terça-feira, 3 de março de 2009

Reflexos de Fidel

REFLEXÕES DE FIDEL
O canto do cisne dos ricos

OS oligarcas chilenos se rasgaram as vestes com a visita da presidenta Michelle Bachelet a Cuba.

O subsecretário das Relações Exteriores do Chile, Alberto van Klaveren declarou que na Reflexão do dia 12 de fevereiro, foram emitidas ideias estritamente particulares. É verdade, visto que não têm outro caráter.

Recebi com todo o respeito a chefa de Estado chilena. Não empreguei uma só palavra que ofendesse a ilustre visitante. Careceria de senso comum. Considerava que era um dever elementar, embora para mim fosse um esforço adicional, pois tive que dedicar horas a conversar e a escrever depois sobre o encontro.

Escolhi várias fotos tiradas por um colaborador de quando fui chefe do Estado e coloquei-as nas mãos dela para que decidisse o quê fazer com elas. Eu não fiz uso algum delas.

Por que tanto alvoroço oligárquico em relação ao encontro?

Por que se afirma que minhas palavras constituem "uma interpretação histórica sobre temas que estão bem atrás na história" como informa a agência ANSA?

Não tenho outro compromisso a não ser com a verdade histórica, e a história confirma que o Libertador da América, Simón Bolívar, ao proclamar a independência da Bolívia, destinou uma ampla faixa da costa pacífica da América do Sul entre os paralelos 22 e 23. Também corrobora que o deserto de Atacama foi incluído no território da nascente Bolívia, quando da vitória sobre o império espanhol.

O guano, o nitrato, o cobre e outros valiosos minerais descobertos depois estavam incluídos nesse território. Fui bastante moderado ao afirmar que não se sabia se esses minerais eram chilenos ou bolivianos, foi uma forma diplomática de expressar as realidades, pensando que, afinal de contas, Bolívar concebia uma América Latina unida, maior por sua concepção do que por suas riquezas.

Contudo, nada pode restar brilho e transcendência ao momento histórico que significará depois de amanhã a aprovação ou a rejeição da Emenda Constitucional na Venezuela.

Por meu lado, sempre serei fiel ao histórico povo que sacrificou tantas vidas a partir de 11 de setembro de 1973, defendendo as ideias imortais do presidente Salvador Allende e repudiarei até o último alento de minha vida a política arteira de Augusto Pinochet. Poderão dizer o mesmo a oligarquia chilena e os burocratas que desejam limpá-la de toda responsabilidade?

Fidel Castro Ruz

13 de fevereiro de 2009

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