A estrada Panamericana do Panamá permanece fechada em suas quatro vias por parte da etnia indígena Ngäbe Buglé, logo que, na tarde desta quinta-feira, quatro jovens indígenas ficaram feridos enquanto acontecia um diálogo com o Governo na sede da Assembleia Nacional, que ficou suspenso indefinidamente.
A colaboradora da teleSUL no Panamá, Claudia Figueroa, explicou que representantes da etnia iniciaram o diálogo com o Governo durante a tarde desta quinta-feira, enquanto que uma centena de indígenas permaneciam apostos em uma praça adjunta ao edifício da Assembleia Nacional (Parlamento) à espera de resultados.
Durante a reunião se escutaram disparos, situação que causou alarme entre as pessoas concentradas na zona. Quatro jovens ficaram feridos por munições e balas de borracha.
A cacica Silvia Guerra e Alberto Montezuma, dirigente da Coordenadora pela Defesa dos Recursos Minerais e Direitos do Povo Ngäbe Buglé, abandonaram o Legislativo para avaliar a situação.
Horas mais tarde após registrar-se o sucedido, a segurança da Assembleia Nacional reconheceu haver disparado contra os manifestantes, apesar de que haviam negado sua participação reiteradamente, comentou a repórter. Figueroa detalhou que o diálogo permanece suspenso e não se fixou uma possível data para retornar à mesa.
No entanto, o ministro do Interior, Jorge Fábregas, convocou a retomar o diálogo e assegurou que o presidente Ricardo Martinelly solicitou que se retome a conversa. Contudo, o protesto na principal via de comunicação do país permanece e a estrada está fechada.
Na mesa de diálogo tanto o Governo como os indígenas já haviam reiterado suas respectivas propostas.
A parte oficial insistia na necessidade de desenvolvimento integral da comarca e os indígenas em que se cancelem três projetos hidrelétricos em desenvolvimento que afetam a parte de seus territórios adjacentes.
O Governo já havia se comprometido com os indígenas a proibir toda exploração mineira em territórios de comarcas e áreas adjacentes e propõe que qualquer projeto hidrelétrico que lhes possa afetar conte previamente com a aprovação das autoridades tradicionais.
Os Ngäbe Buglé são o grupo de maior população – mais de 165 mil pessoas – entre as três etnias predominantes no país.
A notícia é da TeleSur
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