segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Brasil: A violência ronda os desamparados

No Mato Grosso do Sul, mais uma comunidade indígena sofre atentado


Dourados - Adital -

Na madrugada da sexta-feira, 18 de setembro, mais uma comunidade indígena sofreu atentados no estado brasileiro de Mato Grosso do Sul. Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) dez homens atacaram a comunidade Apyka’y, do povo Guarani Kaiowá, que vive em um acampamento às margens da BR-483, próximo ao município de Dourados.
Os indígenas relataram que os homens atiraram em direção ao acampamento. Em decorrência do atentado, um Guarani foi ferido a tiros e algumas pessoas foram agredidas com socos e facões. Além da agressão física, diversos barracos e objetos foram queimados, entre eles colchões, documentos, cobertores, bicicletas e roupas.
A comunidade está empobrecida e não tem condições materiais de construir novas moradias. Além disso, o medo de novas agressões assombra os indígenas. Denúncias da violência já foram feitas ao Ministério Público Federal (MPF), no entanto, a situação continua igual.
Os agressores ameaçaram os índios e afirmaram que haveria morte caso eles não abandonassem o acampamento. Eles teriam dito que quem mandava na área da estrada ocupada pelos índios não era a Polícia Federal, mas sim 'a polícia da empresa'. As 15 famílias Guarani Kaiowá aguardam a demarcação de suas terras, por esse motivo, desde abril deste ano, estão vivendo em barracos improvisados.
De acordo com informações do CIMI, os seguranças dos fazendeiros estavam cercando um acesso por onde os indígenas conseguiam água, o que teria sido a razão da violência, já que o fazendeiro não permitia mais a circulação dos indígenas para pegar água.
O ataque à comunidade Apyka’y aconteceu a apenas quatro dias do incêndio que destruiu 35 casas da aldeia Laranjeira Ñanderu, pertencente aos índios Guarani Kaiowá, também no Mato Grosso do Sul. Na ocasião, ninguém ficou ferido, pois os índios já estavam fora de sua terra - acampados à beira da BR-163 - desde o dia 11 de setembro, devido a uma ordem judicial.

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