sábado, 18 de fevereiro de 2012

Tragédia em Honduras

Carta de Repúdio à tragédia na penitenciária de Comayagua e a violação sistemática de direitos humanos em Honduras Fazemos pública esta carta, com profundo pesar, para manifestar nossa solidariedade ao povo hondurenho, em especial aos familiares e amigos dos mais de 400 mortos no trágico incêndio que destruiu a Colônia Penal de Comayagua na manhã desta quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2012. Nosso luto se soma ao de vocês! Esta nova tragédia chega para somar-se a outras que insistem em assolar os segmentos mais vulneráveis do povo hondurenho. Não é a primeira vez que a população carcerária do país – em sua maioria pobres, indígenas, negros ou imigrantes - torna-se vítima de brutalidades como as de hoje: mais de 400 mortos, coletivamente queimados, por incapacidade, ineficiência e omissão de um Estado que não é capaz de garantir a segurança daqueles que coloca sob custódia. É preciso responsabilizar o governo ilegítimo de Honduras - fruto de um golpe econômico-militar - pelos lamentáveis incidentes ocorridos em Comayagua hoje. A escalada da militarização experimentada pelo povo hondurenho desde o golpe de estado de junho de 2009, acompanhada de uma criminalização e repressão aos movimentos sociais, já apontava para esta política belicista e violadora dos Direitos Humanos. As perseguições, assassinatos e brutais violações que se sucedem em locais como Bajo Aguan, onde camponeses, mulheres e membros de movimentos sociais sofrem uma repressão sem limites, são exemplos da política cruel imposta desde o golpe econômico-militar que segue castigando os defensores de uma Honduras verdadeiramente livre e promotora dos direitos dos povos e da natureza.Exigimos do governo de Honduras que ponha fim imediatamente a suas políticas repressivas e violadoras dos direitos humanos, incluindo a prática de conluio entre os agentes do Estado e os interesses corporativos privados. Exigimos assim mesmo, que se ponha fim à impunidade: que se processe os responsáveis pelos crimes contra o povo empobrecido de Honduras, independentemente das posições que ocupam no Estado ou na sociedade. No dia de amanhã, 17 de Fevereiro de 2012, inicia-se o Encontro Internacional de Direitos Humanos e de Solidariedade à Honduras, com a participação de centenas de representantes de redes e movimentos sociais dos mais diversos países da América Latina e do Caribe e do mundo inteiro. O encontro estava previsto desde meses atrás e agora, lamentavelmente, será marcado pela tristeza e perplexidade diante de mais este brutal e covarde ataque aos segmentos mais sofridos da sociedade hondurenha. Desde já, chamamos a atenção do governo de Honduras sobre sua responsabilidade caso qualquer violência, dano ou intimidação aconteça com os participantes de nosso encontro. Finalmente declaramos à comunidade internacional e em especial aos governos dos países de nossa América, que a sociedade civil e os defensores de Direitos Humanos em todas as partes do mundo não podem se calar diante do que está acontecendo em Honduras. É preciso por fim imediato às políticas repressivas e violadoras dos direitos humanos, incluindo a prática de colaboração entre os agentes do Estado e os interesses corporativos privados. É preciso responsabilizar os culpados pelos massacres, levá-los a justiça e permitir que o povo hondurenho exerça seu direito a uma sociedade livre e democrática, sem golpes militares nem imposições de modelos econômicos que mantêm a maioria de sua população na pobreza extrema e exclusão política.

Fonte: PCB (Partido Comunista Brasileiro)

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