Eike Batista despenca no ranking das maiores fortunas após perdas relevantes
28/6/2012 10:29, Por Redação - do Rio de Janeiro e São Paulo
O patrimônio do homem mais rico do Brasil despencou nas últimas 24 horas e, em nível mundial, o empresário Eike Batista caiu da 14ª para a 21ª posição no ranking das grandes fortunas, de acordo com a agência de notícias norte-americana Bloomberg News. A lista, atualizada com base nos preços das ações de empresas de capital aberto, mostra uma perda de US$ 2,4 bilhões (R$ 4,8 bilhões) nos mercados em apenas um dia.
No pregão da última quarta-feira, as empresas do conglomerado EBX, controlado pelo empresário, perderam, juntas, R$ 8,37 bilhões de valor de mercado. Os agentes financeiros demonstraram desconfiança em relação à capacidade de geração de receita do grupo, principalmente após a OGX, principal empresa da holding e ligada ao ramo de petróleo e gás, ter revisado para baixo seus dados de produção e as ações da OGX fecharam o pregão da última quarta-feira com queda superior a 20%.
Em nota, a EBX informou que as empresas do grupo estão “capitalizadas” e possuem “recursos suficientes para garantir a execução dos projetos”. Segundo a nota,
“o Grupo EBX segue firme no seu plano de investimentos da ordem de US$ 15,7 bilhões em dois anos. As companhias do Grupo estão capitalizadas, com recursos suficientes para garantir a execução dos projetos estruturantes desenvolvidos no País. Todas as empresas do Grupo EBX vêm cumprindo seus planos de negócios e geram 20 mil postos de trabalho nos empreendimentos em operação e construção”.
“o Grupo EBX segue firme no seu plano de investimentos da ordem de US$ 15,7 bilhões em dois anos. As companhias do Grupo estão capitalizadas, com recursos suficientes para garantir a execução dos projetos estruturantes desenvolvidos no País. Todas as empresas do Grupo EBX vêm cumprindo seus planos de negócios e geram 20 mil postos de trabalho nos empreendimentos em operação e construção”.
A queda teve origem no anúncio feito por meio de fato relevante ao mercado, na terça-feira. A empresa definiu a vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia para cada um dos dois poços do Campo de Tubarão Azul (antigo Waimea). Além disso, a companhia de petróleo e gás reafirmou sua confiança na recuperação dos 110 milhões de barris de óleo equivalente na região. Por conta da notícia pública, as ações da OGX caem quase 30% no pregão desta quarta-feira.
Em maio, o presidente da OGX, Paulo Mendonça, previra que a produção de petróleo da empresa deveria atingir entre 40 mil e 50 mil barris diários no segundo trimestre de 2013. A definição desta terça-feira acontece cerca de cinco meses após o início do teste de longa duração (TDL) no campo, no qual os poços OGX-26HP e OGX-68HP foram testados com vazões de 4 a 18 mil barris de óleo equivalente por dia.
Segundo a OGX, nos próximos 12 meses mais dois poços produtores e dois poços de injeção de água serão ligados à plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) OSX-1, com o objetivo de elevar a produção do campo de Tubarão Azul.
As ações da OGX Petróleo (OGXP3) despencam mais de 25% no pregão da véspera, arrastando o desempenho das outras empresas do grupo também para uma forte queda. Às 12h50, caíam exatamente 27,72%, ao valor de R$ 6,05. A reação dos mercados foi imediata. O Bank of America Merrill Lynch, o JP Morgan, o UBS e o Deutsche Bank traçam um cenário negativo para a empresa. A meta anterior era três vezes maior, de 15 mil barris, relembra a equipe de análise da JP Morgan. “O nível é inferior até que o último anúncio de volume reportado da empresa, de 8,5 mil”, acrescenta.
Segundo os analistas Marcus Sequeira e Luiz Fonseca, do Deutsche, em setembro a OGX chegou a indicar um nível de 20 mil barris por dia, com um potencial de melhora durante a fase de desenvolvimento. “Desde então, os fluxos de produção foram sendo revelados – a taxas inferiores – e o mercado foi ajustando as expectativas, mas ainda assim o comunicado é decepcionante”, disseram em relatório. A equipe do banco alemão afirma ainda que há risco sério sobre suas estimativas de volume recuperável, além de que tal anúncio torna a meta de produção da petrolífera como algo ainda mais difícil de ser alcançada.
“Tais volumes criam alta incerteza sobre o potencial de recuperação de petróleo da companhia, assim como o potencial máximo de volume em seus sistemas de produção. Adicionalmente, tal anúncio provavelmente prejudicará a confiança do investidor, já afetada pela recente sequência de perdas de guidance”, afirma a equipe do JP.
Números definitivos
Os analistas do JP Morgan, porém, alertam que ainda é preciso aguardar pelo processo de injeção de água nos poços, quando serão conhecidos os números definitivos de produção. Dependendo da resposta, o impacto sobre o valor líquido dos ativos pode ser de até 70%, sendo no mínimo 10%.
O UBS diz que isso é mais um fato negativo, em um momento no qual os ativos menos arriscados mostraram valer a metade do que era previsto nos modelos do banco suíço. Portanto, a equipe do banco diz se sentir ainda menos confortável com o valor dos ativos mais arriscados e anunciou que irá revisar sua metodologia.
A decepção foi tanta que a equipe do UBS mostra preferência pelo investimento na Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3), cujas ações despencam 58% no ano, por ter um perfil de prêmio de risco melhor, após o anúncio colocar mais risco sobre o valuation da OGX.
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Fonte: Correio do Brasil-online
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