segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Morre a guerreira Danielle Mitterand

Morre a ex-primeira-dama e militante Danielle Mitterrand



Morreu hoje, aos 87 anos, um dos ícones da luta pelos direitos humanos na França, Danielle Mitterrand. A viúva do ex-presidente socialista François Mitterrand, Danielle estava internada desde sexta-feira passada por problemas respiratórios e anemia, no hospital Georges Pompidou, em Paris, e encontrava-se em coma artificial desde domingo. Ela faleceu nesta manhã, 22 de novembro.

Os últimos anos da vida de Danielle Mitterrand foram dedicados à organização France Libertés, uma fundação que ela havia criado há exatos 25 anos consagrada aos direitos humanos e à cidadania. Apesar da baixa estatura e da aparência frágil, era uma batalhadora que não se intimidava diante de quase nada - até mesmo quando ela foi com o marido para o Palácio do Eliseu, em 21 de maio de 1981, ela não se calou sobre as injustiças. O posto de primeira-dama da França, aliás, não lhe agradava.

Danielle fez questão de manter distância do papel de “mulher de”. Desde 1944 ao lado do célebre socialista, ela sempre deixou claro que “ele é ele, eu sou eu”, uma independência de espírito cuja aprovação não era consenso no entourage do presidente. Àqueles que tentavam fazê-la se comportar de outra forma, ela respondia: “eu não sou uma perua”.

Nascida em 1924, a jovem Danielle Gouze se engaja aos 17 anos junto à Resistência francesa, os militantes que lutaram contra a ocupação nazista, durante a Segunda Guerra Mundial. Ela atuava como agente de logística, ao mesmo tempo em que seus pais abrigavam, em casa e em segredo, alvos da caçada nazista.

Em meio a este turbulento momento da história francesa, sua irmã mais nova, Christine, apresenta-lhe a François Morland, o pseudônimo de François Mitterrand durante os anos de ocupação. Não mais do que alguns meses mais tarde, os dois se casam e terão três filhos: Pascal – que nasceu e morreu em 1945 -, Jean-Christophe, em 1946, e Gilbert, em 1949.

Os anos em busca da conquista do poder na França serão longos e recheados de inconvenientes – como a existência de uma amante que se tornou pública e com quem ele Mitterrand teve uma filha mas Danielle permanecerá ao lado do marido até os seus últimos suspiros.



Viúva desde 1996, Danielle também era conhecida por sua amizade assumida com o líder cubano Fidel Castro. Em 1986, ela criou a fundação France Libertés, que lhe serviu como plataforma para sua ação pró-direitos humanos e como tribuna pública. A entidade tem como objetivo "estabelecer uma rede mundial que busque organizar uma alternativa à globalização do comércio e das finanças por uma sociedade que dê todas suas oportunidades à vida".

Ela esteve muitas vezes no Brasil, onde procurava se engajar nas questões ambientais e de justiça social. Apenas no ano passado, ela veio duas vezes ao país. Na última, criou uma parceria entre sua fundação e a Hidrelétrica Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Na ocasião, no Bosque dos Visitantes, ela plantou uma árvore jabuticabeira.

domingo, 20 de novembro de 2011

Juramos Vencer e Venceremos

Alfonso Cano caiu em combate!

O camarada Timoleón Jiménez é o novo Comandante das FARC-EP

Aos guerrilheiros das FARC-EP

Às milícias bolivarianas

Camaradas:

Em 4 de novembro caiu em combate o comandante das FARC Alfonso Cano, nas montanhas do Cauca, município de Suárez. Há dois anos ele era perseguido por uma turba de mais de 70.000 homens guiados por tecnologia militar de ponta e uma esquadrilha de aviões e helicópteros, sob as ordens de assessores militares estadounidenses, mercenários israelenses e um alto comando militar.

Nós, guerrilheiros das FARC, nos sentimos muito orgulhosos de que o comandante tenha caído lutando no campo de combate e morto como morrem os verdadeiros chefes militares, os heróis do povo, os valentes. Mostrando com seu grito de guerra e com o fuzil, com seu exemplo, que assim morrem os homens e as mulheres honestos, consequentes com o que pensam e que juraram, por justiça e dignidade ao povo, lutar até as últimas consequências. Este é o exemplo que os guerrilheiros das FARC, aqueles que juraram vencer e vencerão, levarão galvanizado sempre na consciência.

Não existe morte mais bonita do que a ocorrida no combate pela liberdade, por sua causa altruísta, coletiva, vislumbrando um sonho, como a de Alfonso. A morte pelo sonho da Nova Colômbia, da dignidade humana, do emprego, da educação e da saúde gratuitas, da soberania do povo, da terra para os camponeses, da habitação para os que carecem dela, de uma pátria nova, socialista, justiceira, bolivariana, propulsora da concretização no continente de uma Grande Nação de Repúblicas irmãs.

Esses pobres analistas e políticos medíocres, aduladores do poder, que hoje falam da derrubada das FARC ante a morte do comandante, são tão ignorantes que nem sequer merecem o gesto de nosso desprezo. O mito de Alfonso Cano não foi quebrado, como afirmam perdidos na embriaguez de seu triunfalismo. Não conseguem impedir que a imagem de Alfonso Cano caído em combate na vereda Chirriaderos, cresça como arquétipo e se torne motivo do mais alto orgulho fariano e de um povo, que vem sendo capaz de produzir comandantes maravilhosos. Estão tão perdidos que, todavia, celebram a morte do mais fervoroso partidário da solução política e da paz.

A moral do guerrilheiro fariano sempre se agiganta na adversidade porque é da estirpe bolivariana e marulandina. Aqui há consciência, ânsia incandescente de combate e de vitória. Tudo pela dignidade de um povo, por sua liberdade. Perdem seu tempo, alucinam-se os que sonham com a claudicação e desmobilização da guerrilha.

Crescerá em abundância a sonoridade dos protestos e a mobilização popular que hoje assusta a oligarquia neoliberal. A mesma oligarquia que viola a soberania com sua política de “segurança” e que, contra a Colômbia e sua gente, favorece o investimento e os interesses das transnacionais. Que comecem a tremer os usurpadores do poder que, até hoje, se negam a pagar a imensa dívida social contraída com o povo. A indignação está correndo o mundo por conta da crise sistemática do capital. Podem estar certos de que não poderão deter o fogo insurgente contra a tirania e pela paz. Além disso, saibam que a guerrilha intensificará sua caminhada rumo à vitória, com as bandeiras do Movimento Bolivariano desfraldadas ao vento, com o povo.

Queremos informar-lhes que o camarada Timoleón Jiménez, com o voto unânime de seus companheiros do Secretariado, foi designado, em 5 de novembro, o novo comandante das FARC-EP. Assim, se garantirá a continuidade do Plano Estratégico para tomada do poder para o povo. A coesão de seus comandos e combatentes, como dizia Manuel Marulanda Vélez, segue sendo uma das mais importantes conquistas das FARC.

Comandante Alfonso Cano: suas diretrizes no campo militar e político serão cumpridas à risca.

VIVA A MEMÓRIA DO COMANDANTE ALFONSO CANO!

JURAMOS VENCER E VENCEREMOS.

Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP

Montanhas da Colômbia, novembro de 2011

Tradução: Partido Comunista Brasileiro – PCB
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Veja a Página do PCB – www.pcb.org.br

Partido Comunista Brasileiro – Fundado em 25 de Março de 1922

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Hasta Siempre Comandante Alfonso Cano

Obrigado pela tua vida camarada Alfonso Cano

por Pável Blanco Cabrera [*]
Cte. Alfonso Cano. O comunicado do Estado-maior Central confirma:   o nosso querido camarada Alfonso Cano, Comandante Supremo das FARC-EP, morreu em combate.

Há meses que os operacionais militares no Cañón de las Hermosas e na região do Cauca, perseguiam esse objectivo, com bombardeamentos constantes de grande escala e mobilização de milhares de efectivos da oligarquia. Várias vezes foi anunciada a sua morte.

Todas as vozes do poder exigiam a sua rendição; os trânsfugas da esquerda juntaram-se grotescos, bailando ao ritmo marcado por Santos. O papel do renegado aponta sempre para a imobilização, para quebrar a insubmissão, para abandonar a rebeldia. Uns quantos segundos de glória mediática nas páginas de El Tiempo bastaram-lhes para atirar borda fora as ideias anteriores que os enalteciam, não do culto da violência, mas da defesa do direito do povo de lutar pela liberdade e pela emancipação. A esses respondeu o Comandante Alfonso Cano, na entrevista concedida ao diário espanhol Publico: "Desmobilizar-se é sinónimo de inércia, é uma entrega cobarde, é uma rendição e uma traição à causa popular e ao ideário revolucionário que cultivamos e segundo o qual lutamos pelas transformações sociais, é uma indignidade que tem implícita uma mensagem de desesperança para o povo que confia no nosso compromisso e na proposta bolivariana". [1]

Contrariamente a esses, o camarada Alfonso Cano escolheu o caminho da consequência, o difícil e agreste solo por onde se deve caminhar com bastante alegria, com a mochila de necessidade, com a confiança infinita no povo trabalhador – o sujeito da História – e a convicção objectiva e inabalável na Revolução. Caminho tão alumiado pelos pirilampos de esperança e no qual cada passo é um alívio, pois é "a satisfação do dever cumprido", onde as bandeiras hasteadas ondeiam de dia e de noite.

Alfonso Cano, militante comunista, íntegro, sólido intelectual marxista-leninista, conhecedor profundo da história da América e de Bolívar, estratega político e militar, organizador, despedimo-nos sem dúvida, com dor, de um dos quadros comunistas de maior valia do Continente, como Mella, Mariátegui, o Che, Arismendi.

Com a melhor escola em qualquer parte do mundo, que é a Juventude Comunista, chegou a completar a sua formação ao lado de Manuel Marulanda e de Jacobo Arenas. E como comunista, dos verdadeiros, foi um homem de ideias e de acção.

O camarada Alfonso Cano é indissociável das FARC-EP; todo o revolucionário, se o é, dissolve-se na obra colectiva, na organização, no Partido, e por isso o seu nome brilha mais alto. Quando, há 20 anos, meio mundo abjurou, renegou, se quebrou, em consonância com o movimento contra-revolucionário que se seguiu à derrocada da construção socialista, as luzes da resistência intensificaram o seu resplendor, no nosso continente, na maior das Antilhas e nas montanhas da Colômbia. Não vamos julgar os processos de negociação de El Salvador e da Guatemala, mas temos o dever de reconhecer que as FARC-EP fizeram o que era correcto: manter desembainhada a espada do Libertador, levantar a espingarda e a bandeira vermelha e o lema vigente, duma Colômbia nova e socialista. Consequente com a história da sua organização, o Comandante Alfonso Cano, não se rendeu, não se vendeu, não se entregou e morreu em combate.

O Comandante Alfonso Cano, cumprindo as tarefas da sua organização, impulsionou a Coordenadora Guerrilheira Simon Bolívar, e os diálogos para a paz. A experiência da UP mostrou aos camaradas das FARC-EP que a luta não pode parar até que o povo conquiste o poder, e viria a ser esse o marco para as maiores contribuições estratégicas do Comandante Alfonso Cano: a organização do Partido Comunista Colombiano (clandestino) e o Movimento Bolivariano por uma Nova Colômbia. Sementes em que germinará a Revolução Colombiana. Consciente de que a libertação de toda a nossa América é uma necessidade, o camarada Alfonso Cano fazia parte da presidência do Movimento Continental Bolivariano.

Numa organização revolucionária, perder a vida na luta é uma possibilidade. As que são baseadas em métodos caudilhistas não resistirão à prova. Mas a que nasceu em Marquetalia é uma genuína obra colectiva. O mito dizia que as FARC-EP não resistiriam à morte do Comandante Manuel Marulanda, nem aos golpes que foram iniciados a 1 de Março de 2008, contra os Comandantes Raul Reyes e Ivan Rios. Mas Alfonso Cano, no seu papel de Comandante em Chefe, superou o escolho e com criatividade estratégica reposicionou-a no combate desigual com a oligarquia e a intervenção militar norte-americana. A sua morte dói-nos, mas sabemos que a organização nossa irmã, com o seu exemplo, continuará até à vitória.

O melhor balanço da sua vida e da sua obra será feito pelos próprios camaradas das FARC-EP, com quem estamos irmanados nos ideais, nós só podemos reconhecer a grandeza de todos os combatentes e a consequência exemplar do Comandante Alfonso Cano, marxista-leninista, bolivariano, guerrilheiro, comando, estadista, libertador, homem de confiança infinita na luta de massas.

Na hora da sua morte, acorrem as cenas anteriores da história dos nossos povos. Há meses que era claro que o imperialismo e a oligarquia concentravam o seu objectivo militar na sua morte. Recordamos a perseguição a Francisco Villa, e o vergonhoso cartaz em que se oferecia uma recompensa pela sua captura, vivo ou morto. O Comandante Alfonso Cano manteve-se na linha. Dizer que foi assassinado, é retirar-lhe o mérito da sua disposição combativa, dizia-me com toda a razão Marco Riquelme, coordenador do Movimento Patriótico Manuel Rodriguez, do Chile, e tem razão. Caiu combatendo. Do despacho de várias agências citado pelo diário mexicano La Jornada, de 5 de Novembro, extraímos o seguinte: Segundo um soldado entrevistado pela rádio, "o homem (Alfonso Claro) não se entregou e praticamente enfrentou a tropa até à morte". Assim são os combatentes de Manuel Marulanda, dessa têmpera, assim são os homens do Partido, assim vivem e morrem os comunistas.

Ao morrer combatendo, o Comandante Alfonso Cano defendeu, até ao último suspiro, o direito dos povos à rebelião, deixando-o intacto, salvaguardando-o. Fica o exemplo. A sua organização, no breve comunicado, rende de imediato a melhor homenagem: a luta continua, não abandonaram as armas, juram cumprir.

Também cumpriremos os nossos deveres internacionalistas de solidariedade, para com tão digna organização.

Adeus, querido camarada Alfonso Cano. Até breve Comandante Alfonso Cano.
[1] Alfonso Cano, o Comandante das FARC responde ao diário espanhol Público: Marquetalia Editores; Montañas de Colombia, 2011

[*] Primeiro Secretário do Partido Comunista do México

O original encontra-se em www.comunistas-mexicanos.org/... . Tradução de Margarida Ferreira.


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Irã, segue firme contra a sanha imperialista e sionista

Irã ameaça retaliação

Mesmo antes da divulgação do relatório da AIEA, surgiram indicações de que Israel poderia estar planejando atacar as instalações atômicas do país. Em meio a essas especulações, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quinta-feira durante cerimônia de graduação dos cadetes do Exército que as Forças Armadas da República Islâmica responderão "com punho de ferro" a qualquer agressão.

Todos os corpos militares iranianos, incluindo os Guardiães da Revolução Islâmica e os Voluntários Islâmicos (Basij), "responderão com fortes golpes e punho de ferro, de modo arrasador, a qualquer agressão", disse Khamenei, que também é o comandante-em-chefe das Forças Armadas.

"Nossos inimigos, os EUA e seus aliados, em particular o regime sionista (Israel), devem entender que o Irã não pretende atacar qualquer país, mas reagir com força diante de qualquer agressão ou ameaça para que os agressores se derrubem internamente", disse o líder em declarações divulgadas pela agência oficial Irna.

"A nação iraniana não será um mero espectador das ameaças das absurdas potências materialistas", disse Khamenei, afirmando que "só uma nação com uma força estável de defesa pode sobreviver em um mundo no qual infelizmente as relações entre os países se baseiam na força das armas". Por essa razão, o aiatolá orientou as Forças Armadas do Irã a "reforçar seu poder".

Na quarta-feira, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, reagiu ao relatório da AIEA reiterando que seu país "não retrocederá nem um pingo" em seu programa nuclear.

Desde o surgimento das especulações sobre um plano de ataque israelense, as autoridades iranianas vêm ameaçando atacar os territórios de Israel, Europa e EUA, afirmando que o país tem capacidade para "aniquilar" Israel.

Leia também: Irã alerta EUA e Israel sobre consequências de um eventual ataque

Concretamente, um chefe militar apontou como alvo a usina nuclear israelense de Dimona, origem do programa atômico israelense, iniciado no final dos anos 1950 e que, segundo organismos internacionais de estudos militares, permitiu que o país dispusesse de cerca de 300 armas nucleares não declaradas.

Além disso, sugeriram que o Irã, caso se sinta em perigo, poderia cortar o tráfego pelo Estreito de Ormuz, local pelo qual é escoado um terço do petróleo consumido no mundo em direção aos mercados internacionais.

Caso seja fechada essa via marítima, os preços do petróleo poderiam ser multiplicados e poderia ocorrer uma crise econômica de consequências imprevisíveis.

Foto: AFP

Ahmadinejad cumprimenta partidários antes de pronunciamento em Sharhr-e-Kord, no Irã (9/11)

Sanções

Na quarta-feira, países ocidentais pediram novas sanções contra o Irã por causa do relatório da agência nuclear da ONU. A Rússia e a China, porém, indicaram que bloquearão medidas adicionais no Conselho de Segurança da ONU.

Leia também: Rússia se opõe à adoção de novas sanções contra o Irã

Por causa do relatório, a França anunciou que convocará o Conselho de Segurança, enquanto o Reino Unido disse que o impasse entra agora em uma fase mais perigosa e o risco de conflito aumentará se o Irã não negociar.

Nesta quinta, a China descartou que sanções possam resolver a crise provocada pelo programa nuclear iraniano. "As sanções não podem resolver fundamentalmente a questão iraniana", disse um porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

*Com Reuters, EFE e AFP

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Daniel Ortega, eleito pela 3ª vez. Vida longa aos Sandinistas

04.11.11
- Nicarágua
As eleições na Nicarágua em 6 de novembro: ‘O sandinismo apostou em uma melhor distribuição da riqueza’



Tradução: ADITAL

Com uma vitória quase assegurada –caso levemos em consideração as previsões das diferentes pesquisas de opinião- a Alianza Nicaragua Unida Triunfa, promovida pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que tem como candidato ao atual presidente Daniel Ortega, veria reforçado seu poder político na Nicarágua. As últimas pesquisas entre mediados de outubro indicam um leque de votos favoráveis que vai entre os 52 e 60%. A segunda força, que aglutina a um setor de direita liberal e aos renovadores sandinistas, não supera os 20% das intenções de voto. "É o resultado da política do sandinismo no governo dos últimos cinco anos”, sublinha, em entrevista exclusiva, Adrián Martínez, dirigente sindical da Central de Trabajadores por Cuenta Propia (CTCP).

Para Martínez, há duas causas principais que asseguram o perfil ganhador do sandinismo: "Por um lado, as realizações concretas nesses cinco anos de governo a favor dos setores mais desfavorecidos. A FSLN tem se preocupado em assegurar uma redistribuição mais equitativa da riqueza no país”.

Por outro lado, explica o experimentado dirigente dessa central autônoma, que faz parte da Frente Nacional de los Trabajadores, de identificação sandinista-, "a FSLN tem sabido integrar em seu programa político as reivindicações populares mais sentidas, tais como a distribuição da terra, a titulação das parcelas urbanas a seus residentes; a saúde e a educação gratuitas; a promoção social dos mais marginalizados; a dignificação dos excluídos nos 17 anos de neoliberalismo”.

A prática de sua organização sindical parece dar força aos seus argumentos. "Em apenas 10 anos de existência, hoje contamos com 50.000 afiliados. Números significativo para um setor –o dos trabalhadores informais ou por conta própria-, que reúne a mais de 1.150.000 pessoas do campo e da cidade. A Nicarágua, com cerca de 7 milhões de habitantes, assinala ao setor informal como o mais amplo economicamente falando.

"Somos um setor emergente. Há anos somos essenciais na produção da riqueza. Porém, até que a FSLN assumiu o governo, em 2007, éramos ignorados completamente. Não existíamos. A direita não queria nos aceitar enquanto sujeitos econômicos que competimos com suas empresas e com seu poder econômico”, sustenta Martínez.

Ele também explica que apesar de que a maioria dos dirigentes da CTCP "se identifica com o sandinismo”, a Central é independente, autônoma. "Somos conscientes de que devemos continuar mobilizando-nos para ser reconhecidos e conseguir avanços significativos, tais como a segurança social ou a formação técnico-profissional para nossos afiliados”.

Se nos últimos cinco anos passados o governo priorizou "aos setores rurais, nossa expectativa é que na próxima fase coloque ênfase no apoio ao setor que representamos”.

E a proposta eleitoral dos partidos opositores em relação aos trabalhadores informais?, perguntamos. "É de perseguição, como acontece em outros países da América Central, identificando nossas bases como produtores de instabilidade social”.

Martínez fala de uma recente propaganda eleitoral na TV, do partido de Fabio Gadea, candidato presidencial da segunda força política, onde ameaça aos trabalhadores informais com o desalojo de seus lugares públicos de trabalho, isto é, os semáforos, as estações de ônibus, as esquinas da capital. "Foi uma verdadeira ofensa que provocou uma reação profunda de indignação em nossas bases. Nós denunciamos publicamente e, há pedimos de nossas bases para que abramos um processo jurídico contra esse candidato por suas palavras agressivas”.

[Sergio Ferrari desde Nicaragua

Fonte- Adital- online

Pequenos colombianos, vitimas

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O Mercado, não vê indigência

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