quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

115° Aniversário do Cavaleiro da Esperança

115o ANIVERSÁRIO NATALÍCIO DE LUIZ CARLOS PRESTES
(3/1/1898-7/3/1990)
LUIZ CARLOS PRESTES: SUA ATIVIDADE COMO ENGENHEIRO
Anita Leocadia Prestes

A vida de Luiz Carlos Prestes ainda é pouco conhecida do grande público; ao
mesmo tempo, são constantemente distorcidas suas idéias e caluniados muitos dos
seus gestos políticos. No texto abaixo, procura-se divulgar um aspecto pouco
conhecido da trajetória do Cavaleiro da Esperança – sua atividade como engenheiro
não só no Brasil, mas também em vários outros países em que sua vida de
revolucionário o levou a exilar-se.
Rio de Janeiro
Luiz Carlos Prestes colou grau como engenheiro militar em janeiro de 1920, ao
concluir o curso de Engenharia na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro. Nessa
ocasião, foi promovido a 2o tenente de Engenharia. Como fora o primeiro aluno da turma,
tinha o direito de escolher o lugar onde iria servir. Sua escolha recaiu sobre a Companhia
Ferroviária, aquartelada em Deodoro, subúrbio do Rio de Janeiro. Havia duzentos homens
nessa Companhia. Prestes recordaria que era uma ferrovia de campanha, para contornar a
frente e realizar o transporte na retaguarda. Mas havia grande falta de material necessário
para realizar o trabalho previsto e o único ano em que se realizaram manobras foi aquele
em que Prestes, substituindo o comandante, que estudava medicina e só comparecia para
assinar o expediente, passou, na prática a comandar a Companhia. O jovem tenente
contava que o comandante confiava inteiramente nele:
Eu fazia tudo, dominava completamente a obra, comandava realmente a
Companhia. Dirigia, fazia tudo, tinha inclusive instituído escolas. Eu chegava
no quartel de manhã cedo, às seis horas, e, às vezes, só saía às oito da noite.
Porque fiz escola para cabos, escola para sargentos e escola para alfabetização.
Foi a primeira imagem que tive do povo brasileiro. Eu recebi uma turma de cem
recrutas, todos eles originários aqui dessa Baixada fluminense, aí de
Mangaratiba, etc. Analfabetos, dezoito anos. (...) Com dezoito anos se alistavam
e tinham que fazer o serviço militar. (...) Na sua maioria, 90% analfabetos.
Todos eles com vermes intestinais (...) Os médicos tratavam com uma
brutalidade tremenda – era erva de Santa Maria e purgante de óleo de rícino. De
maneira que o indivíduo levava um choque violento. (...) E um deles morreu.
(...) E esses homens todos, eu consegui que aprendessem a ler, em pouco tempo,
e depois tinha a Escola de cabos, Escola de sargentos. Fiquei ali na Companhia
Ferroviária um ano. (...) Mas, em fins de 1920, como eu tinha sido o primeiro
aluno da turma, fui convidado para ser instrutor na Escola Militar. 1
1
LCP (Entrevistas concedidas por Luiz Carlos Prestes a Anita Leocadia Prestes e Marly de Almeida Gomes
Vianna, gravadas em fita magnética e transcritas para o papel; RJ, 1981-83). LCP, fita no 1.
Veja artigo completo no sítio/ LCP

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