quinta-feira, 28 de março de 2013

Para Não Esquecer


OITO ANOS DA CHACINA DA BAIXADA: o "31 de Março" e a periferia não podem ser esquecidos!

Na noite do dia 31 de março de 2005, quando se completavam 41 anos do golpe militar de 1964, policiais militares iniciaram uma série de assassinatos em Nova Iguaçu e só terminaram a ação em Queimados. No total, 29 pessoas morreram e somente uma conseguiu sobreviver. Foi a maior matança realizada por agentes do Estado até hoje no Rio de Janeiro de uma só vez, teve intensa repercussão nacional e internacional, e ficou conhecida como a Chacina da Baixada.

A mobilização da sociedade a partir desse massacre, principalmente dos familiares das vítimas e organizações defensoras dos direitos humanos, obrigou o Estado a fazer o que geralmente não acontece quando se trata de crimes cometidos por grupos de extermínio: investigar e chegar a alguns dos culpados. Dos 11 policiais diretamente envolvidos, apenas 5 foram julgados, 4 foram condenados e 1 foi absolvido, e mais um, beneficiado pela chamada “delação premiada”, foi assassinado na prisão por seus ex-comparsas.

Os outros não foram julgados, e nenhum mandante ou chefe do grupo de extermínio do qual os condenados faziam parte foram investigados, embora tenha sido formada, logo após a chacina, uma suposta comissão de nível federal que deveria investigar a fundo os grupos de extermínio atuantes na Baixada Fluminense.

Em consequência, embora tenha sido uma vitória da mobilização popular os julgamentos e condenações, o quadro de violência, matanças e impunidade nessa periferia do Grande Rio não se alterou significativamente nestes seis anos. De certa forma se agravou, pois enquanto a propaganda e as ilusões em relação às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) alimentam a ideia de que há uma nova realidade de segurança pública no Rio, a extrema violência que prossegue em regiões periféricas como a Baixada, a Zona Oeste do município do Rio e São Gonçalo/Itaboraí, ficam esquecidas pela grande imprensa e por grande parte da chamada “opinião pública”.

Deve-se lembrar, aliás, que é para essa periferia pobre, carente dos serviços públicos mais básicos, e esquecida pela mídia, que os atuais projetos de remoção de comunidades, estimulados pela especulação imobiliária desencadeada pela realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, querem levar ainda mais pessoas pobres. Pretende-se, dessa maneira, aprofundar a construção de uma metrópole segregada e dividida, onde a maior parte da população (a parte pobre) viveria em regiões distantes, abandonadas e “invisíveis”.

É por isso que os familiares das vítimas da Chacina da Baixada, e movimentos e organizações defensoras dos direitos humanos, fazem questão de sempre lembrar o 31 de Março e a Baixada como uma data e um lugar que nunca podem ser esquecidos. Neste ano, como em 2012, os oito anos da chacina serão lembrados por uma caminhada que vai refazer o trajeto dos assassinos pelas ruas de Nova Iguaçu, naquela noite horripilante.

A concentração será na Via Dutra, na altura da concessionária Besouro Veículos, às 15hs, no 31/03/2013. Em seguida, haverá uma missa em lembrança das vítimas, na Igreja Sagrada Família, em Nova Iguaçu

PARTICIPE!
DIA 31/03, ÀS 15HS – VIA DUTRA
Fonte: Coletivo Memória, verdade e Justiça-RJ

quarta-feira, 13 de março de 2013

Feito de Ferro e Flor- Gregório Bezerra sempre nos nossos corações e açoes.

113 anos de nascimento de Gregório Bezerra
Alguns escritores e poetas definiram a questão da morte relacionada com as pessoas que lideram e lutam por causas justas e coletivas de uma forma muito especial. O poeta e escritor Guimarães Rosa disse que pessoas assim, de fibra, “não morrem, elas se encantam”; para os índios, segundo Antônio Callado disse no Quarup, as pessoas que têm essas características “nunca morrem, pois o seu pensamento entra em outras cabeças”.
Gregório Bezerra nasceu no início do século XX, em 13 de março de 1900, no Município de Panelas. Sofreu todas as dificuldades para sobreviver na infância, começando a trabalhar com 4 anos de idade, ficou órfão aos 6 anos, trabalhou como doméstico aos 10 anos em Recife, carregou frete, foi vendedor de jornais, mesmo sendo analfabeto até os 25 anos. Foi preso quando era ajudante de pedreiro porque apoiava a luta dos trabalhadores da construção civil, quando tinha apenas 16 anos, e cumpriu quase cinco anos de prisão, na Casa de Detenção do Recife.  Não desistiu diante de tudo que enfrentou e que sofreu.
Foi para o exército, viajou para o Rio de Janeiro, aprendeu a ler e a escrever, fez curso de sargento, foi um dos mais destacados do País, andou pelo Brasil e depois veio servir em Pernambuco, como sargento instrutor de educação física e de tiro ao alvo.
Nos anos 30 começou a ter contato com o Partido Comunista (PCB) através de trabalhadores que viajavam com ele de trem, pela literatura dos jornais e livros que destacavam a luta pelo socialismo no Brasil e no mundo.
Em 1935 participou do levante armado contra o fascismo que assolava o mundo e se espalhava pelo Brasil, participando da Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento liderado por Luiz Carlos Prestes, denominado de o Cavaleiro da Esperança. Ficou preso dez anos e só saiu com a Anistia em 1945. Foi eleito deputado federal constituinte, sendo o 2º mais votado de Pernambuco, se integrando a uma das mais expressivas e combativas bancadas da história do parlamento brasileiro, que foi a bancada comunista liderada pelo senador Luiz Carlos Prestes.
Teve cassado seu mandato com nova prisão em 1947. Foi solto, seguiu para a clandestinidade pelos diversos estados da federação, participando de lutas camponesas pela reforma agrária e nos comitês pela paz mundial.
Em 1957, nova prisão, solto, voltou para Pernambuco e participou das campanhas de Cid Sampaio para Governador, de Miguel Arraes para Prefeito e para Governador e de Pelópidas Silveira para Prefeito. Desenvolveu um grandioso trabalho de articulação e organização dos camponeses na fundação dos sindicatos de trabalhadores rurais da zona canavieira de Pernambuco e do Partido Comunista Brasileiro, o PCB.
Em 1964 Gregório foi arrastado com três cordas no pescoço, depois de ter sido submetido a todo tipo de violência e tortura, pelas ruas do Recife, numa das cenas mais hediondas do século XX. Mas não se deu por vencido e continuou lutando pelo soerguimento do PCB, mesmo dentro da prisão, novamente na Casa de Detenção do Recife, hoje transformada na Casa da Cultura. Foi um dos presos políticos trocados pelo embaixador americano em 1969. Seguiu para o exílio na União Soviética e voltou em 1979, através de nova anistia.
Voltou com 79 anos, mas continuou sua luta, já trazendo na bagagem seu livro de memórias, publicado, à época, em dois volumes, e seguindo sua vida política, agora como membro do Comitê Central do PCB.
Acompanhou Prestes em sua Carta aos Comunistas, participando ativamente da luta pela “Reconstrução Revolucionária do Partido”, apoiando a convocação para “Tomar o Partido em suas mãos”, através das bases, andando pelo País, e especialmente pelo Nordeste, na organização dos “Comitês de Defesa do Partido”.
Gregório Bezerra foi sintetizado pelo poeta Ferreira Gullar, como um homem “Feito de Ferro e de Flor”, porque mesmo diante de todos os problemas, da fome, do analfabetismo na juventude, das diversas prisões, da moradia nas ruas, da clandestinidade, em nenhum momento ele se lamentava, muito pelo contrário, estava sempre de bom humor, disposto a participar dos eventos, da reconstrução revolucionária do Partido, da conquista de novos quadros, corroborando com a força da luta por um ideal revolucionário e socialista, pelo fortalecimento das lutas do povo, pela defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes como prioridade absoluta, tendo a coragem de enfrentar sempre os desafios impostos pelo sistema capitalista, com ética, honestidade, firmeza, e, tudo isso, com muita ternura e carinho com todas as pessoas que estavam presentes em seus caminhos.
Por tudo isso, Gregório “não morreu, se encantou”, como dizia o poeta Guimarães Rosa, se encantou nas lutas dos trabalhadores rurais, dos movimentos sociais de luta pela terra, nas crianças abandonadas pelas ruas, nas pessoas que são exploradas e esmagadas em seus direitos. Como também, Gregório não morreu, como diziam os índios no Quarup de Antonio Callado, porque figuras da dimensão heroica dele, continuam povoando “as cabeças das pessoas com seus pensamentos” de esperança  e luta de construir um outro mundo, um outro modo de vida onde as riquezas, a ciência e tudo que se produza  possa ser compartilhado com todos.
Gregório Bezerra, Presente!

domingo, 10 de março de 2013

Declaração do Hezbollah, sobre Hugo Chávez


“O mundo livre, os oprimidos do mundo e nós, diretamente, perdemos amigo e apoiador leal e amado, que dedicou a vida à defesa dos povos oprimidos e perseguidos, firme defensor dos países do Terceiro Mundo e de nossos direitos a progredir e prosperar” – disse o Hezbollah em declaração oficial.

“O Hezbollah e todo o Líbano jamais esqueceremos o apoio que o falecido presidente Chávez ofereceu ao Líbano, quando enfrentamos o inimigo sionista na guerra de julho de 2006. Os povos árabes e islâmicos jamais esqueceremos a firme posição do falecido presidente Chávez na defesa dos direitos do povo palestino e dos direitos da República Islâmica do Irã ao uso pacífico de tecnologia nuclear”.

“O presidente Chávez foi uma fortaleza de defesa contra as políticas imperialistas, sem jamais ceder a sucessivos governos dos EUA ou se deixar submeter às suas pressões, provando que nossos países podem perseverar na trilha da independência e do progresso social, sem depender da custódia dos EUA” – diz a declaração do Hezbollah.

“O Partido da Resistência libanesa manifesta as mais sinceras condolências à família e aos camaradas do falecido grande comandante e a todo o valente povo venezuelano, e põe-se ao lado deles, nessa hora triste, de tão grande perda”.


“O Hezbollah espera que os camaradas e companheiros do presidente Chávez conseguirão completar o seu trabalho e o seu legado, na defesa da liberdade, da independência e do bem-estar do povo venezuelano. Que continuem a apoiar os povos oprimidos em todo o mundo. E que não desistam da luta à qual o presidente Chávez dedicou a vida, contra as conspirações dos sionistas e dos EUA” – conclui a declaração.

http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2013/03/hezbollah-sobre-chavez-perdemos-um.html

terça-feira, 5 de março de 2013

Dia da Dignidade


04.03.13 - Colômbia
Movimento realiza atos em memória às vítimas de crimes de Estado

Tatiana Félix
Jornalista da Adital

Aproveitando a celebração do Dia da Dignidade das vítimas de crimes de Estado, o Movimento Nacional de Vítimas de Crimes de Estado (Movice) realiza na próxima quarta-feira (6) o VI Encontro Nacional de Vítimas de crimes de Estado no Teatro Jorge Eliécer Gaitán de Bogotá, o qual contará com atos simbólicos e um itinerário de galerias da memória às vítimas, além da campanha "Move-te: a memória está gravada em tua pele”.
População colombiana, comunidade internacional, meios de comunicação, organizações de direitos humanos, vítimas de crimes estatais e comunidade em geral são chamadas à participarem das atividades que se realizarão ainda em diversos pontos do país.
Além do encontro em Bogotá, o movimento realizará um ato público pela manhã na Plazoleta da Dignidade, La Alpujarra, em Medellín (Antioquia), sob o lema "A voz das vítimas contra a criminalidade estatal”. Já em Barranquilla, no departamento de Atlántico, será realizado um plantão na Praça da Paz; em Barrancabermeja (Santander) haverá um acampamento humanitário a partir de hoje (4) até a próxima sexta-feira (8).
Em diversos pontos de Sucre haverá marcha e ato público em apoio aos campesinos do assentamento La Europa e para denunciar a ação das agropecuárias reflorestadoras que participaram no despejo dos Montes de Maria. Uma mobilização também acontecerá em San Juan de Pasto, em Nariño, assim como em Pitalito, no departamento de Huila, onde será realizada ainda uma coletiva de imprensa na cidade de Neiva para falar sobre as vítimas de crimes de Estado da região.
Os atos em solidariedade às vítimas vão além do território colombiano, acontecendo também em outros países. Em Chacabuco, na Argentina, por exemplo, será executada a campanha "A memória está gravada em tua pele”, a Jornada de comemoração; Dia das Vítimas de Crimes de Estado na Colômbia e outras atividades culturais. No México, o Coletivo Dexpierte fará um mural em homenagem às vítimas colombianas e em Londres, na Inglaterra, o movimento Justice for Colombia (Justiça para Colômbia) entregará amanhã (5) uma petição para o embaixador colombiano, sobre o caso de desaparição forçada do dirigente Henry Díaz, prestes à completar um ano. Na Espanha, haverá mobilizações em Madrid e em Alicante.
O Movice também apresentará na Colômbia, no dia 6, um documento sobre criminalidade estatal dos últimos 60 anos, que relatará como o Estado colombiano violou direitos humanos neste período, e em contrapartida apresenta propostas para ajudar no processo dos diálogos de paz entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo, enfatizando a ‘verdade e a justiça’, a reparação integral e os direitos das vítimas para realmente se alcançar a paz no país. "A paz se constrói sem crimes de Estado!”, reforçam.
O Dia da Dignidade das vítimas de crimes de Estado foi proclamado em 2008 pelo Movice para promover atos de mobilização em rechaço aos crimes perpetrados pelo Estado, dar visibilidade à impunidade e continuidade do paramilitarismo, e à persistente "estigmatização, perseguição, desaparição e assassinatos contra as vítimas e outros líderes sociais”.
Para mais informações, acesse: http://www.movimientodevictimas.org/
Fonte: Adital

Pequenos colombianos, vitimas

Pequenos colombianos, vitimas
O Mercado, não vê indigência

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