consagrada aos direitos humanos e à cidadania. Apesar da baixa estatura e da aparência frágil, era uma batalhadora que não se intimidava diante de quase nada - até mesmo quando ela foi com o marido para o Palácio do Eliseu, em 21 de maio de 1981, ela não se calou sobre as injustiças. O posto de primeira-dama da França, aliás, não lhe agradava.

Danielle fez questão de manter distância do papel de “mulher de”. Desde 1944 ao lado do célebre socialista, ela sempre deixou claro que “ele é ele, eu sou eu”, uma independência de espírito cuja aprovação não era consenso no entourage do presidente. Àqueles que tentavam fazê-la se comportar de outra forma, ela respondia: “eu não sou uma perua”.

Nascida em 1924, a jovem Danielle Gouze se engaja aos 17 anos junto à Resistência francesa, os militantes que lutaram contra a ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial. Ela atuava como agente de logística, ao mesmo tempo em que seus pais abrigavam, em casa e em segredo, alvos da caçada nazista.

Em meio a este turbulento momento da história francesa, sua irmã mais nova, Christine, apresenta-lhe a François Morland, o pseudônimo de François Mitterrand durante os anos de ocupação. Não mais do que alguns meses mais tarde, os dois se casam e terão três filhos: Pascal – que nasceu e morreu em 1945 -, Jean-Christophe, em 1946, e Gilbert, em 1949.

Os anos em busca da conquista do poder na França serão longos e recheados de inconvenientes – como a existência de uma amante que se tornou pública e com quem ele Mitterrand teve uma filha mas Danielle permanecerá ao lado do marido até os seus últimos suspiros.



Viúva desde 1996, Danielle também era conhecida por sua amizade assumida com o líder cubano Fidel Castro. Em 1986, ela criou a fundação France Libertés, que lhe serviu como plataforma para sua ação pró-direitos humanos e como tribuna pública. A entidade tem como objetivo "estabelecer uma rede mundial que busque organizar uma alternativa à globalização do comércio e das finanças por uma sociedade que dê todas suas oportunidades à vida".

Ela esteve muitas vezes no Brasil, onde procurava se engajar nas questões ambientais e de justiça social. Apenas no ano passado, ela veio duas vezes ao país. Na última, criou uma parceria entre sua fundação e a Hidrelétrica Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Na ocasião, no Bosque dos Visitantes, ela plantou uma árvore jabuticabeira.

domingo, 20 de novembro de 2011

Juramos Vencer e Venceremos

Alfonso Cano caiu em combate!

O camarada Timoleón Jiménez é o novo Comandante das FARC-EP

Aos guerrilheiros das FARC-EP

Às milícias bolivarianas

Camaradas:

Em 4 de novembro caiu em combate o comandante das FARC Alfonso Cano, nas montanhas do Cauca, município de Suárez. Há dois anos ele era perseguido por uma turba de mais de 70.000 homens guiados por tecnologia militar de ponta e uma esquadrilha de aviões e helicópteros, sob as ordens de assessores militares estadounidenses, mercenários israelenses e um alto comando militar.

Nós, guerrilheiros das FARC, nos sentimos muito orgulhosos de que o comandante tenha caído lutando no campo de combate e morto como morrem os verdadeiros chefes militares, os heróis do povo, os valentes. Mostrando com seu grito de guerra e com o fuzil, com seu exemplo, que assim morrem os homens e as mulheres honestos, consequentes com o que pensam e que juraram, por justiça e dignidade ao povo, lutar até as últimas consequências. Este é o exemplo que os guerrilheiros das FARC, aqueles que juraram vencer e vencerão, levarão galvanizado sempre na consciência.

Não existe morte mais bonita do que a ocorrida no combate pela liberdade, por sua causa altruísta, coletiva, vislumbrando um sonho, como a de Alfonso. A morte pelo sonho da Nova Colômbia, da dignidade humana, do emprego, da educação e da saúde gratuitas, da soberania do povo, da terra para os camponeses, da habitação para os que carecem dela, de uma pátria nova, socialista, justiceira, bolivariana, propulsora da concretização no continente de uma Grande Nação de Repúblicas irmãs.

Esses pobres analistas e políticos medíocres, aduladores do poder, que hoje falam da derrubada das FARC ante a morte do comandante, são tão ignorantes que nem sequer merecem o gesto de nosso desprezo. O mito de Alfonso Cano não foi quebrado, como afirmam perdidos na embriaguez de seu triunfalismo. Não conseguem impedir que a imagem de Alfonso Cano caído em combate na vereda Chirriaderos, cresça como arquétipo e se torne motivo do mais alto orgulho fariano e de um povo, que vem sendo capaz de produzir comandantes maravilhosos. Estão tão perdidos que, todavia, celebram a morte do mais fervoroso partidário da solução política e da paz.

A moral do guerrilheiro fariano sempre se agiganta na adversidade porque é da estirpe bolivariana e marulandina. Aqui há consciência, ânsia incandescente de combate e de vitória. Tudo pela dignidade de um povo, por sua liberdade. Perdem seu tempo, alucinam-se os que sonham com a claudicação e desmobilização da guerrilha.

Crescerá em abundância a sonoridade dos protestos e a mobilização popular que hoje assusta a oligarquia neoliberal. A mesma oligarquia que viola a soberania com sua política de “segurança” e que, contra a Colômbia e sua gente, favorece o investimento e os interesses das transnacionais. Que comecem a tremer os usurpadores do poder que, até hoje, se negam a pagar a imensa dívida social contraída com o povo. A indignação está correndo o mundo por conta da crise sistemática do capital. Podem estar certos de que não poderão deter o fogo insurgente contra a tirania e pela paz. Além disso, saibam que a guerrilha intensificará sua caminhada rumo à vitória, com as bandeiras do Movimento Bolivariano desfraldadas ao vento, com o povo.

Queremos informar-lhes que o camarada Timoleón Jiménez, com o voto unânime de seus companheiros do Secretariado, foi designado, em 5 de novembro, o novo comandante das FARC-EP. Assim, se garantirá a continuidade do Plano Estratégico para tomada do poder para o povo. A coesão de seus comandos e combatentes, como dizia Manuel Marulanda Vélez, segue sendo uma das mais importantes conquistas das FARC.

Comandante Alfonso Cano: suas diretrizes no campo militar e político serão cumpridas à risca.

VIVA A MEMÓRIA DO COMANDANTE ALFONSO CANO!

JURAMOS VENCER E VENCEREMOS.

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, novembro de 2011

Tradução: Partido Comunista Brasileiro – PCB
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Veja a Página do PCB – www.pcb.org.br

Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hasta Siempre Comandante Alfonso Cano

Obrigado pela tua vida camarada Alfonso Cano

por Pável Blanco Cabrera [*]
Cte. Alfonso Cano. O comunicado do Estado-maior Central confirma:   o nosso querido camarada Alfonso Cano, Comandante Supremo das FARC-EP, morreu em combate.

Há meses que os operacionais militares no Cañón de las Hermosas e na região do Cauca, perseguiam esse objectivo, com bombardeamentos constantes de grande escala e mobilização de milhares de efectivos da oligarquia. Várias vezes foi anunciada a sua morte.

Todas as vozes do poder exigiam a sua rendição; os trânsfugas da esquerda juntaram-se grotescos, bailando ao ritmo marcado por Santos. O papel do renegado aponta sempre para a imobilização, para quebrar a insubmissão, para abandonar a rebeldia. Uns quantos segundos de glória mediática nas páginas de El Tiempo bastaram-lhes para atirar borda fora as ideias anteriores que os enalteciam, não do culto da violência, mas da defesa do direito do povo de lutar pela liberdade e pela emancipação. A esses respondeu o Comandante Alfonso Cano, na entrevista concedida ao diário espanhol Publico: "Desmobilizar-se é sinónimo de inércia, é uma entrega cobarde, é uma rendição e uma traição à causa popular e ao ideário revolucionário que cultivamos e segundo o qual lutamos pelas transformações sociais, é uma indignidade que tem implícita uma mensagem de desesperança para o povo que confia no nosso compromisso e na proposta bolivariana". [1]

Contrariamente a esses, o camarada Alfonso Cano escolheu o caminho da consequência, o difícil e agreste solo por onde se deve caminhar com bastante alegria, com a mochila de necessidade, com a confiança infinita no povo trabalhador – o sujeito da História – e a convicção objectiva e inabalável na Revolução. Caminho tão alumiado pelos pirilampos de esperança e no qual cada passo é um alívio, pois é "a satisfação do dever cumprido", onde as bandeiras hasteadas ondeiam de dia e de noite.

Alfonso Cano, militante comunista, íntegro, sólido intelectual marxista-leninista, conhecedor profundo da história da América e de Bolívar, estratega político e militar, organizador, despedimo-nos sem dúvida, com dor, de um dos quadros comunistas de maior valia do Continente, como Mella, Mariátegui, o Che, Arismendi.

Com a melhor escola em qualquer parte do mundo, que é a Juventude Comunista, chegou a completar a sua formação ao lado de Manuel Marulanda e de Jacobo Arenas. E como comunista, dos verdadeiros, foi um homem de ideias e de acção.

O camarada Alfonso Cano é indissociável das FARC-EP; todo o revolucionário, se o é, dissolve-se na obra colectiva, na organização, no Partido, e por isso o seu nome brilha mais alto. Quando, há 20 anos, meio mundo abjurou, renegou, se quebrou, em consonância com o movimento contra-revolucionário que se seguiu à derrocada da construção socialista, as luzes da resistência intensificaram o seu resplendor, no nosso continente, na maior das Antilhas e nas montanhas da Colômbia. Não vamos julgar os processos de negociação de El Salvador e da Guatemala, mas temos o dever de reconhecer que as FARC-EP fizeram o que era correcto: manter desembainhada a espada do Libertador, levantar a espingarda e a bandeira vermelha e o lema vigente, duma Colômbia nova e socialista. Consequente com a história da sua organização, o Comandante Alfonso Cano, não se rendeu, não se vendeu, não se entregou e morreu em combate.

O Comandante Alfonso Cano, cumprindo as tarefas da sua organização, impulsionou a Coordenadora Guerrilheira Simon Bolívar, e os diálogos para a paz. A experiência da UP mostrou aos camaradas das FARC-EP que a luta não pode parar até que o povo conquiste o poder, e viria a ser esse o marco para as maiores contribuições estratégicas do Comandante Alfonso Cano: a organização do Partido Comunista Colombiano (clandestino) e o Movimento Bolivariano por uma Nova Colômbia. Sementes em que germinará a Revolução Colombiana. Consciente de que a libertação de toda a nossa América é uma necessidade, o camarada Alfonso Cano fazia parte da presidência do Movimento Continental Bolivariano.

Numa organização revolucionária, perder a vida na luta é uma possibilidade. As que são baseadas em métodos caudilhistas não resistirão à prova. Mas a que nasceu em Marquetalia é uma genuína obra colectiva. O mito dizia que as FARC-EP não resistiriam à morte do Comandante Manuel Marulanda, nem aos golpes que foram iniciados a 1 de Março de 2008, contra os Comandantes Raul Reyes e Ivan Rios. Mas Alfonso Cano, no seu papel de Comandante em Chefe, superou o escolho e com criatividade estratégica reposicionou-a no combate desigual com a oligarquia e a intervenção militar norte-americana. A sua morte dói-nos, mas sabemos que a organização nossa irmã, com o seu exemplo, continuará até à vitória.

O melhor balanço da sua vida e da sua obra será feito pelos próprios camaradas das FARC-EP, com quem estamos irmanados nos ideais, nós só podemos reconhecer a grandeza de todos os combatentes e a consequência exemplar do Comandante Alfonso Cano, marxista-leninista, bolivariano, guerrilheiro, comando, estadista, libertador, homem de confiança infinita na luta de massas.

Na hora da sua morte, acorrem as cenas anteriores da história dos nossos povos. Há meses que era claro que o imperialismo e a oligarquia concentravam o seu objectivo militar na sua morte. Recordamos a perseguição a Francisco Villa, e o vergonhoso cartaz em que se oferecia uma recompensa pela sua captura, vivo ou morto. O Comandante Alfonso Cano manteve-se na linha. Dizer que foi assassinado, é retirar-lhe o mérito da sua disposição combativa, dizia-me com toda a razão Marco Riquelme, coordenador do Movimento Patriótico Manuel Rodriguez, do Chile, e tem razão. Caiu combatendo. Do despacho de várias agências citado pelo diário mexicano La Jornada, de 5 de Novembro, extraímos o seguinte: Segundo um soldado entrevistado pela rádio, "o homem (Alfonso Claro) não se entregou e praticamente enfrentou a tropa até à morte". Assim são os combatentes de Manuel Marulanda, dessa têmpera, assim são os homens do Partido, assim vivem e morrem os comunistas.

Ao morrer combatendo, o Comandante Alfonso Cano defendeu, até ao último suspiro, o direito dos povos à rebelião, deixando-o intacto, salvaguardando-o. Fica o exemplo. A sua organização, no breve comunicado, rende de imediato a melhor homenagem: a luta continua, não abandonaram as armas, juram cumprir.

Também cumpriremos os nossos deveres internacionalistas de solidariedade, para com tão digna organização.

Adeus, querido camarada Alfonso Cano. Até breve Comandante Alfonso Cano.
[1] Alfonso Cano, o Comandante das FARC responde ao diário espanhol Público: Marquetalia Editores; Montañas de Colombia, 2011

[*] Primeiro Secretário do Partido Comunista do México

O original encontra-se em www.comunistas-mexicanos.org/... . Tradução de Margarida Ferreira.


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Irã, segue firme contra a sanha imperialista e sionista

Irã ameaça retaliação

Mesmo antes da divulgação do relatório da AIEA, surgiram indicações de que Israel poderia estar planejando atacar as instalações atômicas do país. Em meio a essas especulações, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quinta-feira durante cerimônia de graduação dos cadetes do Exército que as Forças Armadas da República Islâmica responderão "com punho de ferro" a qualquer agressão.

Todos os corpos militares iranianos, incluindo os Guardiães da Revolução Islâmica e os Voluntários Islâmicos (Basij), "responderão com fortes golpes e punho de ferro, de modo arrasador, a qualquer agressão", disse Khamenei, que também é o comandante-em-chefe das Forças Armadas.

"Nossos inimigos, os EUA e seus aliados, em particular o regime sionista (Israel), devem entender que o Irã não pretende atacar qualquer país, mas reagir com força diante de qualquer agressão ou ameaça para que os agressores se derrubem internamente", disse o líder em declarações divulgadas pela agência oficial Irna.

"A nação iraniana não será um mero espectador das ameaças das absurdas potências materialistas", disse Khamenei, afirmando que "só uma nação com uma força estável de defesa pode sobreviver em um mundo no qual infelizmente as relações entre os países se baseiam na força das armas". Por essa razão, o aiatolá orientou as Forças Armadas do Irã a "reforçar seu poder".

Na quarta-feira, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reagiu ao relatório da AIEA reiterando que seu país "não retrocederá nem um pingo" em seu programa nuclear.

Desde o surgimento das especulações sobre um plano de ataque israelense, as autoridades iranianas vêm ameaçando atacar os territórios de Israel, Europa e EUA, afirmando que o país tem capacidade para "aniquilar" Israel.

Leia também: Irã alerta EUA e Israel sobre consequências de um eventual ataque

Concretamente, um chefe militar apontou como alvo a usina nuclear israelense de Dimona, origem do programa atômico israelense, iniciado no final dos anos 1950 e que, segundo organismos internacionais de estudos militares, permitiu que o país dispusesse de cerca de 300 armas nucleares não declaradas.

Além disso, sugeriram que o Irã, caso se sinta em perigo, poderia cortar o tráfego pelo Estreito de Ormuz, local pelo qual é escoado um terço do petróleo consumido no mundo em direção aos mercados internacionais.

Caso seja fechada essa via marítima, os preços do petróleo poderiam ser multiplicados e poderia ocorrer uma crise econômica de consequências imprevisíveis.

Foto: AFP

Ahmadinejad cumprimenta partidários antes de pronunciamento em Sharhr-e-Kord, no Irã (9/11)

Sanções

Na quarta-feira, países ocidentais pediram novas sanções contra o Irã por causa do relatório da agência nuclear da ONU. A Rússia e a China, porém, indicaram que bloquearão medidas adicionais no Conselho de Segurança da ONU.

Leia também: Rússia se opõe à adoção de novas sanções contra o Irã

Por causa do relatório, a França anunciou que convocará o Conselho de Segurança, enquanto o Reino Unido disse que o impasse entra agora em uma fase mais perigosa e o risco de conflito aumentará se o Irã não negociar.

Nesta quinta, a China descartou que sanções possam resolver a crise provocada pelo programa nuclear iraniano. "As sanções não podem resolver fundamentalmente a questão iraniana", disse um porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

*Com Reuters, EFE e AFP

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Daniel Ortega, eleito pela 3ª vez. Vida longa aos Sandinistas

04.11.11
- Nicarágua
As eleições na Nicarágua em 6 de novembro: ‘O sandinismo apostou em uma melhor distribuição da riqueza’



Tradução: ADITAL

Com uma vitória quase assegurada –caso levemos em consideração as previsões das diferentes pesquisas de opinião- a Alianza Nicaragua Unida Triunfa, promovida pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que tem como candidato ao atual presidente Daniel Ortega, veria reforçado seu poder político na Nicarágua. As últimas pesquisas entre mediados de outubro indicam um leque de votos favoráveis que vai entre os 52 e 60%. A segunda força, que aglutina a um setor de direita liberal e aos renovadores sandinistas, não supera os 20% das intenções de voto. "É o resultado da política do sandinismo no governo dos últimos cinco anos”, sublinha, em entrevista exclusiva, Adrián Martínez, dirigente sindical da Central de Trabajadores por Cuenta Propia (CTCP).

Para Martínez, há duas causas principais que asseguram o perfil ganhador do sandinismo: "Por um lado, as realizações concretas nesses cinco anos de governo a favor dos setores mais desfavorecidos. A FSLN tem se preocupado em assegurar uma redistribuição mais equitativa da riqueza no país”.

Por outro lado, explica o experimentado dirigente dessa central autônoma, que faz parte da Frente Nacional de los Trabajadores, de identificação sandinista-, "a FSLN tem sabido integrar em seu programa político as reivindicações populares mais sentidas, tais como a distribuição da terra, a titulação das parcelas urbanas a seus residentes; a saúde e a educação gratuitas; a promoção social dos mais marginalizados; a dignificação dos excluídos nos 17 anos de neoliberalismo”.

A prática de sua organização sindical parece dar força aos seus argumentos. "Em apenas 10 anos de existência, hoje contamos com 50.000 afiliados. Números significativo para um setor –o dos trabalhadores informais ou por conta própria-, que reúne a mais de 1.150.000 pessoas do campo e da cidade. A Nicarágua, com cerca de 7 milhões de habitantes, assinala ao setor informal como o mais amplo economicamente falando.

"Somos um setor emergente. Há anos somos essenciais na produção da riqueza. Porém, até que a FSLN assumiu o governo, em 2007, éramos ignorados completamente. Não existíamos. A direita não queria nos aceitar enquanto sujeitos econômicos que competimos com suas empresas e com seu poder econômico”, sustenta Martínez.

Ele também explica que apesar de que a maioria dos dirigentes da CTCP "se identifica com o sandinismo”, a Central é independente, autônoma. "Somos conscientes de que devemos continuar mobilizando-nos para ser reconhecidos e conseguir avanços significativos, tais como a segurança social ou a formação técnico-profissional para nossos afiliados”.

Se nos últimos cinco anos passados o governo priorizou "aos setores rurais, nossa expectativa é que na próxima fase coloque ênfase no apoio ao setor que representamos”.

E a proposta eleitoral dos partidos opositores em relação aos trabalhadores informais?, perguntamos. "É de perseguição, como acontece em outros países da América Central, identificando nossas bases como produtores de instabilidade social”.

Martínez fala de uma recente propaganda eleitoral na TV, do partido de Fabio Gadea, candidato presidencial da segunda força política, onde ameaça aos trabalhadores informais com o desalojo de seus lugares públicos de trabalho, isto é, os semáforos, as estações de ônibus, as esquinas da capital. "Foi uma verdadeira ofensa que provocou uma reação profunda de indignação em nossas bases. Nós denunciamos publicamente e, há pedimos de nossas bases para que abramos um processo jurídico contra esse candidato por suas palavras agressivas”.

[Sergio Ferrari desde Nicaragua

Fonte- Adital- online

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O Que a Globo Não Quer que a Gente Saiba

Brasília - Segunda , 31 de Outubro de 2011
Brasil

Paulo Henrique Amorim: PF poderia ter uma conversinha com a Magic Paula


Magic Paula foi convidada para ser uma das secretárias do Ministério do Esporte na gestão Agnelo Queiroz. Orlando Silva era Secretário também e cuidava da parte de Educação e Esportes. Magic Paula, de Esporte Olímpico. Magic Paula pediu a conta rápido. Aliás, pediu a conta por causa de uma prestação de contas. Ela foi a Barcelona numa missão oficial, na companhia do Ministro Queiroz.

Na hora de pagar a conta do hotel, soube que alguém muito poderoso, ligado ao esporte, tinha pago por ela.

Ao chegar a Brasília, já saturada de tantas irregularidades, resolveu usar a conta do hotel para pedir a conta.

Perguntou como fazia para devolver as diárias.

Foi um Deus nos acuda !

Devolver as diárias, onde já se viu uma coisa dessas ?

Se ela devolvia, os outros, também objeto da gentileza, tinham que devolver.

Magic Paula devolveu e foi embora do Ministério.

E deu uma entrevista a este ansioso blogueiro no programa “Edição de Notícias” , da TV Record.

Ali, ela contou também que recebeu a incumbência de promover um evento de esporte amador em Manaus.

Havia em cima da mesa do Ministro uma oferta de produzir o evento por R$ 7 milhões.

Proposta de alguém muito poderoso, ligado ao esporte.

Magic Paula pediu tempo e correu atras de patrocínios.

Voltou ao Ministério com uma alternativa: conseguiria realizar o evento por R$ 2 milhões.

Uma pena !

A proposta de R$ 7 milhões era irrecusável !

Quem são esses poderosos que rondam o Ministério do Esporte ?

Quantos poderosos sentaram praça no Ministério do Esporte na véspera da Copa e das Olimpíadas ?

Magic Paula, depois que saiu do Ministério, jamais voltou a ser entrevistada na Globo.

Logo na Globo, onde Armando Nogueira sobre ela e Hortência escreveu textos memoráveis.

Pois é, amigo navegante, bem que a Polícia Federal poderia ter uma conversinha com a minha colega Magic Paula, que está aqui em Guadalajara, e recuperou para este ansioso blogueiro o nome deste poderoso dirigente, tão querido no Ministério.

Quem será ?

Por que a Globo o protege ?

Paulo Henrique Amorim - Patria Latina -online

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ditadura na ONU: onde está a democracia?



Os votos de 186 nações não têm o mesmo peso que os votos dos EUA e Israel

O plenário da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas aprovou, nesta terça – feira (25), por 186 votos a favor e dois contra (Estados Unidos e Israel), e três abstenções (Ilhas Marshall, Micronésia e Palau), a Resolução que condena o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba, há quase meio século.
O documento exige, também, o imediato levantamento da medida considerada desrespeitosa aos princípios da Carta da ONU, entre eles a igualdade soberana dos países e a não intervenção e ingerência em seus assuntos internos. Também, a liberdade de comércio e navegação internacionais. A Líbia e a Suécia não votaram.

A decisão aprovada pela 20ª vez consecutiva demonstra que Washington – acompanhado por uma minoria subalterna – permanece isolado na sua política de violar o direito internacional e desrespeitar a soberania e autodeterminação dos povos.


"O dano econômico direto contra o povo cubano supera os 975 bilhões de dólares", disse o chanceler cubano Bruno Rodríguez, ao defender a resolução que condena o bloqueio e exige seu fim diante da Assembleia Geral reunida em Nova York.

Rodríguez lembrou que em 1991 e no ano seguinte foi incluída pela primeira vez a questão de eliminar o bloqueio contra Cuba, em um momento em que os Estados Unidos pretendiam, com "cruel oportunismo", apertar o cerco contra a ilha, após a queda do bloco soviético.

Naquele ano, a sessão ordinária aprovou por 59 votos a favor, três contra e 71 abstenções a primeira resolução condenando o bloqueio e cobrando seu levantamento. Desde então, a cada novo ano, a Assembleia aprova uma resolução intitulada "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América contra Cuba".

"É inacreditável o fato de que, 20 anos depois, esta Assembleia continue considerando este assunto", afirmou Rodriguez, reiterando que "os Estados Unidos nunca ocultaram que seu objetivo é derrubar o governo revolucionário" cubano.

"Por que o governo Obama não se ocupa dos problemas dos EUA e deixa nós cubanos resolvermos em paz e sossegados os nossos"?, questionou.

De acordo com o chancelar a condenação ao bloqueio já é um dos temas tradicionais na Assembleia Geral, "que reúne os pronunciamentos mais reiterados, com o apoio mais contundente e esmagador, o que mostra mais claramente o incômodo isolamento do país agressor e a resistência heroica de um povo que se nega a ceder os seus direitos soberanos".

Segundo Bruno Rodriguez, o que os Estados Unidos querem que Cuba mude, não será transformado. "O governo de Cuba permanecerá o governo do povo, pelo povo e para o povo. Nossas eleições não serão leilões. Não teremos campanhas eleitorais de 4 bilhões de dólares, nem um Parlamento com o apoio de 13% dos eleitores. Não teremos elites políticas corruptas separadas do povo. Continuaremos a ser uma verdadeira democracia e não uma plutocracia. Defenderemos o direito à informação verdadeira e objetiva", discursou.

Rodríguez afirmou ainda que os "vínculos familiares e o limitado intercâmbio cultural, acadêmico e científico entre os EUA e Cuba já demonstram como positiva seria a expansão destas ligações para o benefício dos dois povos, sem as restrições e limitações impostas por Washington".

"A proposta de Cuba para avançar no sentido da normalização das relações e ampliar a cooperação bilateral em diversas áreas continua", afirmou, agredecendo o apoio de todos os países que, nesses 20 anos, têm votado a favor do fim do bloqueio.

Fontes : agências e consulado de Cuba no Brasil

sábado, 22 de outubro de 2011

Longa Vida aos Verdadeiros Partidos Comunistas

PCB e PCU FIRMAM DECLARAÇÃO CONJUNTA

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o Partido Comunista de Uruguai (PCU), reunidos em Montevidéu, nos marcos da expressiva e combativa comemoração do 91º aniversário do PCU, e após passarem em revista seus pontos de vista sobre a conjuntura internacional, em particular a da América Latina, declaram:
1 – Com o agravamento da crise sistêmica do capitalismo, o imperialismo torna-se cada vez mais agressivo, mentindo e manipulando fatos para impor guerras contra os países que não lhe são alinhados, para saquear suas riquezas naturais e manter a hegemonia. No mundo capitalista hoje, há uma tendência à fascistização, à repressão às lutas populares e à retirada de direitos políticos, sociais e trabalhistas, contra a qual os trabalhadores precisam insurgir-se com unidade e firmeza no âmbito mundial.
2 – No momento, a ofensiva do consórcio EUA/OTAN se concentra no Norte da África e no Oriente Médio, centrada nos países que, em graus diferentes, oferecem resistência aos ditames do imperialismo.
3 – Nossos Partidos expressam solidariedade internacionalista ao povo líbio, vítima de uma “rebeldia” midiática, apoiada por forças da OTAN, e aos povos sírio, libanês e iraniano, alvos atuais da ofensiva midiática que tem como objetivo invadir seus países para colocar no poder governos fantoches, com vistas à mudança do quadro geopolítico da região e ao controle de suas imensas fontes de energia. Assim como os iraquianos e afegãos, esses povos resistirão, recorrendo a todas as formas de luta. Destacamos, em especial, a emblemática luta do sofrido povo palestino contra o sionismo e pela criação do seu Estado, pela devolução dos territórios ocupados, pelo fim do “Muro da Vergonha” e dos assentamentos israelenses, pelo retorno dos exilados e pela libertação dos milhares de presos políticos.
4 – Nossos dois Partidos há décadas se identificam com a Revolução Cubana, solidarizando-se com seu povo, seu partido e sua revolução, que seguirá no caminho do socialismo. Reiteramos a imediata exigência da libertação dos 5 Heróis Cubanos.
5 – Na América Latina em geral, saudamos os heterogêneos processos de mudanças, que só transitarão para um caminho socialista se avançarem a organização e a mobilização popular, sobretudo entre os trabalhadores e a juventude, e se fortalecermos formas de exercício do poder popular e um processo de transformações de instâncias do estado burguês.
6 – Além da solidariedade aos processos de mudança mais avançados, como os que se dão na Venezuela, na Bolívia e no Equador, não nos são indiferentes as disputas que se dão em outros países contra a direita e o imperialismo.
7 – Nossos Partidos – que se comprometem a incentivar a unidade dos partidos comunistas e revolucionários - coincidem em destacar duas importantes lutas em nosso continente, que merecem amplas campanhas específicas:
- a retirada de todas as tropas estrangeiras do Haiti e sua substituição por profissionais que possam contribuir para a reconstrução do país;
- o fortalecimento do movimento Latino-Americanos Pela Paz na Colômbia, que tem como objetivo a busca de uma solução política para um conflito militar que só poderá ser resolvido com um paz democrática, com justiça social e econômica, através de negociações que pressupõem o reconhecimento da insurgência como organização política beligerante.
8 – O PCB valoriza o honroso convite que recebemos do PCU, para participar das comemorações do seu 91º aniversário. Pudemos constatar, em reuniões com autoridades públicas ligadas ao PCU e com sua direção, os avanços sociais e políticos que o país experimenta nestes sete anos de governo da Frente Ampla, em meio a naturais disputas políticas. Junto com todas as demais delegações presentes ao evento, a delegação do PCB teve a oportunidade de dialogar com os dirigentes do sindicato nacional único dos metalúrgicos e participar de um ato de solidariedade aos trabalhadores de sua base, saudando-os, em uma visita a uma das dezenas de fábricas ocupadas pelo vigoroso movimento grevista que está em curso.
9 - Finalmente, os dois Partidos manifestam a emoção e a alegria por este reencontro, que renderá muitos frutos, lembrando o fato de que o PCU e o PCB são responsáveis pela vida de milhares de comunistas uruguaios e brasileiros que, durante as ditaduras em nossos países, atravessavam nossa fronteira comum, reciprocamente se entregando aos cuidados de mãos camaradas, carinhosas e internacionalistas que se estendiam em solidariedade militante.
Montevidéu, 17 de outubro de 2011

PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO PARTIDO COMUNISTA URUGUAIO
Ivan Pinheiro Eduardo Lorier
Secretário Geral Secretário Geral

Membros dos Comitês Centrais:
Oneider Vargas (PCB); Ana Vignoli e Daniel Coira (PCU)

-- Veja a Página do PCB – www.pcb.org.br Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Quem Será Agora a Bola da Vez ?

KHADAFI MORREU COMBATENDO COM DIGNIDADE E COERÊNCIA

Miguel Urbano Rodrigues



A foto divulgada pelos contra-revolucionários do CNT elimina dúvidas: Muamar Khadafi morreu.

Notícias contraditórias sobre as circunstâncias da sua morte correm o mundo, semeando confusão. Mas das próprias declarações daqueles que exibem o cadáver do líder líbio transparece uma evidência: Khadafi foi assassinado.

No momento em que escrevo, a Resistência líbia ainda não tornou pública uma nota sobre o combate final de Khadafi. Mas desde já se pode afirmar que caiu lutando.

A midia a serviço do imperialismo principiou imediatamente a transformar o acontecimento numa vitória da democracia, e os governantes dos EUA e da União Europeia e a intelectualidade neoliberal festejam o crime, derramando insultos sobre o último chefe de Estado legitimo da Líbia.

Essa atitude não surpreende, mas o seu efeito é oposto ao pretendido: o imperialismo exibe para a humanidade o seu rosto medonho.

A agressão ao povo da Líbia, concebida e montada com muita antecedência, levada adiante com a cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU e executada militarmente pelos EUA, a França e a Grã Bretanha deixará na História a memória de uma das mais abjectas guerras neocoloniais do início do século XXI.

Quando a OTAN começou a bombardear as cidades e aldeias da Líbia, violando a Resolução aprovada sobre a chamada Zona de Exclusão aérea, Obama, Sarkozy e Cameron afirmaram que a guerra, mascarada de «intervenção humanitária», terminaria dentro de poucos dias. Mas a destruição do país e a matança de civis durou mais de sete meses.

Os senhores do capital foram desmentidos pela Resistência do povo da Líbia. Os «rebeldes», de Benghazi, treinados e armados por oficiais europeus e pela CIA, pela Mossad e pelos serviços secretos britânicos e franceses fugiam em debandada, como coelhos, sempre que enfrentavam aqueles que defendiam a Líbia da agressão estrangeira.

Foram os devastadores bombardeamentos da OTAN que lhes permitiram entrar nas cidades que haviam sido incapazes de tomar. Mas, ocupada Tripoli, foram durante semanas derrotados em Bani Walid e Sirte, baluartes da Resistência.

Nesta hora em que o imperialismo discute já, com gula, a partilha do petróleo e do gás libios, é para Muamar Khadafi e não para os responsáveis pela sua morte que se dirige em todo o mundo o respeito de milhões de homens e mulheres que acreditam nos valores e princípios invocados, mas violados, pelos seus assassinos.

Khadafi afirmou desde o primeiro dia da agressão que resistiria e lutaria com o seu povo ate à morte.

Honrou a palavra empenhada. Caiu combatendo.

Que imagem dele ficará na História? Uma resposta breve à pergunta é hoje desaconselhável, precisamente porque Muamar Khadafi foi como homem e estadista uma personalidade complexa, cuja vida reflectiu as suas contradições.

Três Khadafis diferentes, quase incompatíveis, são identificáveis nos 42 nos em que dirigiu com mão de ferro a Líbia.

O jovem oficial que em 1969 derrubou a corrupta monarquia Senussita, inventada pelos ingleses, agiu durante anos como um revolucionário. Transformou uma sociedade tribal paupérrima, onde o analfabetismo superava os 90% e os recursos naturais estavam nas mãos de transnacionais americanas e britânicas, num dos países mais ricos do mundo muçulmano. Mas das monarquias do Golfo se diferenciou por uma politica progressista. Nacionalizou os hidrocarbonetos, erradicou praticamente o analfabetismo, construiu universidades e hospitais; proporcionou habitação condigna aos trabalhadores e camponeses e recuperou para uma agricultura moderna milhões de hectares do deserto graças à captação de águas subterrâneas.

Essas conquistas valeram-lhe uma grande popularidade e a adesão da maioria dos líbios. Mas não foram acompanhadas de medidas que abrissem a porta à participação popular. O regime tornou-se, pelo contrário, cada vez mais autocrático. Exercendo um poder absoluto, o líder distanciou-se progressivamente nos últimos anos da política de independência que levara os EUA a incluir a Líbia na lista negra dos estados a abater porque não se submetiam. Bombardeada Tripoli numa agressão imperial, o país foi atingido por duras sanções e qualificado de «estado terrorista».

Numa estranha metamorfose surgiu então um segundo Khadafi. Negociou o levantamento das sanções, privatizou empresas, abriu sectores da economia ao imperialismo. Passou então a ser recebido como um amigo nas capitais europeias. Berlusconi, Blair, Sarkozy, Obama ,Sócrates receberam-no com abraços hipócritas e muitos assinaram acordos milionarios , enquanto ele multiplicava as excentricidades, acampando na sua tenda em capitais europeias.

Na última metamorfose emergiu com a agressão imperial o Khadafi que recuperou a dignidade.

Li algures que ele admirava Salvador Allende e desprezava os dirigentes que nas horas decisivas capitulam e fogem para o exílio.

Qualquer paralelo entre ele e Allende seria descabido. Mas tal como o presidente da Unidade Popular chilena, Khadafi, coerente com o compromisso assumido, morreu combatendo. Com coragem e dignidade.

Independentemente do julgamento futuro da História, Muamar Khadafi será pelo tempo afora recordado como um herói pelos líbios que amam a independência e liberdade. E também por muitos milhões de muçulmanos.

A Resistência, aliás, prossegue, estimulada pelo seu exemplo.

Vila Nova de GAIA, no dia da morte de Muamar Khadafi

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Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Os mortos que nunca morrem

Che Guevara e os mortos que nunca morrem
Diz Eduardo Galeano, que conheceu o Che Guevara: ele foi um homem que disse exatamente o que pensava, e que viveu exatamente o que dizia. Assim seria ele hoje. Já não há tantos homens talhados nessa madeira. Aliás, já não há tanto dessa madeira no mundo. Mas há os mortos que nunca morrem. Como o Che. E, dos mortos que nunca morrem, é preciso honrar a memória, merecer seu legado, saber entendê-lo. Não nas camisetas: nos sonhos, nas esperanças, nas certezas. Para que eles não morram jamais. O artigo é de Eric Nepomuceno.
Eric Nepomuceno
No dia em que executaram o Che Guevara em La Higuera, uma aldeola perdida nos confins da Bolívia, Julio Cortázar – que na época trabalhava como tradutor na Unesco – estava em Argel. Naquele tempo – 9 de outubro de 1967 – as notícias demoravam muito mais que hoje para andar pelo mundo, e mais ainda para ir de La Higuera a Argel.

Vinte dias depois, já de volta a Paris, onde vivia, Cortázar escreveu uma carta ao poeta cubano Roberto Fernández Retamar contando o que sentia: “Deixei os dias passarem como num pesadelo, comprando um jornal atrás do outro, sem querer me convencer, olhando essas fotos que todos nós olhamos, lendo as mesmas palavras e entrando, uma hora atrás da outra, no mais duro conformismo... A verdade é que escrever hoje, e diante disso, me parece a mais banal das artes, uma espécie de refúgio, de quase dissimulação, a substituição do insubstituível. O Che morreu, e não me resta mais do que o silêncio”.

Mas escreveu:

Yo tuve un hermano
que iba por los montes
mientras yo dormía.
Lo quise a mi modo,
le tomé su voz
libre como el agua,
caminé de a ratos
cerca de su sombra.
No nos vimos nunca
pero no importaba,
mi hermano despierto
mientras yo dormía,
mi hermano mostrándome
detrás de la noche
su estrella elegida.

A ansiedade de Cortázar, a angústia de saber que não havia outra saída a não ser aceitar a verdade, a neblina do pesadelo do qual ninguém conseguia despertar e sair, tudo isso se repetiu, naquele 9 de outubro de 1967, por gente espalhada pelo mundo afora – gente que, como ele, nunca havia conhecido o Che.

Passados exatos 44 anos da tarde em que o Che foi morto, o que me vem à memória são as palavras de Cortázar, o poema que recordo em sua voz grave e definitiva: “Eu tive um irmão, não nos encontramos nunca mas não importava, meu irmão desperto enquanto eu dormia, meu irmão me mostrando atrás da noite sua estrela escolhida”.

No dia anterior, 8 de outubro de 1967, um Ernesto Guevara magro, maltratado, isolado do mundo e da vida, com uma perna ferida por uma bala e carregando uma arma travada, se rendeu. Parecia um mendigo, um peregrino dos próprios sonhos, estava magro, a magreza estranha dos místicos e dos desamparados. Foi levado para um casebre onde funcionava a escola rural de La Higuera. No dia seguinte foi interrogado. Primeiro, por um tenente boliviano chamado Andrés Selich. Depois, por um coronel, também boliviano, chamado Joaquín Zenteno Anaya, e por um cubano chamado Félix Rodríguez, agente da CIA. Veio, então, a ordem final: o general René Barrientos, presidente da Bolívia, mandou liquidar o assunto.

O escolhido para executá-la foi um soldadinho chamado Mario Terán. A instrução final: não atirar no rosto. Só do pescoço para baixo. Primeiro o soldadinho acertou braços e pernas do Che. Depois, o peito. O último dos onze disparos foi dado à uma e dez da tarde daquela segunda-feira, 9 de outubro de 1967. Quatro meses e 16 dias antes, o Che havia cumprido 39 anos de idade. Sua última imagem: o corpo magro, estendido no tanque de lavar roupa de um casebre miserável de uma aldeola miserável de um país miserável da América Latina. Seu rosto definitivo, seus olhos abertos – olhando para um futuro que ele sonhou, mas não veria, olhando para cada um de nós. Seus olhos abertos para sempre.

Quarenta e quatro anos depois daquela segunda-feira, o homem novo sonhado por ele não aconteceu. Suas idéias teriam cabida no mundo de hoje? Como ele veria o que aconteceu e acontece? O que teria sido dele ao saber que se transformou numa espécie de ícone de sonhos românticos que perderam seu lugar? Haveria lugar para o Che Guevara nesse mundo que parece se esfarelar, mas ainda assim persiste, insiste em acreditar num futuro de justiça e harmonia? Um lugar para ele nesses tempos de avareza, cobiça, egoísmo?

Deveria haver. Deve haver. O Che virou um ícone banalizado, um rosto belo estampado em camisetas. Mas ele saberia, ele sabe, que foi muito mais do que isso. O que havia, o que há por trás desse rosto? Essa, a pergunta que prevalece.

O Che viveu uma vida breve. Passaram-se mais anos da sua morte do que os anos da vida que coube a ele viver. E a pergunta continua, persistente e teimosa como ele soube ser. Como seria o Che Guevara nesses nossos dias de espanto? Pois teria sabido mudar algumas idéias sem mudar um milímetro de seus princípios.

Diz Eduardo Galeano, que conheceu o Che Guevara: ele foi um homem que disse exatamente o que pensava, e que viveu exatamente o que dizia.

Assim seria ele hoje.

Já não há tantos homens talhados nessa madeira. Aliás, já não há tanto dessa madeira no mundo. Mas há os mortos que nunca morrem. Como o Che.

E, dos mortos que nunca morrem, é preciso honrar a memória, merecer seu legado, saber entendê-lo. Não nas camisetas: nos sonhos, nas esperanças, nas certezas. Para que eles não morram jamais. Como o Che.

domingo, 9 de outubro de 2011

Aos 44º Ano de Morte del Che Guevara, gritamos! Comandante Che PRESENTE!

Queremos que sejam como CHE

Se queremos expressar como aspiramos que sejam nossos
combatentes revolucionários, nossos militantes, nossos homens,
devemos dizer sem vacilação de nenhuma índole: que sejam como Che!
Se queremos expressar como queremos que sejam os homens das futuras
gerações, devemos dizer: que sejam como Che! Se queremos dizer
como desejamos que se eduquem nossas crianças, devemos dizer sem
vacilar: queremos que se eduquem com o espírito de Che! Se
queremos um modelo de homem, um modelo de homem que não pertence a
este tempo, um modelo de homem que pertence ao futuro, de coração
digo que esse modelo sem uma só mancha em sua conduta, sem uma só
mancha em sua atitude, sem uma só mancha em sua atuação, esse modelo
é Che! Se queremos expressar como desejamos que sejam nossos filhos,
devemos dizer com todo o coração de veementes revolucionários:
QUEREMOS QUE SEJAM COMO CHE!

(Discurso de Fidel no velório solene em memória do Comandante
Ernesto Che Guevara na Plaza de la Revolución, Havana, 18 de
outubro de 1967).

Galeria fotográfica: Che na Revolução Cubana 1955-1966
http://www.cubadebate.cu/fotorreportajes/2009/10/08/galeria-ernesto-che-guevara-revolucion-cubana-1955-1966-fotos/

Canções dedicadas a CHE (+ vídeos)

http://www.cubadebate.cu/noticias/2009/10/08/canciones-dedicadas-al-che-videos/

Centro de Estudos Che Guevara
http://www.centroche.co.cu/

domingo, 2 de outubro de 2011

Os que nunca são vistos

Escravidão e capitalismo, uma relação estranha e familiar

Têm sido constantes as denúncias de escravização de trabalhadores no país – é disso que se trata, e não do “emprego de mão-de-obra escrava”, pois nunca se empregam apenas mãos, nem há escravos que são empregados pelos capitalistas, como alertam os professores Mário Maestri e Florence Carboni em A linguagem escravizada (ed. Expressão Popular). A diminuição das operações de fiscalização do Ministério do Trabalho na Era Lula (http://www.brasildefato.com.br/node/6451 ) faz com que só não haja mais espaço no noticiário cotidiano por causa da falta de atratividade do assunto para a mídia corporativa. Interessa-a muito mais a “crise” dos mercados, da moeda, da Europa, dos EUA, e tantas outras que acabam reduzindo os holofotes da pujança da economia capitalista do Brasil (como da Rússia, da Índia e da China, ou seja, do quarteto fantástico chamado BRIC) e, muito mais ainda, a redução dos holofotes dos imensos custos sociais dessa pujança. Que o digam aqueles que serão diretamente afetados pela usina de Belo Monte, pela estrada no Tipnis na Bolívia e pelas remoções para a Copa.

Recentemente circulou a informação de que alguns usineiros de São Paulo têm estimulado o uso de crack pelos cortadores de cana, o que lhes renderia jornadas de 14 horas de um trabalho que já é, de qualquer modo, absolutamente mortificante. Mas se o propósito deles é “socialmente legítimo” – o aumento da produtividade, o crescimento da economia, produção de biocombustível, maior arrecadação de impostos e geração de empregos, etc. – por que motivo os patrões se envergonham tanto e tergiversam diante dessa dura realidade, a de que o trabalhador só lhes interessa enquanto sujeito que possa despender o máximo de sua capacidade laboral durante o tempo de trabalho, e que “todo o resto” lhes é indiferente? (com exceção, é claro, dos investimentos feitos em prol do aumento ou qualificação dessa capacidade de trabalho, que depois retorna para...)

Em O Capital, Karl Marx, quando analisa a acumulação primitiva, cita o trecho de um livro de T. J. Duning de 1860 (“Sindicatos e Greves”) que nos aponta para essa duplicidade entre pudores e falta de pudores dos investimentos capitalistas.

O capital foge do tumulto e da discussão e é tímido por natureza. É bem verdade, mas não totalmente. O capital tem horror à ausência ou pequena quantidade de ganhos, da mesma forma como a natureza tem horror ao vácuo. Com um ganho satisfatório, o capital se encoraja. Assegurem-lhe 10% e ele irá onde for; com 20%, ele se anima; com 50%, ele se torna positivamente temerário; com 100%, passa por cima de todas as leis humanas; com 300%, não há crime a que ele não se arrisque, inda que sob a ameaça do patíbulo [forca]. Quando o tumulto e a discussão podem trazer lucros, ele os fomentará. A prova disso: o contrabando e a escravização dos negros.

As imensas fortunas, que se mostram assépticas, que se creem resultado de especulação, sorte, herança, fusão, etc., todas elas são a capitalização dessas violentas extorsões passadas e cotidianas, que nunca ficam muito tempo na mão dos pequenos e médios proprietários – sendo que estes sempre correrão o risco de terminarem como o coronel Moraes de Deus e o Diabo na Terra do Sol (filme antológico de Glauber Rocha), morto pelo facão de Manuel, o vaqueiro extorquido. Como escreve a historiadora Virgínia Fontes em seu livro O Brasil e o capital-imperialismo (ed. UFRJ), a atual concentração de capital é tão faraônica que os seus proprietários são incapazes eles mesmos de supervisionarem a sua aplicação, de modo que “o capital, essa massa de trabalho morto acumulado sob a forma de dinheiro, controla seus controladores”. Desse modo, a extorsão de trabalho é cada vez mais um fenômeno social, distribuído entre vários agentes intermediários que supervisionam o emprego dos capitais nas atividades produtivas.

Há, no entanto, outras formas cotidianas e “democráticas” de extorsão: a da pessoalidade. Em sua apresentação no V Seminário de Estudos em Análise do Discurso (SEAD), poucos dias atrás, a professora Solange Mittmann, da UFRGS, nos mostrou que vivenciamos um processo ideológico de denegação de nossa memória escravista. Tanto em textos jurídicos (como o artigo 149 do Código Penal, que fala em “redução à condição análoga a de escravo”) quanto em tuitadas politicamente incorretas (“Acabei de sair da Zara e tenho de confessar que as crianças escravas estão fazendo um ótimo trabalho”), a língua vem dando nos dentes, mostrando que os trabalhadores escravizados também sofrem uma despessoalidade e até uma contra-pessoalidade – usando as expressões de Mittmann. Vê-se que entre a realidade do mercado de trabalho e os direitos sociais existe um abismo, e que a escravidão é algo ao mesmo tempo estranho e familiar ao capitalismo, com seus sujeitos livres, liberados, despojados, de modo que possam ser – por “umas horinhas” do dia, vá lá – nada mais do que coisas que se entregam por si mesmas.

Texto de Rodrigo Fonseca

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Comissão da Verdade, será ?

Lenta, gradual e restrita
Escrito por Fernando de Barros e Silva
A Comissão da Verdade, enfim aprovada pela Câmara, é uma espécie de epílogo melancólico, mas bem brasileiro, da nossa abertura, muito mais lenta, gradual e segura, como diziam os militares, do que ampla, geral e irrestrita, como reivindicava a esquerda.
A despeito das boas intenções de Dilma, essa comissão, limitada e tardia, exprime, paradoxalmente, o descaso do país -aí, sim, quase irrestrito- pelo direitos humanos e pelo Estado democrático de Direito.
Não estamos discutindo se os que torturaram e mataram em nome do Estado devem ser julgados e punidos.
Transcorridos 40 anos, o país ainda resiste a esclarecer as circunstâncias e a identificar os responsáveis pelas mortes e "desaparecimentos" dos adversários da ditadura.
Esse é o pano de fundo substantivo, ou a "verdade" da exigência um tanto bizantina do DEM, para que a comissão não tenha entre seus participantes pessoas sem condições de "atuar com imparcialidade".
Na Argentina, a Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas foi criada em 1984, um ano depois da ditadura. Lá, os responsáveis pelos crimes estão sendo julgados. Jorge Videla foi condenado à prisão perpétua no final do ano passado.
Por aqui, em sintonia com a tradição do jeitinho, o STF chancelou a impunidade dos torturadores ao decidir, em 2010, que não iria examinar se a Lei da Anistia, de 1979, era compatível com a Constituição de 1988. Não é -como parece óbvio.
Nessas condições, se tudo correr bem, a nova comissão irá concluir o trabalho da Comissão de Mortos e Desaparecidos, criada por FHC em 1995, quando o Estado, enfim, admitiu a responsabilidade pelos crimes, fez uma lista oficial das vítimas e indenizou diversas famílias.
Há ainda pelo menos 140 pessoas mortas cujo paradeiro não se conhece. Como estamos no Brasil, é provável que nem essa satisfação elementar às famílias e à história a comissão "da verdade" seja capaz de dar.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO

domingo, 18 de setembro de 2011

Igreja Católica e suas faces

O HOLOCAUSTO ABENÇOADO PELA IGREJA CATÓLICA



A igreja católica foi cúmplice do regime pró-nazista de Ante Pavelic. O regime dele cometeu atrocidades que chocavam até mesmo os nazistas.

A grande mídia fala da Alemanha Nazista, mas omite outro regime sanguinário: a Ustasha croata. O regime Ustasha - Estado "Independente" da Croácia (NDH, em croata Nezavisna Dr?ava Hrvatska) nasceu em 1941 graças à invasão nazi-fascista na Iugoslávia durante a 2GM. O Vaticano apoiou o regime de Ante Pavelic porque desejava um poderio católico nos Balcans. O NDH (mistura de nazismo com inquisição católica) exterminou cerca de 1000000 de ortodoxos sérvios (matou outros não-católicos também), 60000 judeus, 30000 ciganos e milhares de opositores.

A cumplicidade da igreja católica com este regime sanguinário foi intensa, a ponto de padres promoverem conversões forçadas de não-católicos , massacres e campos de extermínio (Jasenovac, por exemplo). A crueldade Ustasha era tão grotesca que chocava até mesmo os alemães e italianos, que tiveram que dar um freio na Ustasha.

O chefe religioso do NDH, cardeal Stepinac, foi beatificado pelo papa JP2 em 1998.O assunto Ustasha é um grande tabu na grande mídia nacional e internacional, graças ao lobby da igreja católica.

O Vaticano, após a queda do NDH, jamais admitiu qualquer ligação com o regime. Nem mesmo o site oficial do Vaticano possui texto repudiando as barbaridades do NDH. O papa JP2 nunca aceitou visitar Jasenovac, atitude compartilhada pelo atual papa,B16.

O Vaticano, através de seu banco, receptou e lavou o dinheiro roubado pelos fugitivos do regime nazi-católico da Croácia (Ustasha) no final da 2GM, além de ajudar vários figurões do NDH que nem Ante Pavelic,Andrija Artukovic e Dinko Sakic fugirem pra América do Sul e EUA (Operação Ratlines).

A cumplicidade vaticana com os croatas lhe rendeu uma ação judicial.Advogados dos EUA, representando sobreviventes e parentes de vítimas do regime Ustasha, estão tentando processar, sem sucesso, o Banco do Vaticano.

Ver site dos advogados http://www.vaticanbankclaims.com/faqs.html ...

fonte: Patrialatina-online

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Belo, Bem Sucedido e Facista


Terrorista louro de olhos azuis



Preconceitos, como mentiras, nascem da falta de informação (ignorância) e excesso de repetição. Se pais de uma criança branca se referem em termos pejorativos a negros e indígenas, judeus e homossexuais, dificilmente a criança, quando adulta, escapará do preconceito.

A mídia usamericana incutiu no Ocidente o sofisma de que todo muçulmano é um terrorista em potencial. O que induziu o papa Bento XVI a cometer a gafe de declarar, na Alemanha, que o Islã é originariamente violento e, em sua primeira visita aos EUA, comparecer a uma sinagoga sem o cuidado de repetir o gesto numa mesquita.

Em qualquer aeroporto de países desenvolvidos um passageiro em trajes islâmicos ou cujos traços fisionômicos lembrem um saudita, com certeza será parado e meticulosamente revistado. Ali reside o perigo... alerta o preconceito infundido.

Ora, o terrorismo não foi inventado pelos fundamentalistas islâmicos. Dele foram vítimas os árabes atacados pelas Cruzadas e os 70 milhões de indígenas mortos na América Latina, no decorrer do século 16, em decorrência da colonização ibérica.

O maior atentado terrorista da história não foi a queda, em Nova York, das torres gêmeas, há 10 anos, e que causou a morte de 3 mil pessoas. Foi o praticado pelo governo dos EUA: as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945. Morreram 242.437 mil civis, sem contar as mortes posteriores por efeito da contaminação.

Súbito, a pacata Noruega – tão pacata que, anualmente, concede o Prêmio Nobel da Paz – vê-se palco de dois atentados terroristas que deixam dezenas de mortos e muitos feridos. A imagem bucólica do país escandinavo é apenas aparente. Tropas norueguesas também intervêm no Afeganistão e deram apoio aos EUA na guerra do Iraque.

Tão logo a notícia correu mundo, a suspeita recaiu sobre os islâmicos. O duplo atentado, no gabinete do primeiro-ministro e na ilha de Utoeya, teria sido um revide ao assassinato de Bin Laden e às caricaturas de Maomé publicadas pela imprensa escandinava. O preconceito estava entranhado na lógica ocidental.

A verdade, ao vir à tona, constrangeu os preconceituosos. O autor do hediondo crime foi o jovem norueguês Anders Behring Breivik, 32 anos, branco, louro, de olhos azuis, adepto da fisicultura e dono de uma fazenda de produtos orgânicos. O tipo do sujeito que jamais levantaria suspeitas na alfândega dos EUA. Ele "é dos nossos”, diriam os policiais condicionados a suspeitar de quem não tem a pele suficientemente clara nem olhos azuis ou verdes.

Democracia é diversidade de opiniões. Mas o que o Ocidente sabe do conceito de terrorismo na cabeça de um vietnamita, iraquiano ou afegão? O que pensa um líbio sujeito a ser atingido por um míssil atirado pela OTAN sobre a população civil de seu país, como denunciou o núncio apostólico em Trípoli?

Anders é um típico escandinavo. Tem a aparência de príncipe. E alma de viking. É o que a mídia e a educação deveriam se perguntar: o que estamos incutindo na cabeça das pessoas? Ambições ou valores? Preconceitos ou princípios? Egocentrismo ou ética?

O ser humano é a alma que carrega. Amy Winehouse tinha apenas 27 anos, sucesso mundial como compositora e intérprete, e uma fortuna incalculável. Nada disso a fez uma mulher feliz. O que não encontrou em si ela buscou nas drogas e no álcool. Morreu prematuramente, solitária, em casa.

O que esperar de uma sociedade em que, entre cada 10 filmes, 8 exaltam a violência; o pai abraça o filho em público e os dois são agredidos como homossexuais; o motorista de um Porsche se choca a 150km por hora com uma jovem advogada que perece no acidente e ele continua solto; o político fica indignado com o bandido que assaltou a filha dele e, no entanto, mete a mão no dinheiro público e ainda estranha ao ser demitido?

Enquanto a diferença gerar divergência permaneceremos na pré-história do projeto civilizatório verdadeiramente humano.

Fonte: Adital- Frei Betto

domingo, 17 de julho de 2011

Nenhuma é cubana


14 de Julho de 2011 - 0h03

Cuba é exemplo para o mundo

Messias Pontes *
A direita insana, no Brasil e em todo o mundo, notadamente nos Estados Unidos, tudo faz para ver o fim da Revolução Cubana. A velha mídia conservadora, venal e golpista brasileira mente descaradamente para confundir a opinião pública, negando e omitindo os avanços da Ilha caribenha, verdadeiro Território Livre das Américas. Se existe no mundo um líder político amado pelo seu povo, este é o Comandante Fidel Castro.

Após a queda do muro de Berlim, os colonistas e demais jornalistas amestrados enfatizavam que “o próximo país socialista a cair é Cuba”. Repetiam essa asneira à exaustão, mas acabaram desmoralizados. A cada novo arrocho do criminoso boicote econômico, financeiro e comercial imposto pelo Império do Norte, os amestrados carregavam na tinta afirmando que “agora o regime cubano cai”. Mais uma vez deram com os burros n’água.

Agora, com os ventos da democracia soprando fortemente no Oriente Médio e Norte da África, voltaram com a mesma cantilena. “Esses ventos vão chegar agora a Cuba para acabar com a ditadura”. Mais uma vez se decepcionaram, pois os ventos da democracia sopram na Ilha caribenha desde 1º de janeiro de 1959. Esses idiotas não querem ver que a realidade é bem diferente, e que o Sol não pode ser tapado com uma peneira. Vejamos por quê:

De acordo com relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado no mês passado, em todo o mundo, a cada minuto uma criança em regime de trabalho infantil sofre acidente de trabalho, doença ou trauma psicológico. Nenhuma é cubana. O Conselho Econômico e Social da Organização das Nações Unidas (ONU) diagnosticou que ao menos 67 milhões de crianças no mundo não têm acesso à educação. Nenhuma é cubana. Mais de 200 milhões de crianças em todo o mundo dormem com fome porque não têm o que comer. Nenhuma é cubana. Centenas de milhões de pessoas – adultas e crianças – em todo o mundo dormem na rua porque não têm uma casa para morar. Nenhuma é cubana. Bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso à cultura. Nenhuma é cubana.Bilhões de pessoas, em todo o mundo, não têm acesso à saúde básica. Nenhuma é cubana. Dezenas de pessoas em todo o mundo são escravas das drogas, em especial do crack. Nenhuma é cubana.

O criminoso boicote imposto pelo imperialismo ianque já causou prejuízos de mais de 700 bilhões de dólares, impedindo avanços nas em todas as áreas. Até mesmo a proibição de venda de remédios para crianças com câncer o governo norte-americano impôs a laboratórios até de outros países. Isto é um crime hediondo que a velha mídia, conivente, omite.

Mas enquanto as perseguições não param, os cientistas cubanos avançam nas pesquisas e têm conseguidos seguidos êxitos. Para desgosto dos reacionários de todas as matizes, Cuba cria anticancerígeno a partir de veneno de escorpião. O produto foi conseguido pela firma cubana Labiofam a partir de uma espécie endêmica da Ilha. Contudo só é possível adquiri-lo lá, ainda que se encontre em trâmite de registro para sua venda em outros países, incluindo o México.

A cientista cubana Caridad Rodriguez Torres observou que o câncer constitui a segunda causa de morte em nível mundial e tende a ser a primeira. Adiantou ainda que o medicamento anticancerígeno produzido em seu país aparece como uma alternativa de tratamento natural, econômico e eficiente. Quanto mais o governo estadunidense proíbe a comercialização de todos os produtos para Cuba, mais os cubanos pesquisas e produzem o que necessitam, sem ter de pagar royalties para ninguém.

Em abril último, o Partido Comunista de Cuba realizou, com pleno êxito, o seu VI Congresso. Do processo de discussão das propostas apresentadas participaram oito milhões de cidadãos e cidadãs cubanas, muitos deles residindo e trabalhando em outros países, inclusive aqui no Brasil. A população cubana é de menos de 12 milhões, e, portanto, mais de dois terços participaram do processo de debates do VI Congresso. É oportuno lembrar que mais da metade dos que participaram não pertencem ao Partido Comunista. E a direita e sua velha mídia ainda dizem que em Cuba não há democracia.

O Comandante Fidel Castro ensina ao seu povo que nada é mais revolucionário que a verdade. E é baseado na verdade que o povo cubano defende com ardor a Revolução e alimenta a cada dia o sentimento patriótico e anti-imperialista. Para desespero dos reacionários de todo o mundo, a defesa da Revolução Cubana é consciente e permanente porque todos a têm como o seu maior patrimônio.

Por tudo isto – muito mais - é que Cuba é um exemplo para o mundo.


Fonte: Vera Teixeira

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