O presidente Rafael Correa reiterou nesta terça-feira (10) que a decisão de seu país sobre a solicitação de asilo político de Julian Assange será soberana e não se terá que pedir permissão a ninguém para isso.
Em uma entrevista ao canal de televisão RTS e à Rádio Forever, o mandatário se recusou a aprofundar o caso e explicou que se continua analisando o pedido do jornalista australiano, que permanece na Embaixada equatoriana em Londres desde o dia 21 de junho.
Correa enfatizou que não se pronunciará sobre o tema até acabar toda a análise das causas do pedido, mas insistiu em que, com muito respeito à Inglaterra, Suécia e Estados Unidos, o país tomará uma decisão soberana.
Em uma carta a Correa o fundador da Wikileaks expressou seus temores de ser extraditado à Suécia por supostos delitos sexuais e em seguida para os Estados Unidos, onde poderia ser condenado à morte.
A respeito, o mandatário manifestou que no caso de Assange ter cometido algum delito, a pena deveria ser proporcional à infração e se deve seguir o devido processo.
Correa afirmou não temer possíveis repercussões no caso de se aprovar o asilo para Assange e acrescentou que "isso equivaleria aos Estados Unidos temer repercussões porque tem aos Isaías (banqueiros processados pela justiça equatoriana), que são fugitivos da justiça”.
Nesta terça-feira (10), Xavier Lasso, jornalista da televisão equatoriana e colunista no diário Telégrafo, publicou um artigo em que assinala que "Assange deve ser protegido não porque é santo, mas por suas convicções políticas”.
O comunicador expressa que inclusive no Fórum de São Paulo se pronunciaram a favor de que o Equador conceda o pedido do australiano, cuja contribuição, disse, é ter revelado os procedimentos do Ocidente nos mais de 250 mil e-mails da Wikileaks.
Lasso considera correto que o país se ocupe em responder o requerimento de asilo político, mas assinala que "é possível responder, sustentados em nossas mais profundas crenças, para impedir uma atroz injustiça”.
Fonte: Prensa Latina
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